Estação Santa Marina já está quase pronta para receber visita do tatuzão da Linha 6

Estação com obras mais adiantadas do ramal foi escavada por método veloz e deve ter laje de fundo concretada para movimentar tuneladora após sua chegada, por volta de março
Interior da estação Santa Marina e parte da laje de fundo concretada (LinhaUni)

Se é preciso apresentar uma prova da rapidez com que uma obra pode chegar nas mãos da iniciativa privada basta visitar o canteiro da estação Santa Marina, da Linha 6-Laranja.

A futura parada, que será aberta em 2025, é a mais adiantada das 15 previstas e por uma razão prática: ela será a primeira a receber a visita da tuneladora sul, que iniciou as escavações dos túneis do ramal em dezembro.

Por isso, a Acciona, empresa que assumiu a Parceria Público-Privada (PPP) junto ao governo do estado, decidiu utilizar um método de escavação mais ágil, o VCA Invertido. Nele, após a concretagem das paredes diafragma, é feito uma laje no nível da superfície que serve como anteparo para permitir a retirada de terra sem necessidade de tirantes como no método VCA tradicional.

Ao fundo, o círculo marca o emboque do ‘tatuzão’ no sentido São Joaquim (LinhaUni)

A construtora espanhola abriu uma rampa numa das laterais do terreno para agilizar a entrada e saída de caminhões com material escavado. O resultado é que cerca de um ano após a retomada das obras, o panorama em Santa Marina é de impressionar.

Imagens recentes disponibilizadas pela Acciona mostra o interior da estação na cota mínima de profundidade, já com parte da laje de fundo concretada. A empresa deve concluir esse trabalho entre sexta-feira (7) e sábado (8), segundo comunicado divulgado por ela.

Para quem não sabe, a laje de fundo servirá como uma “canaleta” por onde o tatuzão será arrastado até a parte sul da estação, onde retomará a escavação em direção à São Joaquim. A chegada do shield deve ocorrer por volta de março ou abril deste ano, após uma breve parada no SE Aquinos, poço do outro lado da Marginal Tietê.

Após sua passagem, a Acciona poderá finalizar a construção da estação Santa Marina, embora tenha bastante tempo para isso.

A tuneladora sul partiu no dia 16 de dezembro e deve chegar à Santa Marina por volta de março ou abril (iTechdrones)

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17 comments
  1. Sei que esse método VCA Invertido é mais caro e por isso só foi usado nessa estação, como a própria Aciona já falou, mas supondo que se tenha mais dinheiro numa linha futura…

    Minha dúvida é: Seria possível fazer 15 estações em VCA invertido e ter uma linha pronta em 3 anos ou algo assim?

    1. Esse método costuma ser utilizado apenas em estações com menor profundidade. Nas de maior, é inviável.

  2. Pois é. Quando existem acionistas por trás, gente querendo lucro o quanto antes, a coisa tende a funcionar. Como sempre, o mercado move as coisas. Mas ainda tem gente que prefere ver um político usando essas obras como capital eleitoral e inaugurando quando bem entender.

  3. Rapidez da iniciativa privada?
    Que dizer da linha amarela que foi inaugurada com anos de atraso e com uma passagem extremamente subdimensionada no túnel da linha verde?
    E a linha lilás, que até hoje parece estar em obras e que é a única que não possui sinal de celular?
    Olha, não tenho nada contra a iniciativa privada, mas pagar pau e dizer que tudo é melhor se for tocado por empresas é muito exagero…

    1. Caro Leo, não é ‘pagar pau’ para ninguém e sim uma simples constatação. Infelizmente, num contrato convencional (onde estado supostamente fiscaliza a construtora) essa estação mal teria sido escavada. A Acciona só acelerou o trabalho porque é de interesse dela, ou seja, quanto antes terminar mais cedo vai arrecadar com a operação. Seus exemplos não são válidos neste caso. A Linha 5 não tem sinal porque isso não faz parte do escopo da concessionária, caso contrário ela deveria ser cobrada. Já a Linha 4-Amarela foi construída pelo Metrô de São Paulo, apenas a operação é feita por uma empresa privada (ViaQuatro), que não tem qualquer responsabilidade sobre o avanço das obras ou do projeto de ligação com a Linha 2 na estação Paulista. Por fim, ninguém disse que tudo que a iniciativa privada faz é melhor, mas nesse contrato a Acciona tem toda liberdade para tocar a obra em ritmo alucinante se desejar.
      Abraços!

