O relatório do governo Doria que detalha as ações da Secretaria dos Transportes Metropolitanos, publicado nesta sexta-feira no Diário Oficial, traz uma informação inédita a respeito do projeto da Linha 19-Celeste, ramal metroviário que promete conectar Guarulhos ao centro da capital paulista em sua primeira fase.
Segundo os estudos do Metrô, a nova linha tem previsão de inauguração em duas fases entre 2028 e 2029. Na primeira etapa, seria entregue um trecho central entre as estações Pari e Jardim Julieta, dentro de oito anos. No ano seguinte, seria a vez de estender o ramal até Anhangabaú numa ponta e Bosque Maia na outra.
O texto, no entanto, não explica a razão dessa divisão, mas supõe-se que envolva as dificuldades em implantar as estações no centro de São Paulo e dentro do município de Guarulhos – Jardim Julieta será a última estação dentro da capital paulista e vizinha do pátio de manutenção, a ser construído próximo a rodovia Fernão Dias.
Um indício disso está no trecho em que o Metrô cita a necessidade de licenças prévias municipais: “Protocolização do pedido da Licença Prévia depende de emissão de certidões municipais de São Paulo – obtida em junho/2020 e de Guarulhos – pendente”, segundo o documento.
De acordo com o Metrô, a extensão operacional da fase 1 da Linha 19 será de 15,8 km, ou seja, quase 2 km inferior à extensão total do ramal, de 17,6 km. A demanda estimada do ramal em 2029 é de 580.470 usuários por dia.

Licitação de projeto básico questionada
A Linha 19 está na fase de projeto e prospecção de campo desde o ano passado. Mas o Sinaenco, o sindicato das empresas de projetos e arquitetura, conseguiu barrar a licitação do projeto básico no ano passado ao alegar que o edital deveria considerar menor preço e nota técnica, no que foi resguardada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Após mudar o edital e relançá-lo em dezembro, o Metrô pretende receber os envelopes com as propostas no dia 3 de março.