Greve do Metrô e da CPTM nesta terça-feira, 3: entenda o que pode acontecer

Terça-feira deve ser caótica no transporte (Jean Carlos)

A greve conjunta dos funcionários do Metrô de São Paulo, CPTM e Sabesp promete dificultar a vida dos passageiros nesta terça-feira, 3 de outubro. Motivada pelos planos de privatização anunciados pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), a paralisação a princípio deve ocorrer apenas amanhã e afetar nove das 13 linhas metroferroviárias de São Paulo.

O movimento, no entanto, terá de lidar com duas decisões da Justiça do Trabalho, que determinam que os ramais operem normalmente durante os horários de pico, ou seja, das 6h às 9h e das 16h às 19h no caso das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata do Metrô, e das 4h às 10h e entre 16h e 21h, nos ramais 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, da CPTM.

Fora desses períodos, a exigência é de um contingente mínimo de 80% em estações, trens, segurança e manutenção. A multa diária para o Sindicato dos Metroviários é de R$ 500 mil caso a determinação não seja cumprida, já nos sindicatos ligados aos funcionários da CPTM, o valor diário é de R$ 100 mil.

As entidades marcaram uma assembléia conjunta nesta segunda-feira (2) às 18h30, com o objetivo de organizar a paralisação.

O governo do estado anunciou no final da manhã que os serviços estaduais terão ponto facultativo na terça-feira com o objetivo de “reduzir os prejuízos à população, garantindo a remarcação de consultas, exames e demais serviços que estavam agendados para a data da greve”.

As escolas da rede da capital e região metropolitana não terão aulas, por conta do ponto falcultativo.

Metrô e a CPTM ainda não haviam se pronunciado sobre planos de contigência para esta terça-feira, porém, é de se esperar que as empresas mobilizem pessoal para realizar uma operação mínima, caso os funcionários não cumpram a determinação da Justiça.

Linha 4-Amarela: ViaQuatro e outras concessionárias privadas podem ter prejuízo de mais de R$ 2 bilhões
Linha 4-Amarela e outros três ramais operados pela iniciativa privada devem funcionar, mas podem ser afetados pela paralisação do restante da malha

Veja a seguir as principais questões a respeito da greve:

Quais linhas irão parar na terça-feira (3)?

A greve envolve os ramais operados pelas companhias do estado, ou seja, no Metrô são as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Na CPTM, são cinco ramais: a Linha 7-Rubi, 10-Turquesa (que juntas operam como Serviço 710), 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade.

Quais linhas funcionarão normalmente amanhã?

Quatro ramais devem operar normalmente, por conta da gestão privada, cujos funcionários não aderiram ao movimento. São elas as linhas 4-Amarela, 5-Lilás, 8-Diamante e 9-Esmeralda. Vale, no entanto, ficar atento já que por conta da grande demanda desviada das linhas em greve é possível que a ViaQuatro e a ViaMobilidade tenham que limitar o acesso às suas estações.

Qual o motivo da paralisação?

Os sindicatos dos metroviários e ferroviários quer que o governo Tarcísio desista do plano de conceder os ramais operados pelo Metrô e CPTM para a iniciativa privada. No projeto em estudo as duas empresas teriam um papel menor, mais voltado ao planejamento da rede sobre trilhos.

Os sindicatos deverão acatar a decisão da Justiça de manter um efetivo mínimo?

Embora a multa seja elevada, não será surpresa se logo nas primeiras horas nenhuma das linhas abrir. O movimento depende da adesão para pressionar o governo e a determinação da Justiça, se adotada de forma plena, esvazia a greve. O mais provável é que aos poucos alguns trechos dos ramais comecem a funcionar durante o dia, dependendo das condições de segurança.

Por que não há catraca livre no Metrô e na CPTM?

Os sindicatos têm clamado por essa opção, em que se comprometem a trabalhar, mas sem cobrança de tarifa dos passageiros. O governo do estado, no entanto, não aceita a situação, alegando insegurança na operação. O que está em jogo na verdade é que liberar o acesso gratuito onera ainda mais a situação financeira das duas empresas enquanto deixaria a gestão pública refém dos funcionários já que não haveria pressão da população pelo fim da paralisação.

Quais alternativas o passageiro tem para chegar ao trabalho?

Por enquanto, não está claro quais serão as estratégias para reduzir o impacto da greve. Este artigo será atualizado à medida que o governo e operadoras divulguem seus planos.

O que é possível adiantar é que será bastante complicado se deslocar pela Grande São Paulo nesta terça-feira já que as linhas do Metrô e da CPTM não podem ser substituídas por ônibus e automóveis sem causar um nó no trânsito.

A Prefeitura da capital suspendeu o rodízio de veículos, o que jogará mais carros nas ruas.

O mais sensato é evitar horários de pico se for possível e se preparar para longas esperas. Se seu compromisso é adiável melhor permanecer em casa.

 

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