O governo Rodrigo Garcia (PSDB) anunciou nesta quinta-feira (9) a substituição do secretário dos Transportes Metropolitanos, pasta responsável pelo Metrô, CPTM, concessionárias e pela EMTU, empresa que gerencia o transporte de ônibus intermunicipais e o VLT da Baixada Santista. O novo ocupante do cargo é justamente o agora ex-presidente da EMTU, Marco Antonio Assalve, sucessor de Paulo José Galli, que permaneceu no posto por menos de sete meses – a troca ocorre nesta sexta-feira, 10.
Galli ocupava o cargo de secretário executivo da STM desde a posse de Alexandre Baldy, ex-deputado federal por Goiás e ex-ministro das Cidades do governo Temer. Em outubro do ano passado ele subsstituiu Baldy como secretário da pasta, que deixou o governo para, segundo nota oficial, cuidar da pré-campanha ao Senado Federal – o noticiário político, no entanto, atribuiu a saída a um arranjo entre o ex-governador João Doria e políticos goianos para conseguir apoio nas prévias do PSDB.
Nos primeiros meses à frente da secretaria, Galli, de perfil mais discreto, ainda viu seu “padrinho” continuar a mostrar influência na STM. Tempos depois, o agora ex-secretário buscou se diferenciar do antecessor ao divulgar suas ações nas redes sociais, mas sem criar falsas expectativas.
Paulo Galli, que teve longa passagem pela Caixa Econômica Federal antes de entrar na gestão Doria, também enfrentou ao menos três crises à frente da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, a primeira relacionada aos seguidos problemas com o cartão TOP, a segunda após o vazamento de esgoto sobre os túneis da Linha 6-Laranja, e recentemente, as dificuldades da ViaMobilidade para operar as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda.

Projetos controversos à frente da EMTU
Marco Antonio Assalve, por sua vez, tem larga experiência no transporte público, tendo sido diretor de operação da EMTU, gerente geral e chefe de Departamento da extinta CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos), diretor de operações da SPTrans e diretor de procedimentos e logísticas e de operações da Artesp, que cuida das concessões de transporte no estado.
Assim como Galli, o novo secretário assumiu a presidência da EMTU em janeiro de 2019, no início do atual mandato de governador. Em sua gestão, no entanto, a EMTU esteve ameaçada de extinção por determinação do ex-governador João Doria, que pretendia enxugar a máquina pública, o que até hoje não ocorreu.
Dois episódios controversos também ocorreram desde que Assalve está à frente da companhia, a generosa renovação da concessão da Metra, que não só incluiu mais 25 anos de operação do Corredor ABD, como também várias linhas de ônibus na região do ABC e a pouco esclarecida troca da Linha 18-Bronze do Metrô pelo corredor “BRT-ABC”.
A EMTU também é o ponto de partida de outra concessão feita de forma “exótica”, a contratação da empresa Autopass para gerir o cartão TOP e os bilhetes QR Code sem que tenha havido uma licitação a respeito. Ambos os casos estão sendo analisados pela Justiça de São Paulo e pelo Tribunal de Contas do Estado.