Obsoletos? Trens da Série 5400 completam 12 meses fora de operação após promessa de reforma

Apenas um dos seis trens passou por reforma enquanto demais composições foram “armazenadas” em vias que eram dedicadas para trens desativados no Pátio Presidente Altino
Série 5400 (Jean Carlos)
Série 5400 (Jean Carlos)

Os trens da Série 5400 completaram no começo de 2025 a marca de um ano fora de operação. Apesar da promessa de revitalização da frota de trens com a apresentação da composição B40, o destino dos trens é incerto.

Diante de tais circunstâncias, o site acionou a Secretaria de Parcerias em Investimentos por meio da Lei de Acesso à Informação de forma a consultar o status operacional dos trens.

Recebemos uma resposta da Divisão de Operações da CMCP, responsável pela fiscalização do contrato de concessão das linhas 8 e 9.

Quatro perguntas foram realizadas em relação à frota de trens. Quando questionada sobre o status operacional das seis composições, a CMCP informou que elas estão “armazenadas” no Pátio Presidente Altino.

Várias composições "armazenadas" em Presidente Altino (Jean Carlos)
Várias composições “armazenadas” em Presidente Altino (Jean Carlos)

O segundo e o terceiro questionamentos buscaram saber a razão para os trens não operarem. A resposta da CMCP aponta que as unidades, que foram fabricados nos anos 70, já não dispõem de equipamentos de conforto aos passageiros, como ar condicionado.

Além disso, o órgão informa que os trens estão obsoletos. A falta de componentes, que tiveram fabricação descontinuada, compromete a performance dos trens.

Atualmente, a ViaMobilidade mobilizou uma composição operacional da Linha 8-Diamante para o atendimento exclusivo à extensão operacional. Este trem da Série 7000 (Charlie) foi desmembrado em duas composições de quatro carros.

Trem que opera na extensão entre Itapevi e Amador Bueno (Jean Carlos)
Trem que opera na extensão entre Itapevi e Amador Bueno (Jean Carlos)

Por fim, foi questionado se existem planos para a remobilização do trem ou se ocorrerá o processo de baixa patrimonial (desativação). Caso os trens sejam desmobilizados, também foi questionado sobre a possibilidade da compra de novos trens para recompor a frota original da concessão.

Receba notícias quentes sobre mobilidade sobre trilhos em seu WhatsApp! Clique no link e siga o Canal do MetrôCPTM.

A CMCP limitou-se a dizer que o tema ainda será discutido junto ao Poder Concedente. Ou seja, não existe ainda uma definição clara sobre o destino dos trens.

Trens da Série 5400 ou "Bravo" não tem destino certo (Jean Carlos)
Trens da Série 5400 ou “Bravo” não tem destino certo (Jean Carlos)

Encomenda da FEPASA

As composições da Série 5400 foram encomendadas da França pela FEPASA nos anos 70 para o plano de modernização do sistema de trens de subúrbios. Atuaram durante boa parte da vida da estatal, passaram para a CPTM até serem paulatinamente desativados.

Os últimos seis trens de quatro carros operam exclusivamente na extensão Itapevi-Amador Bueno. A sua obsolescência é compreensível, tendo em vista que o trem utiliza sistemas eletrônicos que, apesar de sofisticados para época, são de difícil manutenção.

Trens da Série 5400 operando poucos anos antes da concessão (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

Atualmente alguns dos trens estão na “via da morte” do Pátio Presidente Altino. O local, que fica na parte alta do centro de manutenção, costumava abrigar diversos trens desativados por estarem em uma região em baixa atividade de manobra do pátio.

Total
0
Shares
13 comments
  1. A demanda da extensão operacional é tão pequena que esses trens não estão fazendo falta.

    Dois trens de 4 carros da Série 7000 são mais do que suficientes para atender aos 3500 passageiros que a extensão atende, em média, por dia.

  2. Acho a decisão da VM mais que certa, esses trens apesar de históricos, devem ser baixados sim. O conforto do passageiro deve ser priorizado, além de que essas composições usam uma energia absurda para levar 15 pessoas por viagem.. Espero que a própria VM faça um museu, talvez um Museu do Transporte Metropolitano, preservando ao menos um carro de cada série que já circulou em SP.

  3. por força de contrato a concessionária deveria manter os ativos do estado em ordem, mas não é o que acontece na prática.

    a viamobilidade não consegue manter direito a série Alpha, imagina um trem da série 5000 ….

  4. Não acontecendo o que aconteceu com os trens da FEPASA e da RFFSA durante a privativa tucana, tudo bem. Tá bom que eram trens antigos, mas eram funcionais, e poderiam ser utilizados de alguma forma ao invés de deixar virar ferro velho.

  5. “Não tem condições para manutenção”, “está obsoleto”. Engraçado estas palavras pois tipo, tem lugares no mundo que tem trens operando há mais de 50 anos. O que não temos no Brasil é mão de obra especializada e vontade política e empresarial para fazer a manutenção devida dos trens. Aposentam e não repassam o conhecimento entre gerações, não se incentiva trabalhos de manutenção plena. E na verdade nem só para trens, mas sim para outros modais como trólebus e bondes.

    E a CCR poderia ter sido esperta e feito uma extensão operacional entre Itapevi e São Roque com estes trens. “Ah, não tem demanda…” fala um cara que reside em outro lugar. Vejo o ônibus que liga Itapevi a São Roque lotado sempre e a demanda pelo Cometa entre São Roque e São Paulo. Mas bem, se a CCR fosse esperta. A CCR tá é começando a vender parte de suas operações…

  6. o povo ama esse modelo 5400, acho que seria interessante reformar mais 3 composições pelo menos, visto que já existe uma revitalizada. Assim ficaria 4 composições disponíveis para atender o trecho entre Amador Bueno e Itapevi, colando 2 em circulação e os outros 2 na reserva.

    Interessante seria a via mobilidade extender a operação até São Roque pelo menos, revitalizar o trecho que está abandonado.

  7. “Um vagão transporta 3 ônibus”

    Ótimo! Você já mostrou a demanda! São na verdade uns 5 a 6 horarios diarios da Cometa e 1 onibus por hora até Itapevi. Soma-se Araçariguama, Mairinque, Ibiúna e arredores. Demanda têm. Falta oferta.

    Lembrando que há a ideia de extensão de linha para Sorocaba. Quem não está ofertando é os privatistas que detém as concessões.

    E inviabilidade me soa mais como desculpa. Lembrando que entre 2000 e 2010 parte das frotas férreas com mais de 20 anos foram revitalizadas nas outras linhas fora a 8. E essa série teve revitalização um pouco depoia. E sim, sei que teve indícios de corrupção e falhas.

    Ou se conserta ou compra novo. Tem que ver o que compensa, sendo que parte da produção é importada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Previous Post
Estação Manoel Feio reformada

Governo de SP fecha convênio com Itaquaquecetuba visando concessão das linhas 11, 12 e 13

Next Post
VLT sobre o Viaduto do Chá

Bonde São Paulo: veja em detalhes como será o VLT do centro da capital

Related Posts