O transporte sobre trilhos no Brasil é um cenário de contrastes. Se em São Paulo há linhas de metrô com tecnologia de ponta e que movimentam milhões de passageiros, em outras regiões do país persistem ferrovias precárias e sistemas pouco eficientes, com algumas exceções.
O panorama da malha metroferroviária brasileira continua preocupante. Pouco se investe nesse modal diante da necessidade de mobilidade de qualidade em grandes metrópoles.
O site fez um levantamento com os dados de passageiros transportados nos sistemas sobre trilhos do país no ano passado e a constatação é que são poucos os estados onde há iniciativas contínuas para expandir e aprimorar esse tipo de serviço.
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São Paulo é, no entanto, de longe o estado mais estruturado nesse sentido a ponto de transportar 77% dos passageiros que usam linhas de trens no país.
Segundo colocado nesse quesito, o Rio de Janeiro representa apenas 12% do total de usuários embora tenha uma extensão quase tão grande quanto São Paulo (351 km contra 390 km).
Se o MetrôRio e o VLT Carioca têm uma demanda importante, a Supervia é um desalento, com falhas gritantes e a ameaça constante de suspender seus serviços.
Raridade em um país que parece só pensar em ônibus, a Bahia desponta como 3º estado que mais transporta pessoas em ferrovias, com 4% de participação.
Vale lembrar que o Metrô de Salvador e Lauro de Freitas foi inaugurado há apenas dez anos e a região metropolitana perdeu o trem do subúrbio, emobra este tivesse pequena representatividade em números.
O Ceará também é uma exceção, com a 3ª maior malha sobre trilhos, fruto do investimento em linhas de VLTs (Veículo Leve Sobre Trilhos). O estado também ousou implantar a primeira linha de metrô escavada por tatuzões fora do eixo Rio-São Paulo, mas o projeto está bastante atrasado.
Outro estado que pode virar o jogo é Minas Gerais, após a concessão da Linha 1 antes operada pela estatal federal CBTU. Agora nas mãos do Grupo Comporte, há esperança de que os investimentos possam reverter uma situação preocupante, a queda no número de passageiros em virtude do aumento do valor da tarifa, que pulou de R$ 1,80 em 2019 para R$ 5,50.
ViaQuatro e o Metrô lideram em capacidade
Um dado demonstra com clareza como o transporte ferroviário de passageiros carece de investimentos em tecnologia. Trata-se de quantos passageiros cada operadora transporta por quilômetro de trilhos.
Não surpreende que a malha de metrô paulista lidere com margem esse quesito. A ViaQuatro, que está à frente da Linha 4-Amarela, tem o maior índice, de quase 15 milhões passageiros por km.
O Metrô de São Paulo, com seus quatro ramais, não está longe, beirando 12 milhões de usuários/km, seguido da ViaMobilidade na Linha 5-Lilás (7,7 milhões de passageiros por km).
Separados nos dados da Agetransp, a agência de transporte do governo do Rio, o Metrô que opera as linhas 1 e 2 tem um índice de 3,9 milhões por km e a RioBarra (Linha 4), 2,8 milhões por km.
Nesse meio temos ainda a ViaMobilidade Linhas 8 e 9 com 2,9 milhões e a CCR Metrô Bahia (2,7 milhões/km).
A CPTM e a Supervia, em virtude das suas imensas malhas herdadas de companhias estatais federais e estaduais, têm um índice mais baixo mas a empresa paulista transporta mais de sete vezes o volume por km da operadora fluminense.
Das operadoras restantes, apenas o Metrô DF consegue uma razão acima de 1 milhão de usuários por km, um sinal de que muitos sistemas, embora até extensos, têm uma infraestrutura extremamente aquém do necessário.
Mais trens, sistemas de sinalização e energia e outros
É, portanto, óbvio que a malha brasileira não apenas precisa ser expandida – e muito -, mas também atualizada e recuperada.
Não são apenas trens mais novos e eficientes, mas vias seguras e sistemas de sinalização, energia, comunicação, entre outros, que proporcionam um serviço melhor e confiável.
Além disso há o fator social. A rede paulista chegou a esse patamar não apenas pelo investimento em tecnologia e expansão, mas porque é um sistema acessível, com tarifa integrada em quase toda a malha.
Aqui não se discute se o formato de arrecadação e manutenção do serviço é o ideal, mas não há dúvida que ele tem que ser sustentável tanto para o estado quanto para a população.
O desmanche da SuperVia é um exemplo de como essa equação é delicada.
A real é que a rede paulista destoa dos demais, porque o estado tem uma economia enorme, e portanto capacidade financeira para investir em transporte sobre trilhos, que é muito caro e deficitário. E muitos estados não tem como arcar com esse ônus.
O governo federal deveria ter papel de destaque na expansão de outros sistemas Brasil afora, mas nunca houve interesse, nem prioridade.
O governo federal financia a expansão do metrô de Fortaleza, por exemplo. Porém o governo do Ceará não contratou sistemas de sinalização e o metrô que deveria transportar 250 mil pessoas por dia (Linha Sul), transportar apenas 30 mil com intervalos altos entre trens.
Não adianta a União investir e deixar os projetos na mão dos estados.
Em contrapartida, os investimentos do governo federal/ do PT para o estado mais populoso e que mais contribui com impostos é vergonhoso…
Todos os governos foram assim R….pq não reclamou dos governos anteriores?
O governo federal investe na expansão do metrô paulista desde sempre. A gestão federal está querendo financiar a expansão para Jardim Angela mas o governo Tarcísio não quer o financiamento.
investe desde sempre? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkvprocure se informar melhor, querido!
