Obra da Linha 5-Lilás até Jardim Ângela não começou ainda. Entenda o que houve
Governo do estado havia previsto início da implantação da extensão com duas estações durante o segundo trimestre, mas julho chegou e nada ocorreu

Há muitos anos prometida, a extensão da Linha 5-Lilás até o Jardim Ângela ainda não saiu do papel e a previsão mais recente do governo do estado acabou não ocorrendo.
Segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), as obras do trecho entre Capão Redondo e Jardim Ângela (com a estação Comendador Sant’Anna no caminho) deveriam ter começado no segundo trimestre, ou seja, até esta segunda-feira, 30 de junho. Mas, como se sabe, não houve qualquer anúncio nesse sentido.
O MetrôCPTM questionou a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) para entender por que a expansão do ramal operado pela ViaMobilidade ainda não começou a ser implantada.
A resposta é que o projeto ainda passa por análises e aprovação dos estudos que estão elaborados pela concessionária. Só quando esse estágio for concluído será possível contratar uma empresa para executar as obras. A SPI, no entanto, não forneceu um prazo para que os estudos sejam finalizados.

Governo prevê extensão pronta em 2028 a despeito do atraso
Como mostrou o site em primeira mão em fevereiro, a extensão da Linha 5 passou por uma revisão de projeto causada por mudanças como o fim do convênio com a Prefeitura de São Paulo para implantar a extensão da Avenida Carlos Caldeira Filho.
A ViaMobilidade então escolheu outra alternativa de projeto, mais longo, com 4,9 km de extensão dos quais 2,6 km por via subterrânea. Com isso será preciso desapropriar menos áreas a despeito do custo maior. A previsão de entrega é de 2029.
Na resposta enviada ao site, entretanto, a secretaria ainda informa a chamada “Alternativa 06”, que tem 4,3 km de extensão, incluindo uma via elevada de 3,2 km e um túnel menor, de 1,1 km. O governo também cita um prazo mais otimista para entrega – 2028 -, a despeito dos atrasos.

Recentemente, o governo do estado sancionou um projeto de lei que o autoriza a contratar R$ 2,72 bilhões em operações de crédito para financiar a expansão da Linha 5-Lilás.
A extensão será viabilizada por meio de um aditivo contratal na concessão com a ViaMobilidade.
Veja íntegra da resposta da Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI):
“Em relação à extensão da Linha 5-Lilás, o Governo de São Paulo sancionou o Projeto de Lei que autoriza a contratação de R$ 2,72 bilhões em operações de crédito para a execução da extensão da linha até o Jardim Ângela. Neste momento, o processo encontra-se em fase de análise e aprovação dos projetos que estão sendo elaborados pela concessionária que, posteriormente, seguirá com a contratação da empresa responsável pela execução das obras.
A obra, estimada em R$ 3,4 bilhões, inclui a ampliação de 4,3 km entre Capão Redondo e a nova estação Jardim Ângela, com uma via elevada de 3,2 km ao longo da Avenida Carlos Caldeira Filho e um túnel de 1,1 km, além da integração com um terminal de ônibus urbanos. Quando concluída, em 2028, conforme cronograma previsto, a extensão permitirá que o trajeto entre Largo Treze e Jardim Ângela seja feito em 22 minutos, beneficiando diretamente cerca de 56 mil passageiros por dia neste trecho.”
Pq o convênio com a prefeitura foi encerrado com pouco tempo desde que a extensão foi anunciada? Deram algum motivo? Soa estranho sabendo que a Prefeitura e o Governo Estadual são aliados. De qualquer forma, ainda haverá a extensão da avenida até o MBoi Mirim?
A princípio não.
A pretensiosa extensão bilionária vai atender apenas 56 mil passageiros por dia? Melhor que fique no papel.
56 mil passageiros é aproximadamente 10% da demanda atual da linha 5. apenas capão redondo e as estações de integração possuem número de movimento de passageiros maior que 56 mil. Logo, seguindo a sua lógica, a linha nem deveria existir
Cada vez que a expansão para o Jardim Ângela é apresentada pelo Metrô, a demanda varia:
Em 2013 o Metrô anunciava 124 mil passageiros por dia para a extensão.
Em 2019 o Metrô anunciava 199 mil passageiros por dia para a extensão.
Hoje o Metrô anuncia apenas 56 mil passageiros para a extensão.
O custo de construção do trecho Largo Treze-Chácara Klabin (11 km) foi de R$ 4,2 bilhões.
Esse é o custo estimado para o custo das obras da expansão Jardim Ângela (com 4 km).
Aí é outra questão. O custo da obra foi efetuado pela própria concessionária, que ainda escolheu o projeto mais econômico.
Mas quanto a viabilidade, com certeza é viável. Seria absurdo se fosse uma demanda de 5000, mas 56 mil é muita gente atendida.
Uma grande parte das estações de Metrô e Trem Metropolitano atendem por dia menos de 25.000 pessoas.
Ou seja, duas novas estações de 28.000 usuários por dia cada(se fosse assim a divisão) é excelente e necessário.
Você tá realmente comparando custos de 15 anos atrás com hoje, quando o dólar era R$2,00 e não tinha uma recessão mundial acontecendo?
Personagem cada dia pior… Não sei o que é mais absurdo: achar que a estimativa é baixa, ou desconsiderar que a linha opera com oferta e demanda abaixo do projetado, o que por sua vez indica que mesmo a concessionária, tão elogiada por essa criatura, tem bastante interesse na expansão e, como sabemos, não se movimenta a fundo perdido.