Jardim Ângela entra no radar do Metrô

Pose para a foto com a promessa do metrô em Jardim Ângela: será que desta vez é para valer? (Reprodução/Redes sociais)

Assim como a Linha 4-Amarela na região de Taboão, a promessa de levar a Linha 5-Lilás até Jardim Ângela sempre foi mais um factóide eleitoral do que um projeto concreto. Alguns estudos e sondagens realizados e nada mais. Neste ano, novamente o metrô em um dos extremos da região sul voltou a ser assunto, desta vez da gestão de João Doria (PSDB). O governador já havia anunciado que a extensão faria parte dos planos de expansão da malha metroferroviária, mas nesta quinta-feira (23), o secretário Alexandre Baldy, da pasta dos Transportes Metropolitanos, apresentou alguns detalhes do projeto para os moradores da região.

Durante a audiência pública, Baldy confirmou que o novo trecho terá 4,5 km de extensão e será subterrâneo, ao contrário das estações próximas, todas elevadas. A escavação dos túneis será feita por uma tuneladora, o popular “tatuzão”, segundo o secretário. Serão adquiridos 12 novos trens para dar conta do movimento extra de 114 mil usuários que as três estações – Comendador Sant’ ana, M´Boi Mirim e Jardim Ângela – deverão atrair.

O objetivo do atual governo é iniciar as obras em 2021 para que as novas estações sejam abertas em 2024, revelou Baldy aos presentes. “Nos comprometemos, conforme já havia dito o Gov. @jdoriajr (João Doria), em iniciar as obras em 2021, para entregar até 2024. Buscamos investimento junto à iniciativa privada para realizar o sonho dessa gente querida”, diz texto postado nas redes sociais.

Com 4,5 km, extensão será subterrânea e construída por um “tatuzão”, diz governo

Longo caminho

Apesar do otimismo do secretário, a extensão da Linha 5 até Jardim Ângela ainda pode levar bastante tempo para tornar-se realidade. Atualmente existe um projeto funcional que foi revisado no ano passado e a licença ambiental recebida no início deste ano. Ou seja, será preciso contratar um projeto mais detalhado, o que o governo já prometeu fazer em breve, além da modelagem da licitação que, como revelou o secretário, contará com investimento privado.

No entanto, resta entender como empresas privadas poderão participar do projeto se a Linha 5 já é concedida. Uma das hipóteses seria prolongar essa concessão, hoje nas mãos da ViaMobilidade, que poderia explorar o ramal por mais tempo tendo como contrapartida o investimento no novo trecho. Porém, a obra deverá ter um custo alto por ser subterrânea, além do investimento em sistemas e novos trens. O quilômetro de metrô no Brasil tem saído por cerca de R$ 1 bilhão, então estaríamos falando de pelo menos R$ 5 bilhões, ou quase dez vezes o que a ViaMobilidade pagou de outorga pelas linhas 5 e 17.

Bancar a obra com recursos próprios parece fora de questão para um governo que não possui R$ 600 milhões para desapropriações da Linha 18-Bronze, sem falar em obras maiores e mais adiantadas como a Linha 2-Verde até Guarulhos que está parada há anos.

Enquanto essa equação financeira não fica clara, resta aos moradores da região de Jardim Ângela torcer bastante para que essa nova promessa não acabe como as outras, apenas em poses para fotos e desenhos do traçado.

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