Trem da Frota G é o que mais roda sem falhas; Frota E, o pior do Metrô. Veja ranking

Dados fornecidos pela companhia mostram que composições da Alstom, que circulam na Linha 3-Vermelha, têm menor índice de falhas nos últimos anos

Trem da Frota G, fabricado pela Alstom
Trem da Frota G, fabricado pela Alstom (Jean Carlos)

O Metrô de São Paulo opera com oito tipos de trens, mas você sabe qual deles é o que menos tem problemas e falhas?

Pois o site obteve informações da companhia via SIC e apresenta a seguir o ranking de disponibilidade dessas composições.

São os dados de MKBF (Mean Kilometer Between Failure, ou Quilometragem Média entre Falhas, numa tradução livre), que mostram qual distância os trens operam sem apresentar um problema.

O período levantado vai de 2020 e novembro de 2024, portanto é uma amostragem que pode sofrer variações desde então.

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Ainda assim é um termômetro para entender a complexidade de manter diversos equipamentos de fornecedores diferentes e que atuam em situações distintas.

Confira a lista:

Frota E é o pior trem do Metrô, de longe

Fabricado pela Alstom entre 1996 e 1999, os onze trens da Frota E são certamente os piores que rodam nas linhas operadoras pelo Metrô. Primeiro porque eles são os únicos sem ar-condicionado, o que já denota sua impopularidade entre os passageiros que sabem reconhecê-lo.

Mas a Frota E também é o trem que menos roda sem apresentar alguma falha. Seu MKBF médio nos últimos cinco anos foi de 2.617 km para cada falha. Vale observar que essas unidades vêm circulando cada vez menos sem problemas. Em 2024, a média foi de apenas 1.743 km, segundo os dados.

O Metrô, no entanto, já revelou que o plano que a Frota E saia de serviço, assim que os novos trens da Frota R entrarem em operação. Por enquanto, eles circulam na Linha 1-Azul apenas, quando preciso.

Trem da Frota E do Metrô de SP: patinho feio (Jean Carlos)

Frota K é o que menos roda entre os trens reformados

Reformados pelo consórcio MTTrens, formado pelas empresas T’Trans, MPE e Temoinsa, os trens da Frota K são os antigos Frota C, fabricados pela extinta Cobrasma.

Os dados mostram que os 25 trens são os mais problemáticos entre os que passaram pela revitalização e modernização, com média de rodagem de 6.429 km a cada falha.

O resultado ruim não surpreende já que a Frota K ficou famosa há pouco mais de uma década por apresentar vários problemas após a reforma. O Metrô, inclusive, cobra R$ 26,7 milhões de multa do consórcio.

Trem da Frota K, o mais problemático dos reformados

Único trem fornecido pela CAF, Frota H já foi melhor

A espanhola CAF, que já forneceu dezenas de trens para a CPTM, fechou um contrato com o Metrô para produzir 17 composições da Frota H em 2007.

As unidades, que possuem portas mais largas, circulam na Linha 3-Vermelha e tiveram uma falha a cada 6.966 km no ano passado (até novembro). É um patamar pior do que em 2020 e 2021 quando esses trens ficavam em circulação por cerca de 8.000 em média.

Fabricada pela CAF, Frota H tem portas mais largas (Márcia Alves/CMSP)
Fabricada pela CAF, Frota H tem portas mais largas (Márcia Alves/CMSP)

Frota J, herdeira da pioneira Frota A

Modernizadas pelo consórcio BTT (Bombardier, Tejofran e Temoinsa), as 26 composições da Frota J são velhas conhecidas do passageiro. Tratam-se de parte dos trens da pioneira Frota, fabricadas pela Mafersa e americana Budd e que estrearam na Linha Norte-Sul (atual Linha 1) em 1974.

Essas composições seguem operando nesse ramal, mas também podem ser usadas na Linha 2-Verde, graças ao sistema CBTC certificado. Elas apresentam um MKBF médio de 8.269 km a cada falha.

Curiosamente, a disponibilidade tem melhorado desde 2022, quando era de 7.068 – no ano passado os trens circularam 8.675 km sem apresentar algum problema.

Interior da Frota J
Interior da Frota J (Jean Carlos)

Frota L rodou mais de 11.000 km sem falhas em 2024

A Frota L é a reedição atualizada da Frota D, que circulava na lotada Linha 3-Vermelha. Os 22 trens passaram pelo processo de modernização realizado pela Alstom e a IESA e que foi realizado entre 2011 e 2017.

Essas unidades operam na Linha 1-Azul atualmente e atingiram um excelente índice de disponibilidade em 2024, com uma média de falhas apenas a cada 11.000 km.

Trata-se de uma melhora em relação a 2022, quando as falhas ocorriam a cada 8.000 km. Uma possível explicação está na implantação do sistema CBTC, que inicialmente apresentou mais problemas, como é esperado.

