Confira como está a obra da estação Santa Marina da Linha 6-Laranja

Construções estão com avanço superior a 50%. Estação foi projetada com o método BIM e recebeu estudos de dimensionamento e simulação de fluxo de passageiros
Estação Santa Marina ultrapassou os 50% de construção (Jean Carlos)

As obras da Linha 6-Laranja estão avançando em ritmo constante. Além da escavação de túneis e da construção de um grande pátio na extremidade norte da linha, as estações estão, pouco a pouco, tomando forma.

Uma destas estações é Santa Marina. As obras estão sendo realizadas pela construtora espanhola Acciona enquanto operação, após finalizada, ficará a cargo da LinhaUni, concessionária do trecho entre Brasilândia e São Joaquim.

O site foi convidado, junto aos principais portais de mobilidade, para conferir em primeira mão os avanços das obras que já contam, inclusive, com testes de acabamento.

Projeto da estação Santa Marina (Linha Uni)
Projeto da estação Santa Marina (LinhaUni)

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Localização

A estação Santa Marina está localizada entre as avenidas Santa Marina, Comendador Martinelli e a praça Dr. Pedro Corazza.

Contará com quatro acessos, destacando-se a ligação entre a universidade UNIP e ao corredor de ônibus Inajar/Rio Branco/Centro que liga trechos importantes da zona norte até a região central da capital.

Localização da estação Santa Marina (Jean Carlos)
Localização da estação Santa Marina (Jean Carlos)

Método construtivo

O método construtivo adotado para a estação foi o Vala a Céu Aberto invertido (VCA). A prática do VCA invertido prevê primeiro a construção da laje superior e a escavação abaixo deste nível, minimizando o impacto da obra nas imediações.

A estação terá profundidade de 28 metros e atualmente está completamente escavada. As obras, segundo o site da concessionária LinhaUni, está com progressão de 56,14%.

Características da estação Santa Marina (LinhaUni)
Características da estação Santa Marina (LinhaUni)

As obras

Com mais da metade do empreendimento finalizado, torna-se mais visível a formatação que a estação terá. Para compreender melhor as diversas etapas de obras, iremos dividir a abordagem em três etapas.

Prédio técnico

O prédio técnico-operacional será a estrutura que deverá alocar diversos equipamentos para apoio da estação. Sistema de energia, hidráulicos, entre outras disciplinas importantes, deverão estar alocadas nesta edificação.

Prédio técnico-operacional (Jean Carlos)
Prédio técnico-operacional (Jean Carlos)

Neste estágio, o prédio técnico já está com forma definida e pavimentos estruturados. Em alguma imagens do modelo BIM da estação é possível notar salas onde estarão alocados transformadores e painéis de controle de energia.

Acesso e mezanino

O acesso da estação Santa Marina ainda está em processo de construção. Na parte externa, os trabalhos ainda não foram iniciados. Já no interior da estação os avanços são mais notórios.

Após o passageiros entrarem no prédio da estação, eles poderão acessar a área livre através de escadas fixas, rolantes e elevador. A formatação do hall de acesso foi estrategicamente pensada para que as entradas ocorram na porção oeste da estação enquanto as saídas são realizadas pela porção leste.

Hall de bilheterias da estação Santa Marina (Jean Carlos)
Hall de bilheterias da estação Santa Marina (Jean Carlos)

Estudo de fluxo de passageiros foram determinantes para o dimensionamento das estruturas como escadas, desta forma evita-se o conflito de fluxo e aumenta-se o nível de serviço (velocidade de passageiros) dentro da estação.

Em relação às obras, a região está recebendo a estrutura em alvenaria. Espaços como as bilheterias já estão em construção, além de locais dedicados para a compra de bilhetes por meio de dispositivos de auto atendimento.

Futura linha de bloqueios da estação Santa Marina (Jean Carlos)
Futura linha de bloqueios da estação Santa Marina (Jean Carlos)

Projeções obtidas por meio do modelo BIM da estação mostram uma disposição simples, mas ao mesmo tempo funcional. A SSO estará localizada ao lado da linha de bloqueios junto com bloqueios adaptados para pessoas com deficiência.

Um dos pontos fortes do projeto, assim que finalizado, será o aproveitamento da luz natural, o que minimizará os custos com energia elétrica durante o período diurno.

Após o acesso à estação, o passageiro deverá percorrer dois lances de escadas. O primeiro deles liga o hall de bilheterias até o mezanino. Um grande conjunto de escadas fixas e rolantes faz a interligação entre os dois níveis.

