Mesmo capazes de operação autônoma, novos trens do Metrô terão “cabine postiça”

Trem da Linha 4-Amarela, que não possui cabine de comando
Trem da Linha 4-Amarela, que não possui cabine de comando: nova Frota R poderia ser assim (Jean Carlos)

O Metrô de São Paulo lançou na semana passada a concorrência internacional para fornecimento de 44 novos trens que serão usados sobretudo na Linha 2-Verde, devido à sua expansão.

Assim como tem ocorrido em outros ramais, as composições obedecem a modernos padrões tecnológicos, implantados nos últimos anos. Entre eles estão paineis eletrônicos de informação, câmeras de vigilância, entradas USB e o uso do sistema de sinalização CBTC, o mais avançado existente.

É a mesma tecnologia que é usada hoje nas linhas 4-Amarela, 5-Lilás e 15-Prata e também equipará os trens da Linha 6-Laranja. O CBTC, sistema que controla o trens por meio de sinal de rádio, permite que o carrossel de composições circule com intervalos menores, ampliando a capacidade de transporte.

Além disso, o sistema de sinalização trabalha com o nível de automação GoA4, o mais elevado e que opera com trens sem condutor.

Funcionário do Metrô em área isolada em frente ao painel do trem da Linha 15-Prata (Jean Carlos)

Por essa razão, os trens das linhas 4-Amarela e 15-Prata não possum cabine de controle, apenas um console que é aberto em casos em que um funcionário precise acionar algum equipamento.

Em tese, é esse padrão que será possível na Frota R, como o Metrô deverá batizar os 44 trens da nova encomenda. Porém, a companhia decidiu fabricar as composições com uma cabine postiça.

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Segundo a especificação técnica disponibilizada pelo Metrô, os trens serão projetados com um módulo de cabine removível.

A ideia é que a companhia possa instalar uma divisória com porta deslizante entre “o console de condução manual e as primeiras portas de passageiro.”

O novo trem terá janelas laterais na altura do console e um sistema de ar-condicionado derivado do salão de passageiros. Além disso, será instalado um banco para o operador e outro para um instrutor. Tantos os assentos quanto a divisória poderão ser retirados sem prejudicar o acabamento do salão.

Projeto de trem sem condutor para o Metrô de Doha (Thales)

Disputa com o Sindicato dos Metroviários

A opção por prever uma cabine postiça ocorre em meio à discussões com o Sindicato dos Metroviários, que reclama há vários anos da falta de um espaço adequado para funcionários que ficam na área do console dos monotrilhos da Linha 15-Prata.

A entidade tem instado o Metrô a modificar os trens Innovia 300 para receberem cabines, algo não previsto no projeto.

Não se sabe se a opção por ter a cabine na Frota R é reflexo dessa polêmica, mas a companhia planeja implantar o GoA4 de forma gradativa na Linha 2-Verde. Ou seja, inicialmente esses trens dependerão de operadores a bordo para executarem funções, mas com o passar do tempo elas serão eliminadas até não ser necessária a presença humana à frente do painel.

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Resta saber se o Metrô colocará em prática de fato todo o potencial da tecnologia que terá em suas mãos.

 

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