Extensão da Linha 9-Esmeralda até Varginha tem última obra contratada

Assinatura do contrato com a empresa Engibrás para obras do lote 2 era única etapa parada desde setembro de 2016
Obras na estação Varginha: extensão deve levar sete anos para ficar pronta (CPTM)

É possível afirmar com certa segurança que as obras de expansão da Linha 9-Esmeralda da CPTM em direção à região de Varginha, no extremo sul de São Paulo, eram o projeto mais simples de ser tocado pelo governo do estado na área de trilhos. Mas como quase todas as obras públicas no Brasil, não importa o grau de complexidade, a burocracia e o descaso com patrimônio público “compensam” qualquer possível celeridade a fim de tornar sua construção uma eterna novela.

Foi o que ocorreu até aqui com as obras de duas estações (Varignha e Mendes-Vila Natal) e 4,5 km de vias que começaram em novembro de 2013 e deveriam ter sido entregues em 2015 beneficiando cerca de 110 mil pessoas que moram em bairros como Estrada dos Mendes, Varginha, Vila Natal, Jardim Icaraí, Jardim São Bernardo e Conjunto Residencial Palmares.

Com a faixa de domínio disponível, afinal trata-se da antiga Estrada de Ferro Sorocabana, bastava à CPTM prolongar as vias, fazer algumas passagens subterrâneas e viadutos além das duas estações – sem contar um terminal de ônibus e a instalação de sistemas e afins. Nada que se compare ao desafio de construir uma nova linha como a 13-Jade com seus 12 km de extensão, a maior parte dele em elevado.

Mas a extensão até Varginha sucumbiu não porque as empresas contratadas quebraram ou porque as desapropriações atrasaram, para citar dois problemas recorrentes. A questão envolveu uma trapalhada burocrática já que a obra deveria contar com dinheiro do PAC do governo federal. Mas a gestão Alckmin acabou levando à frente um tipo diferente de licitação que não se enquadrava nas exigências do programa federal.

Trabalhos pararam em 2016 para que governo do estado pleiteasse recursos do PAC (CPTM)

Alckmin até levou a obra à frente com recursos do próprio estado mas a crise econômica acabou com o dinheiro e a saída foi cancelar os contratos vigentes e refazer a licitação.

Obras fatiadas

Isso ocorreu em setembro de 2016, ou seja, há praticamente 30 meses, e somente agora o último dos contratos foi assinado, com a empresa Engibrás, que será responsável pelo lote 2 da obra. Com custo de R$ 87 milhões, o projeto será custeado pelo governo federal e por isso ainda aguarda autorização do Ministério do Desenvolvimento Regional para que a ordem de serviço seja emitida.

Antes disso, em 2018, o governo já havia reiniciado outras frentes de trabalho menores, mas é fato que nada adiantaria ser terminado sem o lote 2 concluído. E isso só ocorrerá caso a Engibrás entregue sua parte dentro do prazo, ou seja, até o último trimestre de 2020. Se esse cenário se confirmar a extensão terá levado sete anos para sair do papel. E pensar que a expansão da Linha 9 nem é o caso mais absurdo nos atrasos em obras metroferroviárias.

Estação Varginha (Oficina do Desenho)

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