CCR estuda pedir indenização por queda de demanda no transporte sobre trilhos durante a pandemia

Grupo que controla várias concessionárias está discutindo o chamado reequilibrio econômico-financeiro dos contratos com o governo, que visa equacionar as perdas de passageiros não previstas durante o período da crise sanitária
Composição da Linha 5-Lilás vazia (Jean Carlos)
Composição da Linha 5-Lilás vazia (Jean Carlos)

A pandemia de COVID-19 vivenciada há poucos anos trouxe impactos significativos na demanda de transporte público. Nas linhas operadas pela iniciativa privada, que tem como modelo de negócio a obtenção de receita através da movimentação de passageiros, houve impacto significativo.

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Durante a teleconferência de resultados para o segundo trimestre de 2023, o diretor financeiro do Grupo CCR, Waldo Perez, declarou que um importante reequilíbrio está sendo projetado para mitigar os impactos na queda de demanda vivenciada no período de pandemia.

Estação Santa Cruz (Jean Carlos)
Estação Santa Cruz (Jean Carlos)

“Durante a pandemia a demanda ficou bastante abaixo do limite mínimo de 40% das nossas bandas de mitigação. As conversas estão avançando de forma bastante produtiva e esperamos ter notícias positivas em breve” declarou Perez.

Em resumo, o chamado reequilíbrio econômico-financeiro do contrato pode ser acionado em situações específicas, como aquela vivenciada durante o período de pandemia.

A CCR controla as concessionárias ViaQuatro (Linha 4-Amarela), ViaMobilidade Linhas 5 e 17 (5-Lilás e 17-Ouro) e ViaMobilidade Linhas 8 e 9 (8-Diamante e 9-Esmeralda), além de outros sistemas em estados como a Bahia.

Estação Republica (Jean Carlos)
Estação Republica (Jean Carlos)

Desta forma, a concessionária poderá pleitear uma margem de lucro maior para compensar o período de dificuldades financeiras. Isso pode ocorrer com aumento das tarifas técnicas ou com a prorrogação dos contratos. A alternativa ainda está em análise pelo governo e deverá ser anunciada em breve.

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16 comments
  1. Tomara que atrase uns 10 anos pra sair a compensação financeira, assim como faz a CCR com a população nas obras de melhorias das linhas que ela opera.

  2. Nas linhas 8 e 9 ela já pegou quando as coisas estavam voltando ao normal, e uma pesquisa recente mostrou que a grande maioria das pessoas já voltaram ao trabalho presencial, pouquíssimas ficaram em home office. Isso é tentativa dela de extorquir o estado mais uma vez.

  3. Como sempre, na privatização, o lucro é da empresa e o prejuízo do estado… Por isso que jamais concordarei com isso.

  4. Eu já fui mais favorável às privatizações e PPPs. Ainda penso que tem muitos setores da economia que funcionam melhor nas mãos da iniciativa privada. No caso de transporte sobre trilhos, isso não tem como ser possível, uma vez que não existe concorrência para que as empresas se motivem a melhorar seu negócio. Se alguém vai da Luz pra Pinheiros, ele tem que pegar a linha 4 de um jeito ou de outro. Nao há alternativa. O que acaba causando uma espécie de monopólio e acomodação por parte da empresa que administra.

    1. Acho que essa é a questão fundamental. não é a privatização que melhora e sim a abertura de concorrência.
      Todo mundo cita as telecomunicações como exemplo de privatização bem sucedida mas esquece de dizer que quando privatizaram, também abriram pra mais pelo menos 3 operadoras de celular em cada estado e as operadoras fixas espelho pra competir.
      Agora, quando se privatiza um serviço público que é monopólio, normalmente termina com um monopólio privado, que é tão ruim ou pior.

