O Metrô de São Paulo já acumula um prejuízo de mais de R$ 800 milhões em 2021. Segundo dados divulgados pela companhia, até setembro o resultado do ano é negativo em R$ 804,7 milhões.
Trata-se de um nível bem menor do que o registrado em 2020 quando a empresa administrada pelo governo do estado teve um prejuízo recorde de R$ 1,7 bilhão. Naquela ocasião, a queda na receita por conta das restrições sociais impostas para conter a disseminação da Covid-19 esvaziou o caixa do Metrô, ao mesmo tempo em que os cortes de custos tiveram um efeito mínimo.
Em 2021, ao contrário, a receita bruta está em elevação, embora num ritmo lento. A companhia registrou um faturamento total de R$ 147,6 milhões em setembro, o mais alto nível desde o início do surto, em março do ano passado.

A principal responsável pelo aumento foi a arrecadação com tarifas, que chegaram a R$ 850 milhões em nove meses. Para ser ter uma ideia, em todo o ano passado, o Metrô obteve R$ 1,1 bilhão com as passagens vendidas, isso contando com janeiro e fevereiro e parte de março, que não foram afetados pelo coronavírus.
Por outro lado, o Metrô tem perdido receita com atividades acessórias e também com o ressarcimento de gratuidades, que complementam o faturamento com tarifas.
Contribuem para um resultado menos negativo do que em 2020 o fato do item “Outras receitas) operacionais estar positivo, com entrada de R$ 154 milhões até aqui. A companhia não detalha em seu relatório do que se trata esse valor.
O governo Doria também tem repassado dinheiro do tesouro para ajudar a empresa a cumprir com suas obrigações. Em outubro, a gestão liberou R$ 178,4 milhões para o Metrô e na semana passada, outros R$ 76 milhões como crédito suplementar.

Aumento da tarifa
A atual gestão tem buscado outras fontes de receitas para equilibrar as contas da companhia, como ocorreu recentemente com os “naming rights”, concessão de uso dos nomes das estações. Outra iniciativa visa colocar a empresa no mercado de capitais a fim de obter financiamentos por meio da venda de debêntures. O processo deve ocorrer em 2022, segundo se comenta.
Outra saída estudada é o reajuste da tarifa, o que pode impactar positivamente na receita da empresa já que o valor está congelado há dois anos. Tanto o governo do estado quanto a prefeitura da capital paulista dizem analisar dados para estabelecer qual será o reajuste a ser anunciado – atualmente Metrô, CPTM, EMTU e os ônibus gerenciados pela SPTrans cobram R$ 4,40 pela viagem unitária.