Trabalho de drenagem dos poços da Linha 6-Laranja tem início

O VSE Tietê alagado: drenagem teve início (iTechdrones)

Começou nesta quinta-feira (3) um trabalho crucial para compreender a extensão dos prejuízos causados à Linha 6-Laranja de metrô após o rompimento do interceptor de esgoto ITI-7 instantes após o tatuzão que escava os túneis da obra chegar ao SE Aquinos. Trata-se da drenagem do material depositado nos poços e que cobriu não apenas a tuneladora sul como também parte do outro shield que escavará no sentido norte.

Segundo a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, cerca de 170 milhões de litros de esgoto serão retirados do local. Para isso, bombas de sucção foram instaladas em pontos estratégicos a fim de transportar o material para um coletor da Sabesp localizado na margem oposta do local do acidente, que fez parte das vias da Marginal Tietê desmoronarem na terça-feira (1).

YouTube video

Além do coletor, também o interceptor ITI-1 será usado para retirar o material dos túneis e poços da obra tocada pela construtora Acciona.

Como o site mostrou em primeira mão, o rompimento do interceptor ocorreu após a passagem do tatuzão sob o imenso túnel que escoa o esgoto de 2,2 milhões de pessoas que moram na região central de São Paulo.

Diagrama divulgado pela Acciona mostra por onde o esgoto acabou chegando ao poço

O vídeo gravado por funcionários da Acciona mostra o shield, como é conhecido o equipamento de escavação, girando a roda de corte após derrubar a última parede que o separava do poço Aquinos. Minutos depois, já com a máquina parada, uma pequena cascata de esgoto começa a escorrer logo à frente da roda de corte e em seguida o material passa a jorrar em grande quantidade. Apesar da dramaticidade da cena, não houve vítimas.

Tatuzão avariado

Após o esgoto ser drenado dos poços, será possível analisar os danos na tuneladora, um equipamento adquirido pelo consórcio anterior de um grupo francês que o fabricou na China. A empresa foi vendida posteriormente e não se sabe até que ponto ela ainda presta algum tipo de assistência já que a Acciona contratou uma concorrente, a alemã Herrenknecht, para fornecer suporte aos trabalhos na Linha 6.

Peças do segundo tatuzão que estão preservadas (iTechdrones)

Embora tuneladoras sejam projetadas para avançar em lençois freáticos e ter contato com água e outros líquidos, o fato de o equipamento de 109 metros estar submerso em esgoto há dias certamente danificará partes mais sensíveis.

Somente com acesso ao local e análise das peças será possível averiguar a extensão dos danos e como ele poderá ser recuperado. Vale lembrar que o segundo tatuzão não chegou a ter todas as peças içados para o fundo da vala. Uma hipótese é que os componentes preservados possam servir como substitutos para a tuneladora sul como forma de antecipar seu retorno ao trabalho de escavação.

O poço SE Aquinos, que foi o primeiro a ser inundado pelo rompimento do interceptor (iTechdrones)

A tuneladora sul, que começou a escavar os túneis no dia 16 de dezembro, havia percorrido cerca de 260 metros dos 10 km previstos em seu trajeto. O prazo para concluir a abertura dos túneis é maior do que o da tuneladora norte, que tinha previsão de partir no mês que vem em direção à região Brasilândia. Ao contrário do primeiro tatuzão, o segundo escavará em rocha e por isso avançará num ritmo mais lento por aproximadamente 5 km.

Apesar de a Acciona ter reiterado que as demais frentes de trabalho da obra seguem funcionando, todas eles dependem da passagem dos tatuzões para serem concluídas. Por isso, o tempo perdido para recuperar os equipamentos e retomar a escavação será determinante para saber qual o impacto no prazo de entrega da Linha 6-Laranja, originalmente marcado para outubro de 2025.

Previous Post

Confira o que muda nos trens com a chegada da ViaMobilidade nas linhas 8 e 9

Next Post

CPTM realiza campanha para arrecadar mantimentos para vítimas de chuvas na Grande São Paulo

Related Posts