O desejo já havia sido expressado anteriormente, mas o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) voltou a afirmar que os dois tatuzões que hoje estão construindo os túneis da Linha 6-Laranja poderão ser usados na Linha 16-Violeta.
Inicialmente, ele apenas citou que as duas tuneladoras estariam disponíveis após o fim das obras da Linha 6, sem explicar como se daria o repasse dos equipamentos ao consórcio que assumir a concessão do novo ramal de metrô.
Nesta terça-feira, 2, Tarcísio deu mais detalhes da ideia, afirmando que os tatuzões seriam entregues ao futuro parceiro privado que vencer a licitação.
Siga o MetrôCPTM nas redes: WhatsApp | Facebook | LinkedIn | Youtube | Instagram | Twitter

Parece uma proposta sensata visto que as máquinas já estão no país e as linhas 6 e 16 possuem caraterísticas semelhantes de projeto, mas fato é que os dois tatuzões pertencem à Acciona e não ao governo.
A construtora espanhola assumiu a PPP da Linha 6 das mãos do Consórcio MoveSP, formado pela Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC, hoje renomeadas após a operação Lava Jato.
Os equipamentos foram adquiridos de uma empresa francesa que os fabricou na China, mas tempos depois encerrou a produção de tuneladoras.
No cenário desenhado pelo governador, as máquinas de escavação seriam entregues ao consórcio vencedor, mas para isso seria preciso algum tipo de negociação com a Acciona para sua aquisição caso não seja ela própria a vitoriosa.

Franca favorita?
Embora Tarcísio tenha dito que tatuzões são equipamentos caros e demorados para serem fabricados, na realidade o processo não é muito diferente de trens, sendo preciso até dois anos para a entrega.
Restaria saber se um eventual vencedor que não a Acciona teria de fato interesse em utilizar equipamentos já bastante desgastados e cuja empresa não mais atua na área.
Por outro lado, a solução proposta pelo governador funcionaria como uma luva se a construtora espanhola levasse a concessão da Linha 16-Violeta.
A empresa já recebeu autorização para aprofundar os estudos do ramal de 17 km e 16 estações e terá muitos dados detalhados do projeto, mesmo que passe a maior parte deles ao governo.
Com equipes mobilizadas, fábrica de aduelas e dois tatuzões já mais do experimentados, a Acciona surge como natural favorita na concessão. A não ser que apareça alguém mais disposto ainda pelo projeto.