A ViaMobilidade, concessionária que opera as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda desde o dia 27 de janeiro, confirmou ter demitido o maquinista envolvido no acidente com um trem da Série 7000, que se chocou uma barreira de concreto na estação Júlio Prestes há uma semana.
Segundo nota enviada ao jornal Folha de São Paulo, o ex-funcionário não teria acionado os freios da composição no ponto correto. A Secretaria de Segurança Pública, no entanto, ainda investiga as causas do acidente, que feriu levemente duas pessoas na manhã do dia 10 de março.
A demissão ocorre num momento em que o sindicato da categoria reclama que os funcionários da concessionária que operam os trens fazem jornadas de até 12 horas e que a empresa paga salários bem inferiores aos da CPTM, companhia estatal que era responsável pelas duas linhas até então.
O Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana também considerou o tempo de transição entre CPTM e ViaMobilidade muito curto – segundo o contrato, foram sete meses em que a operação e manutenção foram repassadas em diversas fases, como o site mostrou.

Nesta quarta-feira (16), foi realizada uma reunião entre representantes da Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a ViaMobilidade para cobrar soluções para os diversos problemas apresentados nas linhas 8 e 9 desde o dia 27 de janeiro.
Segundo a Folha, a ViaMobilidade apresentou um plano emergencial para melhorar o serviço. Apesar disso, o governo do estado abriu um processo administrativo por conta do descumprimento das cláusulas que regem a qualidade e regularidade da operação.
A concessionária terá 15 dias para apresentar sua defesa e, dependendo da resposta, poderá ser multada em até R$ 4,3 milhões. A ViaMobilidade assinou um contrato no ano passado com duração de 30 anos por um valor de outorga de R$ 980 milhões, além de investimentos de R$ 3,8 bilhões para reformar estações, modernizar a infraestrutura e adquirir 36 novos trens.