Relatório do Metrô aponta Linha 17-Ouro pronta apenas em 2023, mas empresa nega

Estação Morumbi da Linha 17-Ouro (CMSP)

O Metrô divulgou nesta terça-feira, 15, uma nova edição do relatório de transparência onde atualiza o andamento das obras e principais projetos. Nele, surgiu a informação que a Linha 17-Ouro só deverá ser repassada para a ViaMobilidade, concessionária que fará sua operação, em novembro de 2023.

A previsão, bem mais sensata, no entanto, foi negada pelo Metrô no final de ontem em contato com o site. Segundo a assessoria de imprensa, a informação que apareceu no documento se refere ao “prazo contratual”, e não ao prazo de entrega. Neste caso, prevalece a previsão do governo Doria, que promete iniciar a operação até o final de 2022 – Silvani Pereira, presidente do Metrô, inclusive, chegou a citar uma inauguração parcial num post em rede social.

O relatório de transparência de maio foi retirado do ar horas depois. A página do Metrô referente às obras também se mantém desatualizada desde março, sem listar os relatórios de abril e agora de maio.

A data informada é onze meses superior à meta desejada pela gestão Doria, que pretende inaugurar o ramal até dezembro de 2022, a despeito de grande parte dos serviços ainda estar pendente. O prazo foi revelado em dezembro durante assinatura da ordem de serviço do contrato de obras civis, a cargo da construtora Coesa.

O site, na época, já apontava que a inauguração em 2022 seria virtualmente impossível, mas os problemas judiciais com o contrato de sistemas, hoje tocado pela BYD SkyRail, tornaria essa previsão ainda mais difícil.

Monotrilho da BYD SkyRail

Lançada no começo da década passada, a Linha 17-Ouro foi vendida pelo governo Alckmin como parte da estrutura de mobilidade prevista para a Copa do Mundo da Fifa de 2014. Após sair da lista de empreendimentos do evento, o projeto seguiu apenas com o chamado trecho prioritário, entre o Aeroporto de Congonhas e a estação Morumbi, além de um extensão até Jardim Aeroporto.

Problemas com os consórcios originais, no entanto, postergaram a execução das obras e dos trens, então sob responsabilidade da Scomi, empresa da Malásia que faliu. Mesmo após o governo Doria rescindir contrato com o consórcio Monotrilho Integração, os problemas seguiram graças à discussões na Justiça entre os concorrentes de duas licitações.

Embora no momento, os dois contratos estejam ativos e sendo implementados, o curto prazo para finalizar várias fases críticas continua a fazer crer que a Linha 17 não ficará pronta tão cedo, a despeito da insistência do governo atual em manter a previsão otimista.

Apesar da correção, o site continua a duvidar do “prazo eleitoral” do governador tucano.

Nota do editor: o texto foi modificado na quarta-feira, 16, após recebermos a informação do Metrô sobre o erro no relatório.

Previous Post

Acesso Bela Cintra da estação Paulista tem licitação de obras civis lançada

Next Post

Metrô mostra obras internas da Linha 17-Ouro em novo vídeo

Related Posts