    2. Léo, o sinal de celular eh feito pela operadora. Eu não sei porque até hoje elas não se interessaram em colocar sinal em todas as linhas de Metrô. Com relação a linha 5 e 4; ambas foram construídas pelo o Estado, com diferença q na linha 4 a operadora contribuiu com os trens e demais equipamentos eletro-eletrônicos.

    3. O que tem a ver obra da linha amarela e lilás com iniciativa privada? As duas foram construídas pelo governo. A linha laranja é a primeira construída por uma empresa privada na história do metrô.

  4. Todos comentários estão carregados de razão. Mas é assim: o Brasil vai pra 200 anos de independência. E até 2021 carrega o estigma de uma colonização q nunca existiu. Logo não podemos esperar empreendimentos com 100% de qualidade e funcionalidade. Ainda. Devíamos ou a Acciona devia seguir o exemplo de seus “parceiros” ingleses que fizeram a ampliação do Metrô de Londres seguindo todos padrões de qualidade. Infelizmente, nós, ex-colonos lusitanos, temos muito a aprender. E haja tempo pra isto. É o preço.

  5. 16 bilhões em uma linha que não beneficia o Estado, mas apenas parte de uma cidade. Acho que isso deveria ser investido em outra coisa. Pois daqui uns anos terá até carro voador da Embraer. Gastar bilhões em linhas férreas é perda de dinheiro.

    1. É a primeira vez que vejo está tipo de comentário, que gastar bilhões em linhas férreas é desperdício.
      E, desculpa, imaginar que, no futuro, predominará veículos voadores (no estilo Os Jetsons) é um devaneio.

    2. Acontece que ainda estamos em 2022. Carros voadores não existem e transporte de alta capacidade é a solução para as grandes metrópoles.

  6. Toda obra é executada pela iniciativa privada, não existe estatal de construção pesada no Brasil.

    Toda obra pública é responsabilidade do poder público. E tem prazo para ser cumprido em contrato.

    Essa obra tem fins eleitoreiros como qualquer outra. O governador tira foto e faz entrega a cada metro escavado.

    A linha 6 já era pra estar entregue. Não está justamente por causa do parceiro privado. Não esqueçamos disso

    A acciona já largou obra do rodoanel em SP.

    Resumindo: esta obra não é exemplo de nada. Apenas mostra algo que está seguindo o cronograma. E a acciona não faz mais que sua obrigação, até porque receberá e muito quando estiver em operação o sistema

    1. A diferença fundamental aí é quem financia a obra. Até hoje todas eram financiadas pelo poder público. O dinheiro dessa obra parte da iniciativa privada. Ah, mas o dinheiro é do BNDES. Sim, mas o beneficiário ainda é uma empresa privada e não pública. Em algum momento, esse dinheiro terá que voltar pros cofres do BNDES. Isso muda muito as coisas, uma vez que as licitações não precisam passar pelo processo público, ao contrário das obras executadas pelo estado. Veja o caso da linha 17, onde toda e qualquer licitação vai parar na justiça. As vezes o combate à corrução é mais caro que a própria corrupção. É o ônus de se ter o estado fazendo obras. No caso da linha 6, se sou eu que to pagando, eu contrato quem eu quiser.

  7. Tem uma galera destacando a rapidez da iniciativa privada nesta linha 6, mas vale ressaltar que a linha já era para estar pronta há anos ( e sempre teve a iniciativa privada a frente). Por que não foi feita e entregue? Infelizmente a ganância do empresariado, em se dar bem em cima do estado. Ou seja, as obras não estão rápidas por que eles querem ganhar com a operação, mas porque já ganharam muito nestes anos todos em que a obra esteve parada e agora não tem mais de onde usurpar os recursos do estado. Está é a verdade.

    E para fechar, essa história de que o estado é lento, que não faz, é a história que nos contaram, que nos fizeram acreditar, pra gente defender a iniciativa privada em detrimento do serviço público (iniciativa privada que hoje toma conta dos diferentes cargos públicos de poder e quer que nós pensemos assim para pagarmos imposto e serviços privados em paralelo, ou seja, pagar duas vezes, assim como fazermos com a educação, com a saúde, com as estradas e seus pedágios, transportes) É um discurso calculado, que a maioria compra, quando na verdade deveríamos brigar por serviços públicos de qualidade e colocar pessoas que não tem qualquer vínculo com empresas nós espaços de poder, para evitar favorecimentos de interesses privados, em detrimento do público e coletivo.

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