O candidato ao governo do estado de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Fernando Haddad, que lidera as intenções de voto, segundo os institutos de pesquisa, afirmou nesta quarta-feira (17) que caso vença a eleição irá rever o aditivo bilionário assinado com a concessionária Metra para implantação do BRT-ABC. O político participou de uma sabatina da rádio CBN.
Segundo Haddad, “eles [governo Doria/Garcia] cancelaram a obra do monotrilho do ABC e querem colocar um BRT que não vai dar conta da demanda“.
Em 2014, o então governador Geraldo Alckmim assinou contrato de concessão de 25 anos com a empresa VEM ABC para implantação da Linha 18-Bronze, com 14 km e capacidade para cerca de 340 mil passageiros transportados por dia. Já o corredor de ônibus oferecido pela Metra poderá transportar pouco mais de 100 mil pessoas diariamente e com uma viagem cerca de 50% mais lenta.
“E ainda pior. Em vez de licitar o BRT fizeram um aditivo bastante estranho, colocando a obra no contrato que não tinha nada a ver uma coisa com a outra“, completou o petista. O projeto da Linha 18-Bronze contou com a participação do PT por meio do ex-prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho.
Questionado se poderia tomar alguma atitude a respeito da extensão do contrato com a empresa do ABC, que opera o Corredor ABD, Haddad foi catégorico: “Posso e vou [rever] porque acho que a ligação com ABC tem quer ser uma ligação expressa. Não pode ser uma coisa qualquer“.

BRT no lugar da Linha 17
Antes de citar o caso do monotrilho do ABC Paulista, Haddad criticou a Linha 17-Ouro, também do mesmo modal e que está em obras há uma década. “Grande equívoco urbanístico e de mobilidade. Ali podia ter um BRT“, ignorando que o projeto completo, com 18 km, passará por regiões de relevo complexo e áreas que exigiriam muitas desapropriações no caso de um corredor de ônibus, como o bairro do Morumbi.
O ex-prefeito da capital paulista abordou outros dois temas de mobilidade, a implantação do Trem Intercidades, do qual afirmou ter conversado com o candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva a respeito. Segundo ele, o projeto é prioritário, não apenas no eixo São Paulo-Campinas.
Haddad também prometeu criar o bilhete único metropolitano, que eliminaria a necessidade de sistemas diferentes em cada município da Grande São Paulo, além da cobrança de uma tarifa maior.
Com informações do Via Trolebus.