Uma semana após iniciar o projeto-piloto de uso do QR Code para acesso às estações da CPTM e Metrô, a Secretaria dos Transporte Metropolitanos anunciou que 21.847 bilhetes foram vendidos no período. No entanto, menos de 10% dos passageiros utilizou meios eletrônicos para efetuar o pagamento, evidenciando pouca familiaridade com esse recurso.
Para 91% dos usuários, a opção foi pagar pela tarifa na bilheteria e receber o bilhete com QR Code impresso, nos mesmos moldes do tradicional bilhete Edmonson. Já 6,1% dos pagamentos foram feitos nas máquinas de autoatendimento da Autopass, empresa que fornece o sistema sem custos para o governo. Apenas 3% dos passageiros decidiram adquirir a passagem por meio do aplicativo de smartphone VouD, também disponibilizado pela empresa de tecnologia.
Ao contrário das bilheterias do Metrô e CPTM, que só aceitam dinheiro, as máquinas de autoatendimento e o aplicativo cobram por meio de cartão, uma tendência mundial, mas que parece ter baixa adesão em São Paulo – a despeito do BOM e do Bilhete Único poderem ser carregados mediante cartões. Pode ser, é claro, uma questão de costume que exigirá um período de familiarização, mas não deixa de apontar algumas direções para o estado.
A tecnologia que tem se propagado em outros sistemas pelo mundo é a NFC, também conhecida como “contactless” (pagamento por aproximação), que podem ser encontrados em cartões de crédito e débito, smartphones e outros equipamentos. Mas ela ainda não é tão popular no Brasil e pode ser uma das razões pela qual a STM preferiu testar o QR Code nessa primeira etapa. Ao contrário dos cartões do transporte público, que são recarregados antes de serem usados, o NFC debita diretamente na conta do cliente, evitando que seu dinheiro fique “parado” enquanto não é usado nos trens e ônibus.
Se ainda não mostrou grande adesão nos meios eletrônicos nesse começo de testes, o QR Code ao menos pode ser uma alternativa mais barata e prática para substituir os bilhetes magnéticos Edmonson. A Secretaria reconhece que ele pode ser usado nesse sentido se não em todas estações, na maioria dos pontos de vendas.
Os testes com o QR Code irão até o dia 18 de outubro nas estações Autódromo (Linha 9-Esmeralda), Tamanduateí (Linha 10-Turquesa), Dom Bosco (Linha 11-Coral) e Aeroporto-Guarulhos (Linha 13-Jade). No Metrô, o novo serviço pode ser testado nas estações São Judas (Linha 1-Azul), Paraíso (linha 1-Azul e 2-Verde) e Pedro II (Linha 3-Vermelha).