O embate entre o governo do estado, administrado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, terá um novo capítulo nesta segunda-feira quando a entidade marcou uma assembléia para uma possível greve amanhã, 15 de agosto.
O motivo do protesto é conhecido, os planos de privatização do Metrô e da CPTM, entre outras empresas controladas pelo estado. A entidade decide a partir das 18h30 se haverá greve nas quatro linhas do Metrô (1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata).
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Antes disso, no entanto, a diretoria do sindicato realiza uma entrevista coletiva às 10h. Segundo a entidade, a privatização irá piorar os serviços para os passageiros além de torná-los mais caros, utilizando como exemplo a SuperVia, no Rio de Janeiro.
“As linhas privatizadas registram o TRIPLO de falhas. Quem é usuário das linhas 8 e 9 da Via Mobilidade sabe disso. E quem não é, pode acompanhar pelas notícias. Todo dia tem falhas, lentidão e descarrilamentos. Esses acidentes colocam em risco a vida da população e dos trabalhadores”, diz texto divulgado pelo sindicato.

Novamente, a direção do sindicato propôs o esquema de catraca livre ao governo, em que os funcionários compareceriam ao trabalho, mas os passageiros acessariam o sistema sem pagamento de tarifa. A hipótese, entretanto, não costuma ser aceita pelo estado.
Terceirização da manutenção
Desde que assumiu o governo em janeiro, Tarcísio tem citado planos de promover mudanças no Metrô e na CPTM. A companhia de trens metropolitanos deve perder seus ramais, que serão incluídos em concessões do Trem Intercidades.
Já o Metrô, segundo declaração do governador, teria seu foco alterado, passando a ser uma empresa de gestão de projetos e não operadora das linhas.
Entretanto, em documento a que este site teve acesso, a gestão planeja conceder o próprio Metrô, juntamente com novas linhas como a 19-Celeste e a 20-Rosa.

“Metro Linhas 19 ou 20 e/ou desestatização+extensão Linha 2+investimentos Linha 15 (a ser estudado, de acordo com evolução de investimentos em andamento)”, diz o escopo do chamado Lote 4 de projetos de mobilidade urbana sobre trilhos que fazem parte dos planos de concessão.
Os estudos para desestatização do Metrô devem ter início em setembro, ainda segundo o documento. A previsão é que a companhia tenha o edital de privatização lançado em março de 2025 e a assinatura do contrato, seis meses depois desse prazo.
O sindicato também mira uma licitação mais próxima, marcada para o final do mês, em que o Metrô pretende terceirizar a manutenção dos trens de monotrilho Innovia 300, hoje sob responsabilidade da fabricante, a Alstom.
O contrato prevê que a empresa privada cuidará de 25 dos 27 trens atuais, além de novas composições que serão entregues nos próximos anos.