Realmente é de dar pena, sp tem uma rede muito superior as demais cidades do país e mesmo assim nem perto do ideal, e justamente vem sendo expandida e aprimorada, agora esses outros estados sem perspectiva alguma de mudança? Preocupante!
Gráficos e planilhas atualizadas muito bem elaboradas como estas em nome da transparência, deveriam contribuir de forma técnica e decisiva na tomada de decisões, mas infelizmente não é isto que acontece!
Neste momento pesquisas de Origem Destino, bem como a demanda e satisfação de todas linhas Metrô/ferroviárias SP pendentes desde 2017 que embora existam não são divulgadas e que facilmente indicariam está completa disparidade entre outras, pois é o mais importante levantamento de mobilidade de uma região metropolitana, desta forma os planejadores não podem continuar ocultando e deixar de consultar e desprezar esta importante ferramenta direcional se realmente desejarem beneficiar linhas de menor ‘demanda’ e não lançar projetos aleatórios comprovadamente manipulados, postergando e desprezando a pesquisa o máximo possível para iludir e camuflar e tentando corrigir e justificar este planejamento pífio.
Por eles se detectaria facilmente que o atual Serviço-710 beneficia ~160 mil por dia. A demanda média diária das linhas 7 e 10 gira em torno de 750 mil. São números altamente expressivos para ser desprezado por um serviço que será extinto por conta de um TIC obsoleto de baixa demanda tão logo o contrato com a futura operadora seja assinado, além de possuir serviço expresso que poderia operar em via singela central ociosa entre Capuava e Brás beneficiando os usuários do Alto Tietê da Linha 2-Verde e futura 14-Onix, ou seja, apenas um trilho para os dois sentidos pendular da viagem.
Leoni, seu comentário demonstra a inutilidade do Serviço 710. Se ele beneficia apenas 160 mil dos 750 mil passageiros das duas linhas, então merece ser desativado.
O 710 foi apenas uma cortina de fumaça da CPTM para esconder a falta de investimentos nas Linhas 7 e 10, que ficaram com estações velhas (a 10 teve reformas feitas à toque de caixa em algumas estações), sinalização obsoleta e problemas de energia.
Quem defende o 710 acha que não é preciso fazer mais nada nessas linhas.
Baita benefício sobrecarregar a Linha 3 novamente… não, melhor! Sobrecarregar a Linha 11 pra fazer baldeação no meio da Luz. Um gênio.
Manter o serviço obrigatoriamente impede qualquer investimento em ambas as linhas? Menos.
Coincidência ou não, os investimentos em energia e frota nas duas linhas foram eliminados e em estações e sinalização reduzidos e postergados.
Viva o Serviço 710!
pela sua lógica então a L15 precisa ser desativada já q descarrega 130mil passageiros na L2 “prejudicando” os outros 500mil q circulam na linha? toda a operação melhorou com a unificação só vc q acha q n, os passageiros aprovam, a L11 agradece, o intervalo melhora em ambas as linhas mas n a cptm tem q desativar pq o ivo e o passageiro preguiçoso q quer ir sentado na luz e no brás querem
Ivo, o que solicitei é a divulgação de pesquisas de Origem Destino atualizada, bem como a demanda e satisfação de todas linhas Metrô/ferroviárias SP pendentes, sua contestação pode ter vindo de alguém que não é usuário frequentador do transporte público regularmente e ignora aquele slogan da campanha do Metrô-SP em uma campanha recente: “A melhor forma para se flexibilizar o que ocorre atualmente nos sistemas públicos de transporte é o de se evitar e minimizar aglomerações e superlotações, e com relação aos usuários, é o de se deslocar da sua origem e destino com menor tempo possível e num mínimo de transbordos possíveis em menor tempo diário”, porém finge desconhecer as facilidades que esta linha proporciona!
O Serviço-710 ultrapassou em ~21% a linha 11-Coral era a de maior demanda da CPTM (dados de 2017), é uma consolidação do projeto “Integração Centro” que teve suas origens no início do novo milênio e é a ÚNICA que reúne a possibilidade de plena integração em TODAS estações chaves do Metrô e da CPTM sem prejudicar e interferir nos serviços e linhas existentes, os “loops” e intervenções são independentes, e ao contrário que acontece com as Linhas 8 e 9, e 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade que são concorrentes, ou seja uma ocorrência ou paralização em uma prejudica as outras e a sinalizações totalmente compatíveis. A economia de tempo de deslocamento para a operação, com a redução no tempo de manobra e retorno, e a economia de tempo para os passageiros, que não precisaram mais realizar as desconfortáveis baldeações desnecessárias, se mostra formidável.
Não se justifica em mais uma atitude afoita e sem planejamento algum com o poder público bancando ~R$ 900 milhões como contraprestação fixa pela operação da Linha 7 e do TIM até Campinas com baixíssima demanda menor que 10% (semelhante a atual Linha 13-Jade), serviços também incluídos na concessão uma mutilação e se desmembrar, pois comprovadamente não serão somente os passageiros do Linha Integradora-710 que serão prejudicados, mas de todo sistema Metrô CPTM e Via Mobilidade, uma vez que se recebe diretamente conexões diretas com TODAS Linhas do Metrô /CPTM, exceto as Linha 9-Esmeralda e 5-Lilás, que com pequenas expansões também é possível fazer, é novamente os gestores enfiando goela abaixo decisões precipitadas de mobilidade sem consultar os usuários, ao invés de facilitar.
Excelente postagem sobre a malha metroferroviária do Brasil.
Uma sugestão de postagem seria sobre a Linha Leste da Metrofor que possui o projeto de metrô via subterrâneo na cidade de Fortaleza.