A concessionária Linha Universidade (LinhaUni), responsável pela operação e manutenção da Linha 6-Laranja do Metrô, obteve nesta semana um importante estímulo para prosseguir com a implantação do ramal de 15,3 km. O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) concedeu autorização para que a empresa se enquadre nos incentivos federais para projetos de infraestrutura.
Graças a esse aval, a LinhaUni poderá contrair financiamento de R$ 1,2 bilhão com redução na alíquota de Imposto de Rende e de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Na prática, isso significa taxas de juros mais baixas em empréstimos de longo prazo, necessários para que o investimento possa ser viabilizado.
Assinado em outubro do ano passado, o acordo para assumir a concessão da Linha 6 das mãos da Move São Paulo pela construtora Acciona prevê que o ramal entre em operação em 2025. Para isso, o grupo espanhol tem criado diversas frentes de trabalho simultâneas.
No entanto, para manter o bom ritmo das obras será preciso obter financiamentos mais atraentes. Em dezembro, a empresa afirmou ao jornal Folha de São Paulo conversar com várias instituições financeiras nacionais e internacionais para levantar cerca de R$ 8 bilhões.

Um dos acordos mais esperados é com o BNDES, o banco de fomento nacional e que apoia esse tipo de projeto. Havia inclusive previsão de empréstimo para a Linha 6 com a concessionária anterior, mas as tratativas emperraram após os sócios Odebrecht, UTC e Queiroz Galvão serem envolvidos na operação Lava Jato.
Até aqui, a Acciona tem recorrido a empréstimos ponte para reiniciar os trabalhos nos canteiros. Além do financiamento da obra em si, a LinhaUni precisará financiar a aquisição de 22 trens junto à fabricante Alstom, escolhida para fornecer o material rodante da Linha 6-Laranja.