Como é a operação assistida da estação Mendes-Vila Natal

Site esteve na nova parada da Linha 9-Esmeralda e avaliou o local assim como o serviço até Grajaú
Estação Mendes-Vila Natal no primeiro dia de operação no dia 11 de Agosto (Jean Carlos/SP Sobre Trilhos)

A estação Mendes-Vila Natal, que foi inaugurada simbolicamente no dia 10 de agosto, foi aberta em operação assistida no dia seguinte, a quarta-feira 11. O site foi até a Zona Sul de São Paulo e aponta a seguir os pontos positivos e negativos do serviço.

A Estação

A estação Mendes-Vila Natal foi entregue em bom estado no que tange à estrutura e limpeza, que por sinal é um ponto muito positivo da obra. Houve um cuidado com a higiene da plataforma e do mezanino de forma que o piso não apresentasse poeira ou características que levantassem um serviço feito às pressas

A comunicação visual da estação começa pelos mapas da rede que estão atualizados com a presença da estação Mendes-Vila Natal. Placas indicam, num primeiro momento, os destinos de ambas as plataformas para o sentido Osasco, apesar de apenas uma delas estar em funcionamento.

A segunda via da estação de Mendes-Vila Natal ainda não foi completamente finalizada. Na plataforma era possível notar a presença de um caminhão rodoferroviário que possivelmente executará serviços remanescentes.

Na única via que prestava serviços na estação, toda a demarcação de rotas táteis estava instalada. Foi possível notar que parte do borrachão de segurança da plataforma foi instalado. Este borrachão diminui o vão existente entre o trem e a plataforma, evitando acidentes.

O acabamento dos assentos está em ótimo estado, bem como as sinalizações pertinentes aos espaços preferenciais. Equipamentos de suporte ao passageiro também foram instalados, desta vez num formato de totem, diferente de boa parte das estações.

Os painéis eletrônicos e a cronometria também estavam em funcionamento. Equipamentos gerais como hidrantes, extintores de incêndio e painéis elétricos estão instalados em locais de fácil acesso. As lixeiras da estação seguem o padrão adotado pela CPTM incentivando o descarte seletivo do material reciclável.

No mezanino o mesmo padrão de sinalização é encontrado, facilitando a orientação dos passageiros. A CPTM construiu espaços especiais dedicados para a locação comercial, ou seja, a estação já previu em seu escopo a exploração de receitas extra tarifárias.

Os banheiros da estação estão presentes no fundo do mezanino. Há opções de banheiro masculino, feminino e fraldário. Foram também concebidos banheiros especiais para pessoas com deficiência, adaptados para as suas necessidades.

A estação também conta com um elevador ligando o mezanino à plataforma, facilitando o deslocamento dos passageiros que possuam algum tipo de mobilidade reduzida.

A região da entrada da estação é composta pela linha de bloqueios, SSO e bilheteria blindada. Todos os bloqueios aceitam o QR Code como forma de pagamento. A estação também possui um bloqueio especial para cadeirantes, com uma abertura maior. Próximo ao bloqueio está instalado um mosaico homenageando o falecido prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas.

Perto da entrada é possível visualizar alguns equipamentos não instalados, como os separadores metálicos que limitam a área paga da área gratuita da estação. Atualmente a proteção é feita através de um cordão de isolamento, que possivelmente está alocado provisoriamente.

Do lado exterior é possível ver a grandeza da estação. Toda a estrutura foi concebida de forma que tanto o mezanino, como as plataformas tivessem acesso a luz solar, diminuindo o consumo de energia da estação.

O trabalho de urbanização foi bem executado contemplando o plantio de mudas, grama e readequação do sistema viário. A rampa para o acesso da estação, apesar de longa, apresenta uma inclinação bastante suave e patamares para descanso, o que auxilia os passageiros.

A única grande estrutura que ainda não foi entregue é o bicicletário, possivelmente por conta de obras remanescentes. Apesar da estação ter sido entregue com a maioria dos itens essenciais para a operação, ela ainda possui alguns poucos pontos incompletos.

A operação

A operação dos trens entre a estação de Grajaú e Mendes-Vila Natal se dá por meio de linha singela, ou seja, através de uma única via. Todo o deslocamento do trem foi realizado em velocidade reduzida, próximo de 20 km/h. Existem algumas hipóteses para uma operação neste formato.

A primeira hipótese é a operação deficiente do sistema de sinalização. Apesar de boa parte dos componentes estarem instalados é possível que o sistema ainda não esteja em operação plena, ainda mais tendo em vista que a maioria dos sinais do pátio Grajaú estão cobertos por uma manta plástica escura.

Outra possibilidade é a de não ligação da SE Mendes ao sistema de energia. Através de vídeos realizados pelo canal iTechdrones e por fotos feitas no trecho é possível especular que não existe ligação de energia da SE Mendes ao novo trecho, ou seja, toda a energia que alimenta o novo trecho é proveniente da CS Grajaú. Em linhas gerais, há grande possibilidade da energia que alimenta o trecho ser insuficiente para que os trens desempenhem altas velocidades.

Ao longo da viagem, que tem duração aproximada de 6 minutos, é possível notar que ao redor das obras existe muito entulho. O local precisará passar por cuidados, principalmente aqueles relativos ao território, uma vez que muitas pessoas utilizavam o leito da linha férrea para realizar as transposições. Alguns locais foram cercados provisoriamente com telas metálicas, que deverão ser substituídas por muros de concreto.

O intervalo entre as viagens é de aproximadamente 20 minutos entre as estações. Tendo em vista o horário de operação apertado, das 10 h até as 13 h, a janela para que os visitantes, ou até mesmo para que a própria população local utilize a estação é mínima. Os trens geralmente andavam com poucos passageiros, apesar de ser possível notar uma movimentação considerável para uma estação recém inaugurada no seu primeiro dia de operação.

Conclusão

De forma resumida, a estação Mendes-Vila Natal se trata de uma grande obra que atenderá a população da região de forma digna com o que há de mais maduro na concepção de uma parada ferroviária. Aproveitamento de luz natural, boa sinalização, acessibilidade e uma arquitetura arrojada.

Apesar de ser apresentada de forma funcional, a estação ainda precisa acertar alguns detalhes no acabamento, bem como a entrega do bicicletário. Questões relativas à operação como o término da liberação da segunda plataforma, ligação da subestação ao sistema de energia e operacionalização do sistema de sinalização devem ser realizadas ao longo dos próximos meses.

As críticas ficam para a entrega com viés eleitoreiro, sem a oferta de uma única viagem de trem, que de fato é a essência de uma estação ferroviária. A proposta de mudança do nome da estação que rasga completamente todos os estudos acerca de toponímia e a curta operação assistida, que impossibilita uma melhor apreciação da estação por parte do público interessado. Em uma visão geral, a estação poderia ser entregue em período posterior, em melhores condições e com a maioria das obras finalizadas.

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