Escadas de ligação entre mezanino e linha de bloqueios (Jean Carlos)
Escadas de ligação entre mezanino e linha de bloqueios (Jean Carlos)

A região deverá distribuir os passageiros entre as plataformas no sentido Brasilândia e São Joaquim. O amplo espaço poderá ser utilizado para a exploração comercial, auferindo receitas extra-tarifárias na estação.

Os estudos de fluxo também foram realizados nesta região da estação. Ao todo deverão ser considerados para o deslocamento vertical entre mezanino e plataforma quatro conjuntos de escadas rolantes e quatro conjuntos de escadas fixas, sendo um conjunto de cada nas quatro extremidades da plataforma. Os elevadores deverão estar alocados na região central das plataformas.

As análises de nível de serviço da estação Santa Marina demonstram que no horário de maior movimento o nível de serviço estará em excelentes condições, com fluxo praticamente livre para os passageiros.

Estudos de fluxo na estação Santa Marina (LinhaUni)
Estudos de fluxo na estação Santa Marina (LinhaUni)

Os pontos de maior atenção estão localizados, principalmente, na região da linha de bloqueios, bilheteria, e nas escadas do mezanino. Neste sentido, a queda do nível de serviço justifica-se sobretudo pela concentração de passageiros nestas regiões, o que é considerado normal em qualquer estação do sistema metroferroviário.

Plataformas

As obras das plataformas ainda estão em estágio inicial, sendo que durante a visita técnica apenas os pilares destas estruturas estavam efetivamente construídos. Nota-se também a presença do grande túnel perfurado pela tuneladora Maria Leopoldina.

Região de plataformas da estação Santa Marina (Jean Carlos)
Região de plataformas da estação Santa Marina (Jean Carlos)

Cabe salientar que, apesar da passagem da tuneladora e do nível do túnel está mais elevado do que a cota original de escavação, ou seja, da parte inferior do anel de concreto, a região ainda deverá passar por mais adaptações para que o nível da via permanente seja construído.

Enquanto isso ainda não é realizado, os túneis se tornaram uma espécie de avenida subterrânea. O objetivo desse sistema viário exclusivo é permitir a alimentação da tuneladora sul com insumos importantes para seu funcionamento como as aduelas de concreto e peças.

Rota para transporte de suprimentos (Jean Carlos)
Rota para transporte de suprimentos (Jean Carlos)

Dentro deste contexto, a Linha 6-Laranja adotou uma metodologia logística bastante eficiente. Em obras como as da Linha 5-Lilás eram instalados trilhos para a passagem de pequenas vagonetas. O local está isolado por grades de arame ou cercadas e sinalizadas. Os túneis estão iluminados em toda sua extensão.

Ainda ao longo dos túneis, é possível visualizar uma rede de dutos que também carregam insumos diversos para a tuneladora. A longa esteira rolante que leva os restos de escavação até o VSE Tietê e um túnel de ar para o suprimento nos canteiros de obra.

Acabamento

Como ressaltado em matéria anterior, o avanço da estação permite que a concessionária realize testes de acabamento na estação. Elementos como pisos, azulejos, tintas e vernizes, brises, etc estão sendo testados.

A ideia é que, após a aprovação de cada um dos elementos de acabamento, as demais estações possam receber os mesmos modelos. Isso facilita a padronização de elementos e reduz os custos com testes em cada canteiro de obras.

Conclusão

A construção da estação Santa Marina, assim como das demais estações, passou por estudos aprofundados, não apenas sob o aspecto de engenharia, mas principalmente sobre a visão de mobilidade.

A obra incorpora conceitos modernos de gestão como a utilização da modelagem em BIM que permite a visualização das diversas disciplinas da construção através de modelos tridimensionais, facilitando a visualização e a possibilidade de retrabalhos.

Nas etapas posteriores, o foco da construtora será finalizar as estruturas em alvenaria para partir para  a etapa de acabamento e instalação de sistemas. No ritmo que vem sendo impresso nos últimos meses, é possível que os prazos para o início de operação sejam devidamente cumpridos.

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  1. Excelente matéria como sempre. Tem algum lugar onde esses projetos são de acesso ao público? Se sim, poderia responder com o link? Desde já, obrigado!

  2. Essa passarela de acesso é o que “estragou” o projeto. Mais uma área escura na cidade, pra gerar insegurança a quem passar embaixo dela e atrair usuários de drogas e moradores de rua…

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