Metrô relança licitação de sistema de telecomunicações da Linha 17-Ouro

Primeiro contrato havia sido rescindido no final do ano passado. Empresa responsável, T’Trans teve a falência decretada tempos atrás
Estação Ver. José Diniz em janeiro de 2023 (CMSP)

Além dos erros de planejamento, a Linha 17-Ouro do Metrô de São Paulo tem sido ‘premiada’ com contratos com empresas que não conseguem ou não querem entregar o serviço assumido em seus contratos.

A lista de fracassos relacionados ao projeto é imensa e inclui grandes construtoras como Andrade Gutierrez, CR Almeida, OAS (de onde surgiram a Coesa e a KPE), TIISA, passando por fabricantes como Scomi e Toshiba, e nomes problemáticos como o famoso Isolux Corsan.

O grupo poderia ser maior, no entanto, caso o emblemático consórcio Signalling tivesse de fato assumido o contrato de sistemas da Linha 17, que envolve a fabricação de 14 trens de monotrilho. Formado pelas empresas T’Trans, Bom Sinal e Molinari, o consórcio brigou na Justiça para ficar com o projeto, mas acabou derrotado e hoje a chinesa BYD executa o serviço.

Nesse meio tempo, as companhias pertencentes ao empresário Sidnei Piva de Jesus, que ficou em evidência após a derrocada do grupo Itapemirim, acabaram perecendo. A T’Trans, por sinal, deveria ter concluído o contrato de fornecimento do sistema de telecomunicações da Linha 17, mas sem cumprir o prometido, teve o contrato rescindido unilateralmente pelo Metrô.

Agora o Metrô relançou a licitação para fornecer o sistema de telecomunicações do ramal de monotrilho. O edital foi publicado nesta quarta-feira, 29, e teve a sessão de entrega de propostas marcada para 7 de junho.

O projeto tem um escopo amplo e importante para a operação do ramal. Ele envolve os sistemas de multimídia, de controle de acesso, arrecadação de passageiros, comunicação móvel e fixa e rede de transmissão de dados.

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Vale lembrar que é justamente esse conjunto que é alvo de críticas na Linha 15-Prata, que alguns funcionários e o Sindicato dos Metroviários apontam como incapaz de funcionar como esperado.

O prazo de execução do projeto é de 24 meses, o que dá a medida do atraso da implantação da Linha 17-Ouro. Como um vencedor só deverá assinar o contrato no segundo semestre, a conclusão, se não houver atrasos, ocorrerá por volta do final de 2025.

Vigas-trilho dentro do pátio Água Espraiada (CMSP)

Oferta aos concorrentes da licitação de obras civis

A situação da Linha 17-Ouro permanece bastante indefinida. Dos contratos importantes, apenas o de sistemas (trens e sistemas acessórios) parece estar correndo a contento, mas ele depende de outros avanços para não atrasar. O Metrô também recontratou a empresa que fornecerá o sistema de alimentação elétrica do ramal, mas há muito a fazer antes que exista o fornecimento de energia para as vias.

O maior gargalo, como se sabe, são as obras civis remanescentes. Após a rescisão de contrato com o Consórcio Monotrilho Ouro (Coesa e KPE), que está em andamento, o Metrô estaria consultando outros participantes da licitação de 2019. Um deles é a Carioca Engenharia, que ficou em 5º lugar no certame.

Se tiver sucesso, o Metrô pode em tese reiniciar as obras em 2023, mas será preciso algum tempo até que etapas importantes sejam concluídas.

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3 comments
  1. Qualquer empresa que se envolve com a L17 ou fica a beira da falência ou afunda de vez. Logo ninguém mais vai querer mexer nessa obra.

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