A estreia da primeira estação do Metrô a exibir um “naming rights” (direitos de nomeação) foi bastante discreta. Prometida para sexta-feira (26) “com a aparição das novas placas em todo enxoval de comunicação e sinalização da estação, bem como do famoso totem nos acessos”, a divulgação da marca “Assaí Atacadista” na estação Carrão ficou restrita a algumas placas e mapas.
O trabalho de reconfiguração da programação visual da estação da Linha 3-Vermelha deve levar mais tempo já que envolve grandes mudanças como nas placas das plataformas, que ainda exibem um padrão desatualizado da companhia há vários anos.
O site visitou a estação Carrão neste sábado e registrou a placa externa da estação já no novo esquema além de mapas, que são mais simples de serem alterados. O sistema de som nas plataformas e mezanino assim como os trens ainda não citavam a rede de atacarejo.
A Assaí Atacadista, que surgiu na Vila Carrão, anunciou ter assumido os direitos de renomear a estação na semana passada. O acordo, no entanto, foi feito por intermédio da agência DSM, empresa que ofereceu uma mensalidade de R$ 168 mil em leilão em que só ela participou em junho – os valores que serão pagos pela empresa atacadista não foram revelados.
O Metrô deve anunciar em breve as marcas que serão exibidas nas estações Penha e Saúde, também assumidas pela DSM. A companhia tentou leiloar as paradas Anhangabaú, Brigadeiro e Consolação por duas vezes, mas não teve sucesso.

Reclamações nas redes sociais
A reação dos usuários nos perfis em redes sociais do Metrô e da Secretaria dos Transportes Metropolitanos foi bastante crítica à primeira experiência com “naming rights”. A maior parte dos comentários nas postagens sobre a novidade foi negativa, criticando a associação de um patrimônio público com um estabelecimento comercial, o fato de a propaganda afetar a identidade do serviço e poluição sonora nos avisos, entre outros.
No perfil do presidente do Metrô, Silvani Pereira, um seguidor citou o exemplo da estação Vila Olímpia, da Linha 9-Esmeralda da CPTM, que foi assumida pelo Banco Santander sem alterar sua denominação. “Metrô poderia ter feito algo nesse sentido e não essa bagunça q vai ficar as estações cada uma com um nome de empresa diferente…“, afirmou.