A Metrô BH, concessionária que assumiu a operação do Metrô de Belo Horizonte, propôs uma solução questionável para viabilizar a implantação da Linha 2 do sistema, um trecho de trilhos em via única.
Parte do acordo de concessão, a construção e operação do novo ramal envolve um trecho de 10,5 km e seis estações que serão conectadas à estação Nova Suíça, da Linha 1, que também será concluída.
A faixa de domínio da extensão já existe, mas as vias estão desativadas, exceto em um trecho onde será construída a estação Barreiro, terminal da Linha 2.
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É entre ela e a estação Ferrugem que a Metrô BH sugeriu implantar um trecho de via singela, ou seja, com trens se revezando em ambos os sentidos.

Segundo um documento enviado pela concessionária ao governo, “a partir da Estação Ferrugem em direção à Estação Barreiro, está sendo considerada e proposta sua implantação em via singela, onde se compartilha a mesma via para deslocamento das composições nos dois sentidos”.
O motivo alegado é que a MRS, concessionária de cargas, só pretende ceder uma via de um pátio de trens onde ficará a estação Barreiro.
Viagens mais demoradas
A distância entre Ferrugem e Barreiro é de 1,7 km e há a previsão de uma estação no caminho, Mannesmann Vallourec, mas que não aparece no mapa disponibilizado pela Metrô BH em seu site.
Operar em via singela mesmo que um trecho final de uma linha implica em viagens mais demoradas já que será preciso aguardar que um trem libere a via para que uma segunda composição possa avançar no sentido oposto.
O intervalo entre trens, portanto, é maior e pode afetar o carrossel exceto se a Metrô BH utilizar uma estratégia semelhante à do Metrô de São Paulo na Linha 15-Prata.

Após a inauguração da estação Jardim Colonial, não havia como utilizar as duas vias por falta de área de manobras e a solução foi manter um trem circulando apenas entre duas estações.
A alternativa, no entanto, penalizará os usuários que pretendem embarcar e desembarcar em Barreiro, onde existe um terminal de ônibus.
Segundo o G1, o governo do estado avalia a proposta e solicitou uma análise independente do projeto.
A Metrô BH é controlada pelo Grupo Comporte, que acaba de assinar contrato para assumir o Trem Intercidades São Paulo-Campinas, o Trem Intermetropolitano e a Linha 7-Rubi, da CPTM. Ele tem como sócio a fabricante chinesa CRRC.