Demanda de passageiros no Metrô cresceu no 3º trimestre apoiada em gratuidades

Benefício para idosos com mais de 60 anos, retomado a partir de fevereiro, refletiu no aumento de 6% no número de passageiros cujas viagens foram remuneradas pelo estado à empresa. Pagantes, no entanto, ficaram estáveis comparado ao mesmo período de 2022
Bloqueio da estação Consolação, da Linha 2-Verde (Jean Carlos)

O Metrô de São Paulo transportou 222,6 milhões de passageiros entre julho e setembro deste ano, alta de 6% em relação ao mesmo período de 2022.

No entanto, apenas 55% das viagens foram remuneradas (122,6 milhões), quadro que repetiu a mesma participação do 3º trimestre do ano passado.

Isso significa dizer que 100 milhões de viagens realizadas nas quatro linhas do Metrô não foram pagas. Tratam-se de transferências advindas dos próprios ramais do Metrô e também da CPTM, ViaQuatro e ViaMobilidade, que são gratuitas.

O dado mais preocupante mostrado pelo relatório da companhia é que o pequeno crescimento verificado foi motivado pela volta da gratuidade para idosos com idade acima de 60 anos a partir de fevereiro.

Segundo os dados, as viagens gratuitas saltaram de 16,6 milhões para 23,2 milhões no 3º trimestre, alta de 40%. Vale lembrar que o custo do transporte dessas pessoas é ressarcido pelo governo do estado, baseado no valor da tarifa vigente (R$ 4,40).

Movimento aumentou ligeiramente mas está distante da demanda de 2019 (CMSP)

Por essa razão, a receita com gratuidades chegou a R$ 118 milhões, alta de 37,2% comparado ao mesmo intervalo de 2022. Já a receita tarifária, obtida dos passageiros pagantes, ficou estável, em R$ 431 milhões.

O resultado indica que a retomada da demanda anterior à pandemia do Covid-19 tem sido muito lenta após uma fase inicial de recuperação mais veloz.

No terceiro trimestre de 2019, antes dos efeitos da crise sanitária, o Metrô havia transportado 278 milhões de passageiros, 158 milhões remunerados.

O QR Code teve leve redução em seu uso (CMSP)

Bilhete único domina pagamentos enquanto QR Code cai

O Metrô também apresentou dados sobre as modalidades de pagamento utilizadas pelos passageiros. O Bilhete Único, de responsabilidade, continua a responder por quase 60% dos pagamentos da tarifa, participar similar a de outros períodos.

O segundo meio de pagamento mais utilizado é o QRCode, tecnologia oferecida pela empresa Autopass por meio de um convênio com uma entidade privada, a ABASP. O bilhete impresso ou usado em celulares, no entanto, teve uma pequena redução em seu uso (1%).

O Bilhete Top, também emitido pela Autopass, ampliou sua participação à medida que substitui o antigo Cartão Bom – que teve somente 597 mil pagamentos. Por fim, os bilhetes magnéticos Edmonson tiveram 115 mil pagamentos de um universo de quase 20 milhões em 2019.

Bilhete único é de longe a forma de pagamento mais usada (Sidnei Santos/SPTrans)

O Metrô comentou sobre os testes da tecnologia de pagamento por aproximação, amplamente usada em sistemas de transporte mundo afora e mesmo no Brasil. Segundo a empresa, testes foram feitos em 13 estações com participação “inexpressiva”.

Importante ressaltar que o pagamento “Contactless“, ou por aproximação com cartões de débito e crédito, dispensa a necessidade de uma empresa de intermediação como a Autopass, já que a tecnologia permite o crédito nas contas do Metrô diretamente.

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A experiência realizada no Metrô foi feita justamente pela Autopass e ABASP, que recebem um percentual para cada transação realizada com o QRCode e o Bilhete TOP além de centralizarem a arrecadação antes de repassarem os valores para suas “associadas”.

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  1. Levando em consideração a atual expetativa de vida, acredito que a idade para gratuidade deva ser alterada para 63 ou 65 anos.

  2. Embora reconheça a importância desta pesquisa, ela é apenas parcial, pois deveriam ser mais abrangentes e englobarem todas Linhas Metrô/ferroviárias bem como Pesquisas de Origem Destino foi compromisso para agosto/23 ainda não apareceram, uma vez que é o mais importante levantamento para mobilidade da região metropolitana, sendo que levianamente estão utilizando teoricamente o EIA/RIMA e o EIA que deveria analisar que os impactos potenciais no meio sócio econômico dos empreendimentos, dando ênfase aos reflexos na infraestrutura viária de transporte e logística visando o bem-estar da população, porém na prática virou um órgão político manipulado para se passar um verniz para justificar as concessões atabalhoadas retirando a prioridade do Transporte Metropolitano.
    A atual administração a mando do governo está propositalmente ocultando esta pesquisa esclarecedora enfiando goela abaixo algo que claramente não conveniente aos usuários, pois no momento que apesar do rodízio cada vez piora o transito em São Paulo por outro lado as propagandas midiáticas pedem para a população se utilizar o transporte público em detrimento do individual, porém se tem na prática um descompasso e um governo entreguista despreocupado e descompromissado com a mobilidade pública em que se propõe instalar os TIC-Trens Intercidades sem expandir as linhas atuais em detrimento aos Trens Metropolitanos, cuja preocupação maior é fazer concessões dispersas e aleatórias sempre com fins eleitoreiros além de iludir a população com um festival de ações inexequíveis e postergações crônicas!

  3. só falta usarem essa desculpa do contactless ser inexpressivo pra não implantar no sistema essa tecnologia de pagamento
    facilita muito a vida nos ônibus da EMTU poder pagar com cartão de crédito ou débito, em especial pra horas de emergência
    volta e meia acompanho pessoas do aeroporto de Guarulhos até a capital e mostro como é o trajeto via linha 13 jade, e 95% deles preferem usar o contactless pra pagar na estação ao invés de comprar o bilhete com QR Code…
    essa tecnologia tinha q estar em um uso muito mais amplo e já implementada há tempos em São Paulo

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