Em sete anos, Metrô de SP cortou 2 mil vagas e gastos com pessoal em 2022 subiram 9%

Apesar disso, custo por empregado subiu 40%, abaixo da inflação acumulada no período (50%). Categoria discutirá dissídio em maio
Trem da Linha 1-Azul do Metrô (Jean Carlos)

Nos últimos sete anos, o Metrô de São Paulo reduziu sua força de trabalho significativamente, como mostram os números recentes divulgados pelo Relatório Integrado de 2022. Atualmente, a companhia estadual possui pouco mais de 7,3 mil empregados, 2 mil a menos que em 2015, quando havia quase 9,4 funcionários registrados.

Trata-se de uma queda de 22% entre 2015 e 2022, motivada em parte por conta do repasse da Linha 5-Lilás à concessionária ViaMobilidade. O Metrô também tem terceirizado várias funções, o que contribuiu para enxugar seu quadro de empregados.

Proporcionalmente, a área que mais perdeu pessoal foi a que cuida da expansão da malha, que caiu de 774 para 486 funcionários, redução de 37%, seguida da área de manutenção, com queda de 25%. Em números absolutos, no entanto, é a equipe de operação que mais viu vagas serem fechadas: 859 empregos entre 2015 e 2022.

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Mas, apesar do quadro menor, o Metrô de São Paulo desembolsa com pessoal um montante semelhante aos anos anteriores. O total de 2022 atingiu R$ 1,31 bilhão, 9% a mais que em 2015, a despeito do quadro menor.

Em média, cada funcionário do Metrô custou para a empresa R$ 178,8 mil em 2022. Em 2015, esse número era de R$ 128 mil, portanto, uma alta de quase 40%. Esse índice, no entanto, é menor do que a inflação acumulada no período, de 50% segundo o IPCA.

Evolução do quadro de funcionários do Metrô e o custo médio por funcionário entre 2015 e 2022 (clique para ampliar)

Como o chamado salário normativo, valor de base da categoria, foi de R$ 1.891,25 para R$ 2.777,13 (alta de 32%), a companhia teve um custo extra de R$ 10 mil em média com cada funcionário no ano passado.

Em resposta ao site, o Metrô afirmou que os gastos com mão de obra envolveran “o custeio com pessoal, bem como o pagamento de rescisões e benefícios previstos no Programa de Demissão Incentivada (PDI)“.

Campanha salarial de 2023

Segundo dados levantados pelo site, os metroviários tiveram reajustes entre 2015 e 2019, mas em 2020, ano da pandemia do Covid-19, os salários ficaram estáveis, com um índice de 7,8% aplicado em 2021 e de 12,26% em 2022.

Monotrilho da Linha 15 (Jean Carlos)

O Sindicato dos Metroviários está iniciando a campanha salarial de 2023 e deve discutir com a direção do Metrô um novo reajuste além de outros benefícios para seus associados.

A categoria tem reclamado das ações da companhia em automatizar várias funções, terceirizar serviços e reduzir o quadro de empregados em áreas operacionais e de manutenção. Em 2022, o Metro registrou um prejuízo de R$ 1,17 bilhão, segunda vez em que as perdas chegaram aos dez dígitos.

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18 comments
  1. “mas abaixo da inflação acumulada no período”.

    Ou seja o custo caiu, e não subiu, conforme a matéria da a entender.

    1. A matéria está bem tendenciosa hein… Usando dados generalizados como média para falar de gastos não homogêneos para o quadro de empregados…

  2. o comparativo deve ser em cima de atualização monetária.

    utilizando a calculadora do BCB e o índice IPCA, a correção no período do gráfico (2015 a 2022) o custo por empregado ficaria em R$ 194.032,38. ou seja, o custo por funcionário, caiu. isso significa que os trabalhadores do metrô perderam poder de compra no período, ainda mais se considerando o que diz no texto que nesse valor entra as multas rescisórias.

    no entanto o titulo da matéria dá a entender o contrário. fica como uma critica construtiva, pois acho que precisaria rever isso daí pois fica tendencioso.

    1. Ainda assim (com a “perda do poder de compra”), a categoria dos metroviários é uma das mais privilegiadas do estado. Enquanto o sindicato dos metroviários esnoba a população, a população está cansada de greves e privilégios aos metroviários e vota sistematicamente em políticos que prometem privatização.

      1. na sua visão o trabalhador deve trabalhar em troca de um prato de comida. você deve ser um dos que apoiam o trabalho escravo.

        chamar os direitos conquistados pelos metroviários como privilégios mostra que você é favorável a esse abismo social que vivemos. o salario e os benefícios conquistados pelos metroviários deveriam ser comuns a toda classe trabalhadora, e não querer nivelar por baixo querendo que os metroviários tenham menos poder de compra. 70% da população brasileira vive com renda de até 2 salários mínimos. isso é um absurdo!

        e quem vê você falando pensa que os metroviários ganham rios de dinheiro. a grande base do metrô não ganha mais do que 5 salários mínimos. isso é privilégio? o que você quer é o que acontece na CCR, empresa q paga pior que as terceirizadas da CPTM, não paga periculosidade, dá um vale alimentação de 49 reais, não registra ninguém como técnico ou como engenheiro, e paga fortunas para os poucos gerentes? bate recorde de lucros ano após ano, como mostram os jornais do mercado financeiro?

