ViaMobilidade obtém pela segunda vez nota zero no Índice de Satisfação do Passageiro

Avaliação é feita a cada seis meses e, apesar de leve melhora, impressão dos usuários continua ruim a respeito da concessionária
Trens lotados em horário de pico (Jean Carlos)

A nova pesquisa de opinião sobre a qualidade dos serviços prestados pela ViaMobilidade nas Linhas 8 e 9, referente ao segundo semestre de 2022, voltou a apresentar resultados ruins para a concessionária, a despeito de uma leve melhora.

No geral, a ViaMobilidade obteve resultados melhores do que aqueles registrados pela pesquisa do primeiro semestre de 2022. No entanto, o número não é suficiente para garantir o índice mínimo de qualidade no quesito Índice de Satisfação do Passageiro (ISP). O site fez uma matéria detalhada sobre como é feita a avaliação da concessão da ViaMobilidade.

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Resultados

 

No quesito rapidez de viagem, a ViaMobilidade obteve aumento nas avaliações nas Linhas 8 e 9 em quase todos os quesitos avaliados. Na Linha 8-Diamante as menções positivas sobre o tempo gasto na viagem dentro do trem subiu de 41% para 54%. Na Linha 9-Esmeralda o destaque foi o tempo para a abertura das portas que subiu de 57% para 66% de avaliações positivas.

No quesito conforto da viagem, também houve aumento de satisfação para as duas linhas. Apesar de melhorias gerais, existem alguns pontos que tiveram queda na qualidade, como o funcionamento do sistema de ar-condicionado nos trens. Na Linha 8-Diamante o índice foi de 60% para 53% de menções positivas, enquanto na Linha 9 o índice foi de 57% para 51%.

O fator confiabilidade subiu em ambas as linhas. Na Linha 8-Diamante todos os índices sofreram acréscimos nas menções positivas, com destaque para a quantidade de paradas dos trens nas viagens entre estações, que saiu de 45% para 56%. Na Linha 9-Esmeralda este mesmo índice caiu de 49% para 47% de menções positivas.

O indicador segurança contra acidentes também subiu em ambas as linhas, porém há destaques que devem ser vistos com maior cuidado. Em ambas as linhas o indicador de atuação quando há problemas nos trens caiu de 52% para 47% na Linha 8 e de 51% para 43% na Linha 9.

O parâmetro segurança pública teve queda de qualidade na Linha 8-Diamante e se manteve inalterado na Linha 9. No trecho oeste dos trens metropolitanos o índice mais preocupante são as ações para evitar assaltos e agressões, que caiu de 57% para 48%. Na Linha 9-Esmeralda a presença de agentes de segurança foi destaque positivo, subindo de 48% para 52%.

O atendimento ao passageiro caiu de qualidade na Linha 8-Diamante, mas subiu na Linha 9-Esmeralda. A ação dos agentes de segurança teve queda de 62% para 58% na Linha 8-Diamante.

Cabe uma menção honrosa para a atuação dos maquinistas de ambas as linhas, com destaque para a Linha 9-Esmeralda, que permanece como o quesito mais elevado de toda a pesquisa, saindo de 70% para 81% de avaliação positiva. Na Linha 8-Diamante o índice saiu de 75% para 79%.

Em termos de informação ao passageiro, o índice de satisfação subiu na Linha 8 e caiu na Linha 9. Na linha Diamante as mensagens sonoras tiveram destaque positivo saindo de 46% para 56% enquanto na linha Esmeralda ocorreu o efeito oposto, com queda de 66% para 59%.

O último quesito avaliado é a acessibilidade aos passageiros que teve melhora em ambas as linhas. Na Linha 8-Diamante o destaque foi para a facilidade no embarque aos passageiros preferenciais que subiu de 31% para 41%. Na Linha 9-Esmeralda a atuação dos empregados para com os passageiros preferenciais subiu de 53% para 60%

O Índice de Satisfação Geral do Passageiro (IGS) para as duas linhas operadas pela a ViaMobilidade aumentaram discretamente. Na Linha 8-Diamante a qualidade atribuída pelos passageiros passou de 47,1% para 51%. Já na Linha 9-Esmeralda a satisfação passou de  46,8% para 53,3% na qualidade do serviço prestado.

Segundo o contrato de concessão firmado em 2021, os dados do IGS são utilizados para a formulação do Índice de Satisfação do Passageiro (ISP) através de uma fórmula pré-determinada. 

O ISP por sua vez contribui com 15% do Índice de Qualidade do Serviço Prestado (IQS) que influencia na receita da empresa e que pode ser alvo de acionamento de processo de caducidade caso esteja em baixos níveis.

Fórmula utilizada para calculo do ISP (STM)

Os cálculos indicam que, pela segunda vez, a ViaMobilidade obteve “nota zero” no indicador ISP, demonstrando que a qualidade do serviço prestado ainda precisa melhorar bastante para se tornar satisfatória aos passageiros.

Para obter essa melhoria os investimentos prometidos precisam se concretizar com ações práticas como a chegada de novos trens, implantação de sistemas e ações na manutenção.

