O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) emitiu nota sobre a Linha 17-Ouro na noite desta segunda-feira (22) em que informa sobre a rescisão unilateral do contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro, que era responsável pelas obras civis do ramal.
O comunicado ocorre na esteira da publicação de artigos sobre a rescisão no final de semana, que anteciparam o fato. A atual gestão afirmou que o Metrô irá multar o consórcio, formado pelas empresas KPE e Coesa, em mais de R$ 118 milhões pelo não cumprimento do estabelecido pelo contrato.
Chamou a atenção, no entanto, a informação que o governo espera concluir o ramal de oito estações até o primeiro semestre de 2026. Embora deixe claro que se trata de um limite, ou seja, ele pode ser atingido antes, trata-se da primeira vez que um prazo realista é informado a respeito da Linha 17.
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Desde a fracassada promessa do ex-governador João Doria (sem partido) de abrir a nova linha até o final de 2022 (ano de eleições), não se voltou a estimar uma data clara sobre a conclusão, em meio a vários problemas com fornecedores. Falou-se em 2023 ou 2024, ambos praticamente impossíveis.
Sobre os próximos passos a respeito das obras civis que teimam em não ser concluídas (já são três consórcios afastados), o governo repetiu as três opções já conhecidas: contratar uma das empresas que participaram da licitação de 2019 (o que já está sendo tentado), oferecer o serviço à ViaMobilidade, que vai operar a linha (hipótese preferida pelo governador, mas de execução complexa) ou lançar uma nova licitação.

A última opção, entretanto, é a mais custosa e pode jogar a inauguração da Linha 17 para o limite proposto pelo governo, também ele em ano eleitoral.
A despeito da indefinição, a gestão diz que o Metrô enviará técnicos à China para acompanharem os testes com os trens e sistemas da BYD. Esse contrato, que parece em dia, no entanto, também pode ser afetado pelo atraso das obras. O primeiro trem era prometido para o final do ano passado no Brasil e desde março de 2022 não se soube mais nada sobre a evolução da fabricação do modelo SkyRail.

Coesa em segundo plano
A nota do governo Tarcísio também abordou um ponto levantado por este site, a assinatura do contrato para obras da estação Ipiranga (Linha 15-Prata) com um consórcio onde está uma outra empresa do grupo Coesa. Como relatamos, a construtora se associou à Álya (ex-Queiroz Galvão) para participar da licitação em que saiu-se vencedora.
Embora a Coesa não possa celebrar contratos com o Metrô por dois anos após a rescisão, isso ocorreu logo após a empresa assinar o acordo com o Metrô para a Linha 15. A gestão, no entanto, considerou que isso não coloca em risco o projeto já que “ele é liderado pela Álya Construtora (Queiroz Galvão), que detém 90% da participação na sociedade e será a executora do contrato”. A Coesa terá apenas 10% de participação na SPE, o consórcio que está sendo criado para gerir a obra.