O Sindicato dos Metroviários marcou para esta quarta-feira, 22, uma assembleia para discutir a participação na nova greve conjunta com funcionários da CPTM, Sabesp e de outras entidades estaduais.
A nova greve unificada foi marcada para 28 de novembro, próxima terça-feira, e se for de fato confirmada deverá afetar as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, além das linhas 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade operadas pela CPTM.
Em pauta estão os projetos de privatização e concessão da malha metroferroviária do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), além de outras ações como o leilão da Sabesp e cortes no orçamento da pasta de Educação, explicou a entidade.
A atual gestão tem seguido com o plano de conceder o Trem Intercidades Eixo Norte, incluindo a Linha 7-Rubi. Também pretende lançar editais semelhantes para o Eixo Oeste (Sorocaba), Leste (São José dos Campos, incluindo as linhas 11, 12 e 13) e Sul, com a concessão conjunta da Linha 10 no TIC para a Baixada Santista.

No Metrô, além do lançamento de concessões para as linhas 19-Celeste e 20-Rosa, o governo estuda transformar o Metrô em uma agência de projetos e gestão, enquanto seus quatro ramais seriam repassados para a iniciativa privada. Há também a hipótese de encontrar sócios privados para modernizar e aprimorar a gestão da companhia. No entanto, o caminho ainda não estaria definido e dependeria de uma consultoria feito pelo International Finance Corporation (IFC), instituição ligada ao Banco Mundial.
A contratação da consultoria também tornou-se motivo de polêmica já que foi feita sem licitação por uma valor de mais de R$ 62 milhões e é questionada pelo Ministério Público.
Paralisação não atendeu a determinação do Tribunal de Justiça do Trabalho
A nova greve conjunta deverá ser feita nos moldes da primeira paralisação, que ocorreu em 3 de outubro e interrompeu a operação de nove linhas de trens e manteve apenas dois ramais funcionando de forma bastante limitada. Apenas as quatro linhas operadas pela iniciativa privada funcionaram normalmente.

A atitude dos grevistas contrariou determinação do Tribunal de Justiça do Trabalho, que instou os sindicatos a operar com 100% do efetivo durante os horários de pico e com 80% no chamado horário de vale. O descumprimento incorreu em multas, mas não se sabe se até hoje foram pagas.
Em recentes declarações, Tarcísio afirmou que o governo voltará a acionar a Justiça caso a greve seja confirmada. E que vai seguir na narrativa de que o movimento é político já que não traria qualquer reinvidicação trabalhista. Os sindicatos têm colocado como objetivo o fim dos projetos de privatização e terceirização e a realização de mais concursos públicos para ampliar o quadro de funcionários.