Sistema de controle de trens “imaturo” tem feito Linha 5-Lilás sofrer com panes seguidas

Trem da Linha 5: falhas no CBTC tem tornado a operação deficiente (Fernando Galfo)

A cena se repete quase todos os dias: problemas com “interferências na via” causam lentidão quando não a paralisação da Linha 5-Lilás, na Zona Sul de São Paulo. Maior vitrine da expansão metroferroviária do governo Alckmin, o ramal quase dobrou de tamanho e desde setembro do ano passado conta com cinco novas estações.

Mas o que parecia alívio para muitos usuários tem se tornado uma dor de cabeça constante como ocorreu nesta terça-feira (10) por um longo período. Confrontado com seguidos problemas, o diretor de operações do Metrô, Milton Gioia Júnior, admitiu à TV Globo que o problema é justamente o CBTC, sistema de controle de trens mais moderno e preciso que está sendo implantado pela fabricante canadense Bombardier.

De acordo com Giogia Júnior, o sistema apresenta lentidão em alguns momentos, o que atrasa o deslocamento de trens e causa lotação. Ainda segundo o diretor do Metrô, a abertura da estação Moema, hoje em operação assistida (das 10h às 15h) agravou os problemas.

Por outro lado, a Linha 5 está sendo mais utilizada pelos passageiros em 2018 graças às novas estações. Em fevereiro, portanto, antes de chegar à Eucaliptos, o ramal transportou 6,3% mais pessoas por dia útil que no mesmo mês de 2017. Além disso, mais de 40 mil pessoas participaram da operação assistida entre Brooklin e Eucaliptos no mês passado.

A atração de passageiros era esperada afinal a viagem entre o trecho antigo da Linha 5 e o bairro de Moema passou a ser feito em cerca de 15 minutos, bem mais veloz que o caminho feito por ônibus, por exemplo.

O problema é que a pressa em abrir novas estações por conta do calendário eleitoral e as dificuldades da Bombardier de aprimorar o software de controle dos trens tem dado margem para que surjam muitas interrupções. Hoje os trens chegam até Eucaliptos em horário comercial mas para isso precisam “inverter a mão”, cruzando seus caminhos num bom trecho após Brooklin, num modelo de operação que é mais comum em trechos curtos. Com Moema essas composições estão “esticando” essa viagem por mais um quilômetro já que a atual versão do CBTC não permite que esses trens sigam viagem após essa estação.

Segundo o site ouviu de um importante executivo do Metrô, a atualização do software do CBTC “não é um bicho de sete cabeças”, mas parece faltar tempo para que os testes sejam realizados, como o que ocorreu no último domingo.

É normal que surjam dificuldades nessa fase de expansão, mas teme-se que a tão esperada chegada às estações Santa Cruz e Chácara Klabin em junho possa ser adiada por conta disso. Se hoje tem sido complicado acrescentar mais duas estações ao ramal imagina-se o que ocorrerá quando outras quatro paradas forem inauguradas, duas delas que conectarão a linha 5 às linhas 1 e 2. O tempo corre  depressa para o Metrô e a Bombardier.

Veja também: Metrô chega à Moema mas trens andam devagar

Estação Moema: expansão apressada está criando dificuldade para a operação
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