Veja como será a estação Penha de França, da Linha 2-Verde do Metrô

Prevista para a segunda fase da extensão do ramal até Dutra, nova estação ficará de fato dentro de um dos mais antigos e tradicionais distritos de São Paulo
A entrada principal de Penha de França (BVY Arquitetos)

Penha, um dos distritos mais antigos e tradicionais de São Paulo deverá ganhar uma estação de metrô bem próximo às suas principais ruas. Parte da extensão da Linha 2-Verde até Dutra, a futura estação Penha de França corrigirá uma certa injustiça da história. O bairro em tese conta com uma estação desde maio de 1986 quando a parada da Linha 3-Vermelha recebeu o nome de Penha, mas na prática o local fica muito afastado do centro comercial e da própria Catedral da Penha – algo como um quilômetro ou mais, dependendo do destino.

Já a nova estação Penha de França será construída entre a rua pela qual foi batizada e a praça Dona Micaela Vieira e terá três acessos diferentes. Ela será uma das maiores do ramal, com 20 mil m² de área construída, e também uma das mais profundas da rede, com plataformas 55 metros abaixo da superfície. De fato, o poço central terá seis lances de escadas até as plataformas laterais, lembrando a mesma concepção de projeto da estação Pinheiros da Linha 4-Amarela.

Esse poço principal terá diâmetro de 40 metros e começará a ser escavado a partir do mezanino, onde estarão os bloqueios, bilheterias e SSO, e que fica um nível abaixo da praça Dona Micaela. O projeto da estação mostra um edifício bastante arejado e com iluminação natural enquanto o nível da plataforma revela um projeto bastante em uso nas últimas estações do Metrô, com extensões circulares escavadas pelo método NATM. Acima das vias, um mezanino metálico distribuirá os passageiros pelas plataformas de 136 metros de comprimento. Embora as projeções não mostrem, a estação contará com portas de plataformas (PSD), que se tornaram padrão na companhia.

Desapropriações na reta final

Assim como Tiquatira, a estação Penha de França não foi incluída na ordem de serviço para expandir a Linha 2-Verde a partir de Vila Prudente. O motivo, segundo o governo do estado, foram as desapropriações ainda não finalizadas. Ao contrário do trecho até Penha, com oito estações e que tem terrenos liberados, a etapa que inclui as paradas Paulo Freire, Ponte Grande e Dutra, além de Penha de França e Tiquatira, ainda não tem todas as propriedades em posse do Metrô.

Mas esse processo está avançando, como mostrou o site recentemente, e no caso de Penha de França, praticamente concluídos. Quase todos os imóveis necessários para a construção da estação já haviam sido derrubados e os poucos que restarão foram demolidos nas últimas semanas.

A localização da estação Penha de França (BVY Arquitetos)

Não há dúvida da importância da nova estação para o bairro. Segundo um estudo inicial do Metrô, eram estimados 83 mil usuários diários em Penha de França, mas certamente esse número deve ter sido revisto para cima em projetos mais recentes.

Ainda não há como estimar quando a nova estação de fato começará a ser construída, mas diante do avanço na limpeza dos terrenos não parece difícil que o Metrô decida liberar a construção de mais um trecho da Linha 2, talvez incluindo Penha de França, Tiquatira e o pátio Morro Grande, que logo será imprescindível para acomodar o grande número de trens que o ramal necessitará.

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  1. Bom dia, a dúvida que tenho é a seguinte: porque TODAS as estações do metrô de SP tem que ser tão grandes? Na Europa as estações são muito menores, tem os acessos fáceis a partir da rua, aqui em São Paulo (por exemplo) posso citar as estações da linha verde na Avenida Paulista, ou na linha azul as estações Liberdade, São Joaquim, etc. Se nossas estações não fosse tão grandiosas com certeza seria possível se construir mais estações, as estações da linha Lilás são absurdamente enormes!!!!!

    1. Concordo que economizaria dinheiro e daria pra usá-lo em novas obras, mas vejo isso como um tentativa de que não aconteça a “marcha dos pinguisn” como ocorre da Estação da Luz por exemplo, e olha que a estação da Luz é gigante. No caso da Penha de França, num futuro bem distante, ela também deve receber a Linha 21 do Metrô, o que pode aumentar ainda mais sua demanda, então é bom que seja bem planejada.

    2. Eu não poderia opinar com certeza (não sou engenheiro nem nada), mas acredito que tem que ser avaliada a questão da profundidade das linhas. A Linha Azul foi escavada em “vala”, e quase todo o seu trajeto é feito muito próximo da superfície. A Linha Verde no trecho da Paulista, mesma coisa. Já a Linha Amarela e a Lilás, feitas com “tatuzão”, são muito mais profundas, então o projeto das estações não pode ser o mesmo. Talvez possa ser algo relacionado à geografia de SP, que é muito mais irregular que as grandes capitais europeias como Paris e Londres, situadas praticamente em planícies.

