A CPTM tem investido há tempos em melhorias na sua infraestrutura para permitir intervalos mais baixos entre os trens. Os esforços envolvem o reforço de fornecimento de energia a mudanças no sistema de sinalização além, é claro, de novas composições, mais potentes e capazes. Mas o desafio envolve fatores bastante curiosos e inesperados.
Um deles foi exposto pelo presidente da companhia, Pedro Moro, em entrevista à Revista Ferroviária. Ao ser questionado sobre as diferenças entre o Metrô e a CPTM, o executivo, que está no cargo desde o início de 2019, citou o exemplo da Linha 11-Coral, a mais movimentada da empresa.
“A Linha 11-Coral, que liga a estação da Luz até o Alto Tietê, em Mogi das Cruzes, é a linha mais carregada da CPTM e opera hoje com 4 minutos no horário de pico. Cerca de 70% da demanda que vêm no horário de pico pela manhã tem como destino a estação da Luz,” explicou Moro.
A solução deverá vir com as reformas estruturais que estão sendo realizadas e que permitirão que o intervalo caia para 3 minutos, um tempo bastante baixo para os padrões da companhia. Mesmo assim, o presidente da CPTM explicou que a operação nesse patamar só será possível com mudanças nas plataformas da centenária estação da Luz.

“A gente não consegue reduzir o intervalo, hoje, porque quando o trem chega na plataforma da Luz, ele precisa ficar parado esperando as pessoas saírem da plataforma central, para não correr risco de acidentes”, revelou. “Então, hoje, se eu tivesse opção de colocar trens a cada 3 minutos eu não conseguiria, porque eu não consigo tirar as pessoas da estação da Luz em tempo suficiente para chegar outro trem”, disse Moro.
Por essa razão, a companhia está construindo uma nova saída na plataforma central de Luz, que permitirá que a vazão de passageiros seja mais alta e assim crie condições para que mais viagens sejam realizadas.
Vale lembrar que a Linha 11-Coral deverá ser estendida até a estação Palmeiras-Barra Funda em 2024, o que deve reduzir parcialmente o número de usuários que descerão em Luz vindos da Zona Leste. Outra futura mudança no fluxo de passageiros ocorrerá por volta de 2026 quando a Linha 2-Verde chegar até a estação Penha, onde haverá uma nova parada da Linha 11.