Metrô solicita licença ambiental para operar trecho do monotrilho até São Mateus

Acesso da estação São Mateus em agosto de 2019: reta final (GESP)

A chegada do monotrilho da Linha 15-Prata até São Mateus está próxima. As obras da estação e de outras duas paradas estão na reta final, como revela um vídeo publicado pela Secretaria dos Transportes Metropolitanos nos últimos dias. A previsão fornecida pelo governo é de entregar as três novas paradas até o final do ano, portanto, em cerca de 60 a 70 dias se Doria decidir abri-las antes das festas de final de ano.

Um sinal de que esse momento está próximo surgiu nesta quarta-feira (09) quando o Metrô solicitou à Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo a Licença Ambiental de Operação, passo necessário para permitir que a Linha 15 possa iniciar seus serviços no novo trecho. Essa etapa é realizada justamente quando as obras chegam a um estágio próximo da conclusão.

No passeio pela estação São Mateus é possível constatar que a instalação de escadas rolantes e bloqueios já está quase concluída, assim como a cabine do SSO e dos elevadores. Há trabalhos nos guarda-corpos e instalação de vidros e em pequenos detalhes de acabamento. Faltam equipamentos de combate a incêndio e também o paisagismo, que estão entre as últimas tarefas a realizar, mas de uma forma geral a estação parece próxima de ser concluída. No último fim de semana, inclusive, houve testes com trens na região, segundo relatos de moradores.

Com a entrega das três novas estações, a Linha 15-Prata chegará ao final da segunda fase, que havia sido prometida originalmente para 2014 pelo governo de Geraldo Alckmin. O secretário dos Transportes Metropolitanos da época, Jurandir Fernandes, chegou a declarar que as estações a partir de São Lucas seriam entregues em poucos meses sem que existisse ainda canteiros na região.

Por um erro de projeto não admitido, as obras do trecho da avenida Inácio de Anhaia Melo tiveram de ser suspensas até que fosse feito um desvio no Córrego da Mooca que impedia a execuação das fundações das estações. Mais tarde, a empreiteira responsável pelo trecho em planalto do ramal abandonou as obras fazendo com que o governo tivesse de licitar novamente a etapa final do monotrilho.

A previsão é que a Linha 15-Prata irá transportar diariamente ao menos 300 mil pessoas a partir do ano que vem, quando as três estações estiverem em pleno funcionamento. Em setembro, no primeiro mês de funcionamento da estação Jardim Planalto, o ramal de monotrilho chegou a uma média diária de passageiros de 90 mil pessoas. A nova estação passou a ser segunda mais movimentada da linha, com 12 mil entradas de usuários por dia.

Com os 4 km a mais do monotrilho, a extensão teórica de metrô em São Paulo ultrapassará os 100 km – hoje são 97 km oficialmente. Teórica porque trechos das linhas da CPTM operam com características semelhantes à de metrôs mundo afora, como é o caso da Linha 9-Esmeralda.

Concessão atrasada

Chama a atenção, no entanto, a falta de pressa do governo Doria em assinar o contrato de concessão da Linha 15-Prata com a concessionária ViaMobilidade Linha 15. A empresa, formada pela CCR e RuasInvest, fez a melhor proposta pela concessão que foi homologada pela STM em maio, mas desde então o contrato aguarda assinatura.

Em nota no balanço da CCR em agosto, há uma citação sobre a concessão em que a empresa concordou em manter a oferta feita em fevereiro pela linha, mas o governo em si não comenta o assunto. Acredita-se que o motivo possa ter a ver com as obras das três estações que, sem ser entregues gerariam um custo extra ao governo, como ocorre com os trechos da fase 2 da Linha 4-Amarela. De qualquer forma, o início da concessão prevê um período de seis meses de transição, o que fará o Metrô operar as novas estações por algum tempo – ignora-se se existe quadro de funcionários suficiente para isso atualmente.

Previous Post

Linha 13-Jade passa a ter intervalo de 20 minutos durante toda a operação

Next Post

Governo do estado volta a obter empréstimos para expansão sobre trilhos

Related Posts