Trem da Frota L (Jean Carlos)
Trem da Frota L (Jean Carlos)

Frota M, o criticado monotrilho tem um dos menores índices de falha

Se dependesse da imprensa genérica e do lobby rodoviário, os trens da Frota M, fabricado pela Bombardier (hoje Alstom) estariam no fim da lista de melhores composições do Metrô.

Mas o monotrilho tem uma elevada média de confiabilidade, que beira os 10.000 km a cada falha. A tendência é que elas ocorressem com maior frequência agora que a Linha 15-Prata tem atendido mais passageiros, mas em 2024 essas unidades foram a 3ª mais eficiente da companhia, com 9.930 km a cada defeito.

Trem da Linha 15-Prata do Metrô (Jean Carlos)
Trem da Frota M, da Linha 15-Prata do Metrô (Jean Carlos)

Frota I, o melhor trem reformado

Os 25 trens da Frota I são os mais confiáveis entre as unidades reformadas. Reformados pelo consórcio Modertrem (Alstom e Siemens), essas antigas unidades da Frota A rodam nas linhas 1-Azul e 2-Verde e atingiram o melhor nível de MKBF em 2024, de 11.130 km a cada falha.

Os dados dos últimos cinco anos mostram uma evolução na confiabilidade da frota, que tinha um índice de 9.152 km em 2020.

Linha 2-Verde deverá ser incrementada (Jean Carlos)
Frota I, que mais é confiável entre os trens reformados (Jean Carlos)

Frota G, o campeão do Metrô

Ironicamente, o trem mais confiável do Metrô de São Paulo tem uma relação simbiótica com o mais problemático.

A Frota G surgiu a partir de manobra jurídica em que a Alstom deu sequência ao contrato original que deu origem à Frota E.

Um total de 16 trens foram fabricados, baseado no projeto “Metropolis”. Esses trens foram destinados à Linha 2-Verde e exibiam cores em azul e verde.

Com portas mais largas, assim como a Frota H, as composições foram alocadas na Linha 3-Vermeha, conhecida pela demanda pendular.

Nos últimos cinco anos, a frota rodou 10.267 km sem falhas em média, no entanto, o índice tem caído nos últimos tempos, indo de 12.267 km em 2021 para 9.525 km em 2024.

Novos trens reforçarão frota atual do Metrô (Jean Carlos)
Frota G tem a melhor média, mas está em queda (Jean Carlos)

Tendência é de queda

Os dados de MKBF são uma leitura momentânea da situação e influenciados por vários fatores, é importante dizer. Cada operadora também utiliza alguns critérios de medição diferentes, portanto, nem sempre é possível comparar números absolutos.

A tendência, no entanto, é que ocorram mais falhas no início do serviço e após um período de estabilidade, quando os trens atingem seu ápice. É o que a indústria chama de “curva da banheira”.

Esse comportamento deverá ocorrer nos próximos anos com a Frota R, com 44 trens e que será fabricada pela chinesa CRRC para operar nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha.

Colaborou Piotr55

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Alessandro
Alessandro
2 dias atrás

Não é segredo para ninguém que o Frota G é o melhor trem do Metrô de São Paulo, sem dúvidas foi a melhor compra do metrô até hoje.

kiritsu
kiritsu
2 dias atrás
Responder para  Alessandro

Não só o melhor quanto os mais bonitos, aquela paleta de cores em verde clarinho é simplesmente um xodó, espero q os frota R lembrem um pouco ele, ganharemos muito se assim for

kiritsu
kiritsu
2 dias atrás

Mano, 1753km é mto pouco, considerando que a L1 tem 23km, são pouco mais de 75 voltas na linha, considerando o trajeto de 44min, a frota E se rodar das 4h40 as 00h00 ele pode apresentar uma falha a cada 3 dias, é urgente esses trens serem aposentados

Ivo
Ivo
1 dia atrás

A Frota K apenas herdou os problemas da Frota C (Cobrasma).

Quando o Metrô decidiu contratar os trens da Linha Leste Oeste no final dos anos 1970, a idéia era que apenas um consórcio fosse contratado. Considerando o sucesso inicial da frota fornecida pela Mafersa para a Linha Norte Sul, era natural que ela fosse a escolhida. Mas por pressões políticas e econômicas, o Metrô teve de dividir o contrato da frota entre a Mafersa e a Cobrasma. Enquanto a Mafersa foi bem sucedida no fornecimento, a Cobrasma sofreu diversos problemas que culminaram mais tarde na falência da empresa em 1994.

Victor M
Victor M
1 dia atrás

Vamos ver se pelo menos boa parte da frota G (com as maravilhosas portas largas) vai voltar para a L2, futuramente, quando esta passar a lotar (superlotar) mais do que a L3.

Rafael
Rafael
3 minutos atrás

Taí uma métrica que eu não conhecia. Parabéns ao site por trazer informação de qualidade e aprofundada, dessa forma podemos entender melhor a complexidade do sistema.