        enquanto isso os cargos comissionados ganham o teto do funcionalismo publico, 35 mil reais. os oficiais das força armadas chegam a ganhar mais de 100 mil reais por mês contando todos os penduricalhos. um assessor parlamentar ganha 20 mil reais. juízes, promotores, desembargadores, procuradores ganham juntando todos os penduricalhos mais de 50 mil reais por mês em media, com duas férias ao ano e centenas de benefícios.

        uma parcela da população (pesquisas mostram que boa parte são contra a privatização) é a favor da privatização por questões ideológicas. porque aceitaram a propaganda anti-estado que vem sendo praticada desde os anos 90 no programa do Collor, apoiada pela elite econômica que se apodera cada vez mais do patrimônio e do erário publico.

        sobre as greves, leia as noticias sobre o transporte rodoviário, que vc vai ver que por semana, pelo menos uma cidade no pais tem greve. e o que se faz nesse caso? privatiza o privatizado?

  3. Olá, pessoal, tudo bem? Agradeço as manifestações e as críticas educadas. No entanto, o título exibe fatos: o corte foi de 2 mil funcionários e o custo em 2022, segundo o Metrô, foi de R$ 1,3 bilhão, 9% a mais que em 2015.

    Assim como tivemos o cuidado de trazer a atualização monetária para entender os custos acompanharam a inflação por exemplo. Sim, o poder de compra dos funcionários caiu, mas em que setor da economia isso não ocorreu? Quem conseguiu repor essas perdas com sucesso?

    O custo médio por empregado é um dado que conseguimos extrair e serve como um parâmetro simples para entender um pouco o que ocorreu nesse período. Já identificar quem recebeu mais ou menos depende da transparência dos dados da companhia.

    Desculpe, mas discordo da afirmação que a matéria ou o título estão tendenciosos. Estamos apresentando vários enfoques do assunto para que vocês, leitores, tirem suas conclusões. Se a intenção fosse enganar alguém ou tomar partido o conteúdo abordaria só um ângulo, concordam? Abraços.

    1. “Sim, o poder de compra dos funcionários caiu, mas em que setor da economia isso não ocorreu? Quem conseguiu repor essas perdas com sucesso?”

      os mais ricos tiveram aumento de suas fortunas mesmo na pandemia:

      https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/23/no-dia-da-abertura-do-forum-economico-mundial-em-davos-oxfam-propoe-taxar-urgentemente-os-ricos.ghtml

      enquanto isso, 30 milhões de brasileiros na miséria. vemos em SP cada vez mais famílias morando na rua, gente pedindo dinheiro, aumento da violência e toda desgraça, enquanto uma parcela concentra cada vez mais renda.

      mas a culpa é do salário dos metroviários, segundo um comentário que vimos por aí, como se fosse uma classe de trabalhadores que luta por seus direitos a responsável pela concentração de renda.

      1. Uma classe de trabalhadores privilegiada, que ganha muito acima da média, com salários pagos pela população (inclusive a mais pobre).

        Não importa o que nós dois achamos, os metroviários criaram e cultivaram essa imagem de privilegiados e indiferentes ao povo de São Paulo. Banalizaram o direito de greve e exigiram aumento até em meio a pandemia (onde todo mundo perdeu). O metroviário só se preocupa com si mesmo e não com a população. Para ele, a população só serve para sustentar seu emprego remunerado acima da média.

        Esse comportamento mesquinho do sindicato dos metroviários (e grande parte da categoria) só despertou repulsa na maior parte da população, que respondeu mas urnas votando em candidatos que defendem a privatização do metrô.

        1. Antes de querer debater deveria se informar melhor. Não houve briga por aumento na pandemia. Tanto que em 2020 não houve aumento. Apenas luataram para não perder direitos conquistados.

        2. nao entendi porque minha resposta ao Ivo foi apagada. a moderação do site poderia explicar.

          o Ivo defende o trabalho escravo. deve tomar vinho Salton.

          já que o Ivo está revoltado com os provilegios dos ferroviarios, gostaria de saver a sua revolta sobre:

          As forças armadas custam R$ 124,4 bilhões no Orçamento de 2023, com 78,2% destinado a despesa com pessoal.

          o salário do tarcisio aumentou 50%, indo para 34,5 mil por mês. o que significa um reajuste em cascata no alto escalão. o resultado é um aumento no custo do alto escalão de 1,7 bilhões ao ano.

          o orçamento do TJ-SP é de 15,5 bilhoes para 2023. o orçamento da STM é de 13 bilhões.

          o auxilio paletó dos nossos nobres deputados da ALESP custam 40 mil por deputado por ano.

    2. Sinto muito, mas ficou tendencioso sim. É a típica matéria extremamente tendenciosa. Apresentar dados crus, sem o contexto. No mínimo, se existe profissionalismo, apresenta-se os dados e o motivo do aumento dos gastos quando o número de funcionários diminuiu no mesmo período. E sim, houve aumento de gastos por causa dos programas de desligamento voluntário.
      Se houvesse profissionalismo, não colocariam uma matéria dessa forma. Se não tem todas informações, o que acaba sendo desculpa esfarrapada, não publique.

      1. Não ficou tendencioso. A realidade foi apresentada e a população está cansada de pagar altos salários (quando comparados com a maioria do funcionalismo estadual) aos metroviários brincarem de greve.

        O metroviário não é intocável, como ele mesmo se julgava.

    3. Ricardo você deveria acabar com a militância que tem por aqui inclusive entre os redatores, esse blog vem perdendo cada vez mais credibilidade por conta disso.

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