Dona da proposta mais barata entre vários concorrentes que atenderam à consulta da GRU Airport em 2019, a AeroGRU foi confirmada pelo governo federal como consórcio escolhido para implantar o ‘People Mover’ que ligará os terminais do Aeroporto de Guarulhos à Linha 13-Jade, da CPTM.
A informação foi confirmada pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta manhã, que assinou hoje o aditivo que permitirá que a concessionária do aeroporto possa descontar os valores investidos no projeto da outorga paga à União.
“Esse é o primeiro investimento obrigatório previsto em contrato de concessão no setor aeroportuário por meio de aditivo contratual. Esse instrumento vai possibilitar que parte da outorga que a concessionária do aeroporto pagaria à União seja usada na obra do People Mover, uma obra muito aguardada pela população”, disse Tarcísio.
Embora fosse apontada pela ANAC como tecnologia preferida para ser utilizada no sistema de transporte, o Aeromovel sofria restrições da própria GRU Airport, que se mostrou mais inclinada a escolher a rival Doppelmayr, cujos trens utilizam cabos para se locomover.
Já o Aeromovel, tecnologia inventada pelo brasileiro Oskar Coester, falecido recentemente, utiliza um sistema pneumático que movimenta uma “vela” localizada na parte inferior do veículo. Até hoje apenas dois sistemas foram construídos, um na Indonésia e outro no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, além de uma linha de testes já desmontada.
Segundo o vídeo, o sistema terá 2.730 metros de extensão, quatro estações e capacidade para transportar 2.000 passageiros por hora em cada direção. O tempo de viagem entre a estação da CPTM e o Terninal 3 é estimado em 6 minutos, assim como o intervalo entre os trens. Para isso haverá um “bypass”, uma espécie de segunda via que permitirá os trens possam circular ao mesmo tempo.

Fabricados pela Marcopolo, os três trens de Aeromovel terão espaço para bagagens volumosas, wi-fi, som ambiente, paineis de informações e capacidade para até 200 usuários. Além disso, serão ‘driverless’, ou seja, sem um operador humano, substituído por um sistema automatizado.
O prazo de construção é estimado em 24 meses, mas a SAC, Secretaria de Aviação Civil, acredita que o sistema ficará pronto antes disso, entre o final de 2022 e o começo de 2023. O valor do investimento ainda permanece pouco claro.
No comunicado do Ministério hoje, o projeto foi orçado em R$ 217,7 milhões, mas o governo federal falava em R$ 145 milhões. A minuta do aditivo cita uma previsão mais alta, de R$ 376 milhões para a construção e R$ 1,24 milhão mensais para operação.
O People Mover é uma antiga promessa da GRU Airport, feita logo que a concessionária assumiu o maior aeroporto da América do Sul, no início da década passada. A empresa proibiu que a CPTM levasse a Linha 13-Jade até a frente do Terminal 2 atual, já que tinha planos de erguer um complexo comercial e hoteleiro no local. Em vez disso, propôs bancar o sistema sobre trilhos para levar os passageiros até o ramal de trens metropolitanos.
O projeto da GRU nunca saiu do papel, assim como o ‘People Mover’, que havia sido prometido para ser entregue antes da inauguração da Linha 13, em abril de 2018.
Grande dia para São Paulo. Hoje assinamos contrato e finalmente resolvemos questão do acesso ferroviário ao Aeroporto de Guarulhos. People Mover ligará Linha-13 Jade (CPTM) aos 3 terminais em 6 minutos. Zero emissão de poluentes e 100% investimento privado #SetembroFerroviário 🇧🇷 pic.twitter.com/LNsrPrwT4V
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) September 8, 2021