A prefeitura de Curitiba, no Paraná, celebrou um contrato com o BNDES (Banco de Desenvolvimento Econômico e Social) para a elaboração de um estudo para implantação e concessão de uma linha de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre a capital e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais.
O projeto prevê uma linha com 22,8 km de extensão, 27 paradas e capacidade para atender 160 mil passageiros por dia. Ela será implantada no lugar um corredor de ônibus BRT, que será desativado.
“A constituição desse contrato para viabilidade técnica, econômica e ambiental do eixo VLT São José dos Pinhais ao Centro Cívico (Curitiba) é possível pela credibilidade, responsabilidade e confiança dessas administrações (Prefeitura de Curitiba, Prefeitura de São José dos Pinhais e Governo do Estado do Paraná) no transporte metropolitano”, disse Eduardo Pimentel, prefeito em exercício de Curitiba.
Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter
O investimento na obra é estimado em R$ 2,5 bilhões e contará com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal. A administração municipal afirma que a obra levará cerca de dois anos para ser feita após o início da concessão, prevista para julho de 2025.

Segundo Pimentel, os estudos técnicos da viabilidade do projeto deverão começar em maio e serem concluídos até maio de 2025.
“A análise vai nos mostrar os custos, a ideia da tarifa e investimento necessário para uma obra que fortalece cada vez mais o eixo de integração na Região Metropolitana de Curitiba”, disse ele.
Aposta nos trilhos
O trajeto planejado prevê quatro paradas em terminais de integração: Hauer, Carmo, Boqueirão e Terminal Central (São José dos Pinhais), que deverão receber reformas. O trajeto será feito em sua maior parte em superfície, com um possível trecho em elevado entre o Terminal Central e o Aeroporto Afonso Pena (3,2 km).

Outra possibilidade que será estudada é a construção de um trecho subterrâneo no Centro Cívico “em virtude do nível de tráfego da região e também quanto ao impacto causado à paisagem urbana”.
A linha VLT deverá ser implantada em canaletas hoje usadas pelo BRT, com 10,6 km de extensão na Avenida Marechal Floriano Peixoto, entre a Praça Carlos Gomes no centro Curitiba e o Terminal Boqueirão.
Com maior capacidade de passageiros e operação mais limpa que os ônibus, o VLT tem atraído o interesse de mais cidades no Brasil após um período em que poucos projetos mais bem estruturados saíram do papel, como no Rio de Janeiro e na Baixada Santista.
Entre as cidades que avaliam projetos desse tipo está São Paulo, que até aqui não dispõe do modal na região metropolitana.

BRT em crise
A opção pelo VLT por Curitiva ocorre em meio a problemas crônicos com o sistema BRT, criado na cidade décadas atrás como uma solução barata para oferecer transporte com mais qualidade que os ônibus comuns.
Embora tenha gozado de um período de aprovação, o BRT passou a perder passageiros nos últimos anos, além de ver sua infraestrutura degradada. Segundo o jornal Folha de São Paulo, há queixas a respeito dos pontos de ônibus, que mantém cobradores sem qualquer climatação ou segurança, além de oferta abaixo do ideal nos picos enquanto ônibus andam vazios em horários de menor demanda.
Outro “berço” do modal, Bogotá, já está construindo sua primeira linha de metrô e planejando um segundo ramal diante das limitações do Transmilênio, o gigantesco emaranhado de corredores de ônibus da capital da Colômbia.
Curitiba também já estudou implantar uma linha de metrô na década passada, mas o projeto não passou da fase preliminar.