Governo de São Paulo vai pagar mais de R$ 2 bilhões para o Grupo CCR a título de reequilíbrio de contratos

ViaQuatro receberá indenização milionária (Jean Carlos)
ViaQuatro receberá indenização milionária (Jean Carlos)

O Grupo CCR, uma das empresas controladoras da concessionária ViaQuatro, informou nesta quinta-feira (30) que receberá o valor de R$ 682 milhões do governo do estado de São Paulo a título de reequilíbrio econômico-financeiro.

Segundo o comunicado, a justificativa para o pleito foram as perdas de receita tarifárias decorrentes da queda de demanda no período da pandemia de Covid-19, que desestabilizou o fluxo de passageiros nos anos de 2020 e 2021.

Siga o MetrôCPTM nas redes: Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

O informativo ressalta que a modalidade de recebimento será escolhida pelo poder concedente, ou seja, o pagamento do montante milionário deverá ser avaliado pelo governo.

 

Fato relevante do dia 30 de Novembro (CCR)
Fato relevante do dia 30 de Novembro (CCR)

O Grupo CCR já recebeu outras duas indenizações do governo que ultrapassam os R$ 2 bilhões. A solicitação dos valores é prevista em contrato e garante que a concessionária faça jus ao reequilíbrio das contas na concessão.

A primeira solicitação foi realizada em favor da ViaQuatro formalizando repasses da ordem de R$ 1,056 bilhão pelo atraso na entrega das estações da Fase 2.

A segunda solicitação, realizada recentemente pela ViaMobilidade (Linha 5), pleiteou reequilíbrio na ordem de R$ 297,8 milhões devido à queda de receita na pandemia.

Queda no número de passageiros justifica o reequilíbrio (Jean Carlos)
Queda no número de passageiros justifica o reequilíbrio (Jean Carlos)

Dívidas equivalem a compra de novos trens

Diante deste cenário pode-se fazer um pequeno paralelo. O governo do estado estava solicitando aos órgãos federais a possibilidade de realizar um empréstimo na ordem de R$ 2,3 bilhões para a compra de 44 novos trens para o Metrô.

De certa forma, as dívidas que o governo do estado agora tem junto às concessionárias do grupo CCR aumentam a pressão do tesouro. Caso tais reequilíbrios não existissem este montante poderia estar disponível para a aquisição dos trens.

Trens da Linha 2-Verde serão do padrão UTO (sem operador)

O modelo de gestão do transporte de passageiros que delega a operação e manutenção de ativos públicos para o setor privado exige financiamento constante. É impossível, pelo menos no modelo atual, fugir da transferência de divisas do cofre do estado para as contas privadas.

Apesar do contrato prezar pelo equilíbrio das contas, gera-se uma distorção de grandes proporções. O valor aportado para suportar as operadoras privadas poderia ser utilizado para investimentos de expansão da rede no médio e longo prazo.

O cenário futuro não aponta para melhorias no modelo de financiamento e suporte da operação. É preciso repensar, de forma séria, o equacionamento das contas nas concessões para mitigar repasses estratosféricos.

Previous Post
Novos trens do Metrô poderão ter financiamento do BNDES (Alstom)

Encomenda de 44 novos trens do Metrô poderá ter financiamento do BNDES

Next Post

Linha 17-Ouro aparece com inauguração prevista para junho de 2026

Related Posts