Descarrilamento de trem na Linha 5 coloca mais pressão sobre estreia de novos trens

Com apenas oito composições operacionais, linha Lilás sofre com lotação enquanto espera estreia do sistema CBTC
Trem da Frota F à esquerda: composição está fora de serviço desde 2017
Enquanto o trem da direita não pode operar, o já desgastado trem da esquerda é usado no limite
Enquanto o trem da direita não pode operar, o já desgastado trem da esquerda é usado no limite

O descarrilamento de um trem da Linha 5-Lilás na segunda-feira (17) complicou ainda mais uma situação limite no ramal, um dos mais lotados do Metrô. E colocou mais pressão na implementação do sistema CBTC, um novo recurso de comunicação e operação dos trens que permitirá o uso da Frota P, que está desde 2013 sem utilidade nos pátios da empresa.

O incidente com o trem F-01 ocorreu na tarde da segunda-feira quando a composição se aproximava da estação Capão Redondo. Ao mudar de via, o trem acabou saindo parcialmente dos trilhos no aparelho de mudança de via. Como é uma das estações terminal da linha, Capão deixou de receber os trens que passaram a voltar a partir de Campo Limpo – os passageiros que seguiam viagem tiveram que usar o serviço Paese.

O serviço só pode ser restabelecido no dia seguinte já que além do trem também a via precisou ser analisada para verificar possíveis danos. Mas o mais grave de tudo é que a Linha 5 deixou de contar com um dos oito trens disponíveis no momento, algo que num ramal beirando a lotação limite só torna a vida dos passageiros mais difícil.

Promessa descumprida

Tudo isso poderia ter sido contornado caso a nova Frota P, fabricada pela CAF, já estivesse sendo usada. Com 26 trens, a nova frota é a chave para reduzir a lotação da linha ao disponibilizar mais trens no pico. Até o incidente, a Linha 5 operava com sete ou oito trens no pico, dependendo da necessidade de manutenção em algum deles. Agora são apenas sete trens enquanto o F-01 não retorna ao serviço normal.

Mesmo assim, a linha precisa urgentemente de mais trens. Segundo um estudo do próprio Metrô, o ramal é o segundo mais lotado da rede, só atrás da Linha 3-Vermelha. Com a abertura da estação Adolfo Pinheiro em 2014 os oito trens tiveram quer ser usados no limite para dar conta do tempo extra acrescentado na viagem.

No entanto, a entrada em operação da Frota P segue em suspense. Como ela só pode operar com o sistema CTBC, apenas quando ele estiver em serviço pleno será possível ter mais unidades disponíveis. O problema é que a implantação está atrasada: havia sido prometida para agosto e depois setembro. Segundo apurou o blog, o Metrô chegou a preparar o início da operação aos domingos no final do mês passado, porém, a Bombardier, responsável pelo sistema, cancelou a estreia.

Agora, estima-se que o CBTC e a frota P entrem em testes com passageiros nas próximas semanas. Mesmo assim, serão necessário vários meses para que o novo sistema esteja apto a operar em dias úteis e no horário de pico. Só aí os passageiros da Linha Lilás poderão perceber alguma melhora na viagem e no intervalo de espera.

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