A CPTM publicou nesta quinta-feira, 13, o quarto termo aditivo do contrato de implantação de sinalização ATO para as linhas 9-Esmeralda e 12-Safira. O serviço, que deveria ser realizado em 24 meses, vai chegar a cerca de 200 meses desde a assinatura do contrato.
A companhia de trens firmou contrato com o Consórcio Automação formado pelas empresas Alstom e Hitachi (antiga Ansaldo) em outubro de 2009.
O objetivo do serviço é a implantação do sistema ATO (Automatic Train Operation) nas linhas 7-Rubi, 9-Esmeralda e 12-Safira. A Linha 7-Rubi foi excluída no terceiro aditivo.
O foco é permitir a automatização parcial dos trechos. O sistema permite a abertura de portas de forma automática, bem como aceleração, frenagem e regulagem operacional da linha por nível de serviço.

Cronograma
Os contratos de sinalização com participação da Alstom sofrem atrasos sucessivos de cronograma. Serviços que deveriam ser realizados em poucos anos acabaram sendo prolongados para a casa de centenas de meses.
Em outubro de 2009, o contrato foi homologado pelo valor de R$ 169,9 milhões (set/2009). O valor atualizado para janeiro de 2025 é de R$ 407 milhões.
Foram realizados quatro termos aditivos com as seguintes condicionantes:
- 1º em 04/2012 – Prorrogação de prazo por 24 meses
- 2º em 05/2014 – Prorrogação de prazo por 18 meses
- 3º em 12/2022 – Prorrogação de prazo por 24 meses, retirada da Linha 7-Rubi e redução de valor em R$ 1,6 milhão
- 4º em 02/2025 – Prorrogação de prazo por 18 meses

Segundo o termo aditivo, o contrato com a Alstom terá duração de 118 meses. Mas, considerando a data de homologação até o período de publicação da matéria, já se passaram 184 meses.
Este período equivale a 15 anos de quatro meses. Segundo o relatório de empreendimentos da CPTM, o contrato deverá ser finalizado no primeiro semestre de 2026.
Desta forma, dentro da previsão da CPTM, o contrato seria finalizado com 16 anos e oito meses chegando aos 200 meses para sua efetiva conclusão.

Compreende-se que a implantação de um sistema de sinalização tenha grandes complexidades, mas a falta de gestão e competência sob este contrato causa espanto.
O mesmo ocorre com o Metrô de São Paulo que está passando por quase 20 anos de contrato para a implantação do CBTC.
Vale lembrar que esse projeto, assim como a implantação do CBTC nas linhas 11-Coral e 10-Turquesa acabarão desperdiçados no futuro já que o governo do estado decidiu usar um novo sistema de sinalização em todos os ramais de trens metropolitanos.
Trata-se do ETCS, um padrão de código aberto que trará vantagens por não depender de tecnologia proprietária. Porém, a mudança significa que sistemas e equipamentos adquiridos nos últimos anos, alguns nunca colocados em serviço, se tornarão inúteis.