O Metrô de São Paulo assinou na semana passada dois aditivos de contratos com o consórcio TIDP que reduzem o montante a ser pago para a empresa em mais de R$ 31 milhões. São dois contratos que envolvem a construção das estações Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan, Congonhas, Jardim Aeroporto, Brooklin Paulista e Vereador José Diniz, todas da Linha 17-Ouro, de monotrilho e cujo valor somado era de mais de R$ 310 milhões.
O motivo para a alteração tem a ver com a redução do escopo dos serviços que deveriam incluir paisagismo, reurbanização e comunicação visual nas sete estações. Esse trabalho será realizado pela construtora Constran, que recentemente venceu a licitação para as obras civis complementares da Linha 17 e aguarda a assinatura do contrato e ordem de serviço para iniciar suas atividades.
Formada pelas empresas TIISA e DP Barros, o consórcio TIDP assumiu dois contratos abandonados pela Andrade Gutierrez e CR Almeida em 2016, o que envolvia o pátio de manutenção Água Espraiada e as estações Campo Belo, Vila Cordeiro, Chucri Zaidan e Morumbi. Na época as duas construtoras já davam sinais de abandono nos canteiros e acabaram tendo seus contratos rescindidos. O Metrô então buscou o TIDP, terceiro colocado na licitação, para saber se havia interesse em assumir a obra, com exceção de Morumbi, que acabou relicitada de forma isolada.
Desde então, as obras seguiram em bom ritmo, mas acabaram perdendo velocidade à medida que outras partes do projeto não avançaram, não por coincidência por culpa do consórcio Monotrilho Integração, responsável pelas vias, sistemas e trens.
Não está claro qual a razão de o TIDP ter aceitado reduzir o escopo dos contratos, embora sua principal sócia, a TIISA, tenha entrado com pedido de recuperação judicial em junho, por conta de volumosas dívidas e de ter sido acionada por credores.

Salvadora da pátria
O encerramento precoce do contrato da Linha 17 com o consórcio não deixa de ter um certo grau de ironia. Ao contrário da maior parte das grandes construtoras que trabalham com o Metrô e que geralmente acabaram descumprindo prazos e admitindo até mesmo desvios, a TIISA teve um papel vital para tirar alguns projetos do limbo, além de ter entregado sua parte na Linha 13-Jade, da CPTM, a tempo de ser inaugurada pelo ex-governador Geraldo Alckmin em 2018.
A segunda fase da Linha 4-Amarela, por exemplo, só retomou o ritmo pretendido quando o consórcio TC-Linha 4 Amarela assumiu as obras das estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire, São Paulo-Morumbi e Vila Sônia, então deixadas ao léu pela construtora Isolux-Corsan. Já o pátio Água Espraiada, uma obra imensa e complexa e que passou meses em marcha lenta nas mãos de Andrade Gutierrez e CR Almeida, hoje já está num estágio bastante avançado. Capricho do destino, a mesma CR Almeida deverá construir parte da extensão da Linha 2-Verde em direção a Guarulhos.