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  1. Isso era óbvio, com o MP, políticos da oposição, sindicalistas e a Rede Globo fazendo campanha contra a concessão desde seu início. Essa campanha (movida por interesses mesquinhos) está fazendo a opinião pública a ficar contra a concessão.

    Sem a concessão, não teremos melhorias. Simples. A CPTM abandonou a Linha 8 em 2015 e deixou diversas obras inacabadas e sem perspectivas de conclusão (reforma de várias estações, conclusão do novo pátio de Altino, conclusão da extensão Amador Bueno, sinalização, energia, via permanente, troca da rede aérea, etc). Com a concessão, todas essas obras tem prazo determinado (2027) para conclusão. Com a CPTM, a população havia desistido de cobrar melhorias, pois a estatal não tinha mais nenhuma credibilidade. Com a concessionária a cobrança é diária pois ela possui recursos, está fazendo obras e possui alguma credibilidade.

    Agora não vemos esse tipo de avaliação independente nas linhas estatais. A CPTM trocou o principal índice de manutenção dos seus trens em 2019 e inviabilizou o acompanhamento das falhas pelo público. A Cia. do Metropolitano não divulga o seu índice de regularidade publicamente (somente o do horário de pico), sendo que quase todas as operadoras nacionais divulgam.

    A fiscalização do transporte público deveria ser unificada e padronizada. Não dá para cobrar muito da concessionária e nada da CPTM e do Metrô.

    1. Discordo de vc…. Pq em 2015 ja era da ciência de todos que as linhas 8 e 9 seriam privatizadas. Ai pergunto: pra que investir em algo que não será meu? É o mesmo pensamento que a CPTM teve. A besteira foi dar de mãos beijadas essas duas linhas. Pq, se o problema fosse a CPTM, as outras linhas do sistema também apresentariam problemas e não é isso que se vê. E, digo mais, assim que a linha 7 for privatizada por causa do TIC, vai ser a mesma coisa. Problemas em cima de problemas.

    2. Concordo. Opinião pública, provavelmente, de gente de oposição ou daqueles que usam a reclamação como um hábito. São esses tipos que colocam seus tênis e sapatos sujos e cheio de bactérias e vermes nos bancos dos trens, só pra dar um exemplo. Agora, gente que se deixa influenciar por essa emissora maldita, realmente, não raciocina muito, pois assiste muita novela, futebol e o telejornal parcial desse lixo de canal. Em todo caso, o título desse POST é bem exagerado.

  2. Aí fica fácil culpar tudo e pelas responsabilidades.
    Pra falar que é campanha contra, não deve ser usuário. De certo é apenas mais um com a vida carregada de inveja torcendo contra outras pessoas.

  3. A CCR, empresa que administra inúmeras concessões no Brasil com Itausa, Votorantim com participações da Andrade Gutierrez, Camargo Côrrea, CR Almeida, possuindo ações na Bolsa, renumera muito bem seus diretores, a maioria oriundos da CPTM e Metrô, o mesmo não ocorre com seus técnicos e operadores, tem como objetivo maior o lucro a seus acionistas, e não o bem-estar, qualidade e mobilidade dos usuários de serviços, gastando milhões em publicidades ilusórias em matérias pagas em jornais, revistas especializadas em rádio e TV, e investindo pouco na sua expansão e melhorias.
    Tudo isso só para tentar justificar a privatização e o monopólio da CCR. A verdade é que a CCR não é uma boa operadora, apenas as linhas que ela operava até então que eram linhas novas e modernas, com trens novos e modernos, com sistema de sinalização novo e moderno. Aí foi só pegar sistemas mais antigos que deu para ver a “qualidade” da CCR. Tudo o que a CCR sabe foi transferência de conhecimento do Metrô e agora da CPTM atravéz de operações assistidas. Porém diferente das estatais, a operadora privatizada quer lucrar e no fim economiza dinheiro com salário, condições de trabalho, treinamentos. Resultado: mortes e colisões, justamente dois eventos que são inaceitáveis. Não foi a CCR quem fez a Linha Amarela exemplar, foi a Linha Amarela moderna e recém construída que deixou uma boa imagem pra CCR. Vamos ver quanto tempo vai durar essa reputação.
    A população desinformada ficava bajulando a Via Quatro (CCR) por causa da operação da Linha 4 e malhando principalmente o Metrô pelo número de falhas das linhas 1, 2 e 3, mas esquecendo que a linha 4 além de ser nova, é a mais moderna também. Agora que começam a pegar as linhas mais antigas do sistema começam a aparecer o despreparo e os problemas também, só que como malham o Metrô e a CPTM, também não dá para passar a mãozinha na cabeça da CCR, pegaram a melhor linha da CPTM entre as seis antigas sem cargueiros compartilhados e sem TIC o que agravaria muito a situação, e o número de falhas dispararam com 132 em um ano nas Linhas 8 e 9. Ficando comprovado o despreparo e já imaginando o desastre quando pegarem as linhas 7, 10 e 12, comprovadamente mais problemáticas que as linhas desta concessão!

    1. Mas já foram privatizadas, por isso o índice está horrível. Na época da CPTM eram as melhores linhas do sistema de trens.

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