    3. Na Europa todas as estações modernas tem o mesmo tamanho das de São Paulo, com a diferença de serem totalmente enterradas. Só estações muito antigas são pequenas.

      As estações da Avenida Paulista foram algumas das obras mais caras do metrô, por isso esse modelo de estação compacta na superfície não é mais usado aqui.

      Para se ter uma idéia de custos: o trecho da Linha 2 Ana Rosa-Vila Madalena , de 9,9 km e 7 estações custou R$ 4,7 bilhões. Até 2019, a Linha 4 – Amarela inteira (12,8 km e 11 estações) consumiu R$ 4,3 bilhões (até 2019).

      As estações atuais são mais baratas de se construir, possuem melhor funcionalidade e são mais confortáveis para passageiros e funcionários. Isso é fruto da evolução da tecnologia ao longo de 51 anos de construção do metrô paulistano.

  2. Mais uma oportunidade de exploração comercial de um terreno enorme desperdiçada. Dava pra fazer um prédio de escritórios de trinta andares com cinco níveis de garagem subterrânea sobre cada ponta da plataforma, com venda das lajes ou exploração de aluguéis. Desperdício patético de dinheiro público, exatamente como foi feito nos enormes terrenos da Linha 5-Lilás.

    1. tambem nao entendo o porquê das novas estaçoes serem assim. o antigo secretario, claudio pelissioni, deu uma entrevista no fim de seu mandato dando a entender que o projeto executivo ficava a cargo das construtoras, que optavam por fazer construçoes desse tipo, e que ele proprio citava como ideal as estaçoes da av. paulista

    2. Algo que vi muito interessante é que o metrô de Hong Kong constrói prédios residenciais/comerciais e até shoppings sob as estações para ganhar receita através de aluguel.
      Não sei qual a dificuldade de fazer isso no BR, além de construir transporte de praxe dava moradia para a população.

    3. Entre o que você propõe e a realidade existem anos-luz de distância, pois:

      1º – O metrô não controla o zoneamento da cidade mas sim a prefeitura;
      2º – Um prédio de 30 andares sob a estação causaria um impacto viário local negativo que nem a Linha 2 do metrô inteira seria capaz de atenuar;
      3º – A área da estação Penha de França está numa área tombada pelo patrimônio municipal, o que impede a construção de um prédio de 30 andares ali.
      4º – Para construir um prédio de 30 andares sobre a estação, a obra da mesma teria de ser 3 vezes mais cara do que é hoje;
      5º – Não há interesse do mercado em investir nesse tipo de projeto, pois é caro para o nosso padrão, a região não é atrativa e com a economia instável o retorno seria bem difícil de se obter;

  3. Se for perceber que o trajeto da Linha 2 até a Penha de França vai seguir quase que o antigo ramal da Central do Brasil que ligava a Estação Carlos de Campos (já demolida) até a região próxima a Catedral da Penha, se quer saber mais sobre esse ramal e a estação acesse http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/penha_efcb.htm . Pelo relatos esse ramal serviu para o transporte de romeiros até meados dos anos 50.

  4. Não entendo porque os arquitetos do metrô se esforçam pra fazer uma fachada tão feia e sem graça. Sempre esse cinzento pobre e Horrível. São Paulo é uma cidade global! Merece mto mais que esse brutalismo medíocre.

    1. O título de cidade global e uma arquitetura “bonita” não pagam as contas da manutenção do metrô no fim de cada dia. Por isso que constroem estações simples e de manutenção barata.

  5. Segundo a “The world’s most crowded transit lines”, três das 10 linhas de trem mais lotadas do mundo estão em São Paulo. Foi o que mostrou um levantamento feito pela Google de 2019, e entre elas estão as Linhas 3-Vermelha e a Linha 11-Coral, portanto se justifica plenamente o porte que deverá ser feita esta estação, lembrando que a Linha 2-Verde está prevista para chegar até Guarulhos.

    Uma das grandes vantagens dos trens metropolitanos e metrôs pesados como é a Linha 2-Verde é a grande capacidade de expansão quando a demanda exige, com o acréscimo de carros, obviamente o sistema devera estar dimensionado como plataformas, alimentação elétrica, áreas auxiliares para esta demanda crescente.

    Das obras de expansão do Metrô a da Linha 2-Verde é sem dúvida a mais prioritária, pois comprovadamente trafegará por uma região extremamente carente de transporte público de qualidade e uma grande demanda reprimida maior que quaisquer outras linhas coloridas, além de finalmente fechar o círculo do grande “Anel Metrô Ferroviário Metropolitano de São Paulo” interpenetrando-se na Linha 3-Vermelha, pois esta é a grande vantagem da padronização de tecnologia entre as linhas, melhor mais eficaz e econômico será o sistema, porque os processos de agilidade, construção, manutenção, pátios de lavagens, oficinas e reposição de sobressalentes em comum ganham eficiência quando não temos uma variação grande de tipos de modulações.

  6. Boa noite, por acaso você não tem as imagens de como ficará a estação orfanato?? Teve alguma alteração daqueles desenhos apresentados anteriormente??

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