    2. serviço publico é atribuição do estado, seja ele feito diretamente por ele ou através de empresas privadas. logo não há diminuição do estado nem diminuição do seu custeio com concessões, muito pelo contrário

      o estado tem todas as ferramentas para fazer uma boa gestão. muitas vezes não faz, pois o próprio estado se mutila, pois há interesse da parte de governantes criar a dificuldade, para contratar a “facilidade”. por exemplo, como pode um estado como SP dizer que não tem 3 bilhões em 30 anos para investir em melhorias nas linhas 8 e 9, mas em 1 ano fez renuncia fiscal com motivos eleitoreiros de 4 bilhões no ICMS dos combustíveis?

      o mercado financeiro, que prega estado mínimo, na verdade quer se apoderar e ter como cliente o estado, pois o estado tem algo fundamental: dinheiro! e muito dinheiro, pois impostos sempre são pagos. não dependem de cativar o público consumidor. o governo paga e acabou.

      sobre as telecomunicações, quem construiu toda a infraestrutura foi o estado, durante o plano de expansão. o plano de expansão foi finalizando nos anos 90. quando finalmente tudo ficou pronto, quando finalmente podemos usufruir daquilo que foi planejado lá inicio, com assinaturas baratas e instalações de novas linhas sem o drama de antes, o governo simplesmente privatizou a preço de banana, num processo conhecido como “privataria tucana”. tem um livro sobre isso, que envolve josé serra, FHC, e outros figurões. e aí ficou-se com essa fama que a privatização melhorou o serviço, mas na verdade eles pegaram tudo pronto

  5. Compensação coisa nenhuma, é privado, empresa privada tem que arcar com os lucros e com os PREJUÍZOS, imagina toda empresa privada vir pedir dinheiro pro governo? Aí fica fácil demais não? ABSURDO. Se é pro governo pagar que devolva ao estado!!!

    1. A privatização é só para empresário ganhar dinheiro fácil, sem riscos e sem compromisso com a sociedade…
      Quem sabe no futuro entre um governador decente que reestatize o metrô e a CPTM 👍🏻

  6. Todo negócio tem riscos. A concessionária assumiu o risco quando quis operar as linhas, agora que lide com os prejuízos, faz parte da vida. Todo mundo sofreu na pandemia, só os princesos da CCR não querem.

  7. Mas que palhaçada é essa, o estado virou banco agora? Bancar o metrô estatal não pode, mas bancar essa corja da CCR ta de boa? Isso q ela não presta nem um serviço aceitável.

  8. Antes de palpitar aqui , alguém leu o contrato ou é só histeria mesmo ?
    Vale o que está escrito lá, o resto é opinião de leigos

    1. Mas ninguém disse que é ilegal. Apenas que as concessões são feitas de forma errada, de acordo com a opinião de cada um.

    2. o fato de ser contratual não significa que não deixe ser lesivo ao estado e o que o mesmo pode ser revisto.

      eu li o edital e cansei de apontar cláusulas absurdas. a cláusula “covid 19” é uma delas, onde o estado tem que garantir remuneração para concessionaria com MDU de 2019, caso ela não ocorra na prática.

      no mesmo edital também cita a construção de oficina em eng. SP e devolução dos trens da CPTM com revisão feita, no entanto as oficinas da CPTM continuam em presidente altino e os trens emprestados também. e nem limpeza, nem usinagem de rodas e nem todos os itens de revisão fazem. e aí, o que vc me diz?

      e antes que voce me diga que são injurias da minha parte, isso tudo são informações oficiais, de IC do MPSP e diligencias de deputados.

  9. que prejuízo se durante a pandemia houve aumento de faturamento. como aceitaram pagar multas pelo serviço de merda que prestam, agora querem que o estado pague indiretamente como fizeram ao comprar as linhas da CPTM logo após receberem 980 milhões do estado, e tudo isso pagando pouco para funcionários enquanto os diretores enchem a burra com dinheiro de bônus.

  10. Porque concederam a linha 8 e 9? O serviço piorou consideravelmente com a CCR. Agora a CCR ainda quer mais dinheiro ? Para reinvestir nas linhas 8 e 9? Ou é para encher os bolsos dos acionistas? Quando era da CPTM o funcionamento das linhas 8 e 9 era muito melhor e todo lucro que elas dava ela reinvestia na própria linha. Eu acompanhei todos esses anos , quando as linhas ainda eram da RFFSA, a CPTM melhorou muito elas. Sinceramente , transporte sobre trilhos tem que ser estatal, como é nos EUA, na França e no Japão.

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