Até antes da pandemia do coronavírus, a Linha 9-Esmeralda disputava com a Linha 11-Coral o título de ramal mais movimentado da CPTM, geralmente ficando na vice-liderança. Mas a quarentena instituída pelo governo e prefeitura em março mudou esse cenário drasticamente.
Embora as linhas da CPTM tenham sido afetadas menos pela queda na demanda de passageiros se comparada aos ramais do Metrô, a Linha 9 é exceção. Segundo dados levantados pelo site, em agosto o ramal que percorre a Zona Sul de São Paulo e vai até Osasco teve apenas 43% do volume de usuários de fevereiro, último mês não afetado pelo surto da doença.
Como comparação, a Linha 12-Safira, na Zona Leste, já apresentou um movimento equivalente a 74% dos números de fevereiro enquanto as linhas 7 e 11 já possuem uma demanda de dois terços em relação ao mesmo mês de referência.
Em números absolutos, a Linha 9-Esmeralda transportou apenas 4,967 milhões de passageiros no mês de agosto, pouco menos que a Linha 8 (4,986 milhões) – a campeã nesse quesito é a Linha 11 com mais de 8 milhões de usuários.
Trabalho remoto
Embora não exista um fator comprovado sobre esse fenômeno, tudo leva a crer que as características peculiares da Linha Esmeralda tenham motivado isso. Sua demanda, por exemplo, é menos pendular e além disso ela atende a regiões de grande concentração de escritórios. Ou seja, possivelmente boa parte dos seus costumeiros usuários está trabalhando remotamente.
Outro aspecto que reforça essa tese é que a Linha 4-Amarela, operada pela ViaQuatro, também tem demonstrado dificuldades em recuperar sua demanda. Como se sabe, parte dos passageiros também utiliza a Linha 9.
Já a Linha 5-Lilás, que atende a uma região semelhante, tem apresentado números mais altos, talvez por conta de trabalhadores que atuam em serviços presenciais, mais concentrados em outras áreas da capital. É uma situação parecida que manteve a Linha 11 e a Linha 12 movimentadas em pleno pico da pandemia.
