Quando recebeu o primeiro trem da Série 2500 em setembro, o governo do estado e a CPTM estimaram que ele entraria em operação na Linha 13-Jade em dezembro. O período de testes, no entanto, parecia curto demais para checar todos os requisitos necessários para que a composição, fabricada pelo consórcio Temoinsa-Sifang na China. E de fato era. No mês passado, este site antecipou que a estreia em serviço havia ficado para janeiro, mas o projeto foi postergado mais uma vez, segundo revelou o secretário Alexandre Baldy em entrevista dias atrás.
A previsão agora é que o novo trem passe a operar na Linha 13 dentro de um mês. “Era para ter sido colocado em operação em dezembro, mas por decisão exclusiva da empresa (a CRRC-Sifang), por segurança dos passageiros, foi de que nós pudéssemos postergar o início da operação dos trens da empresa chinesa da Série 2500 para a Linha 13-Jade. Acreditamos que em no máximo 30 dias este trem esteja em operação“, afirmou Baldy.
Segundo apurou o site, a CPTM deverá contar com o primeiro dos oito trens da Série 2500 até o início de fevereiro, assim que forem corrigidas algumas pendências detectadas, entre elas uma dificuldade de sincronização no sistema de mensagens aos passageiros além de ajustes na performance da composição para permitir que ela opere dentro do perfil requisitado pela companhia.
Por outro lado, as demais composições da encomenda já estariam em território brasileiro e sendo preparadas para receber as modificações testadas no trem número 1 e que será a composição que estreará na linha. Os dois últimos trens teriam desembarcado no dia 6 de janeiro em Santos.

Lentidão
O início de operação dos trens da Série 2500 será uma boa notícia para a Linha 13, mas não a solução para os vários problemas do ramal. A razão é que há pendências técnicas em várias áreas que impedem que a CPTM possa oferecer um serviço mais atraente aos seus usuários. Entre eles está o sistema de sinalização fornecido pela alemã Siemens e que não estaria ainda concluído, por isso os intervalos altos, de 20 minutos, e que impedem que o número de passageiros transportados cresça de forma mais significativa.
Outro gargalo diz respeito à incapacidade de inserir mais trens no trecho da Linha 12-Safira que vai da estação Engenheiro Goulart e Brás. A CPTM pretende modernizar essas vias para que sejam capazes de comportar um intervalo de trens de até 3 minutos, mas a licitação lançada para contratar a empresa para o serviço ainda não teria sido assinada. O certame teve a MPE Engenharia e Serviços S.A como vencedora em 14 de novembro do ano passado, porém, não conseguimos encontrar o contrato publicado. Há rumores, no entanto, que apontam um possível recurso de uma das participantes derrotadas, o que deve atrasar a implantação por mais algum tempo.
Até que essas melhorias sejam implementadas, a Linha 13 está fadada a ser um serviço inexpressivo dentro da rede da CPTM. Mas a boa nova é que o governo do estado tem dito que pretende seguir com a sua expansão, a solução definitiva para que o ramal tenha uma importância maior. Num primeiro momento, isso significa levá-la mais à leste, no sentido de Bonsucesso a fim de atender mais áreas carentes, mas sobretudo para permitir que seja construído um pátio de manutenção e estacionamento para as composições.
Quando essa etapa for concluída, será então o momento de decidir em que direção a Linha 13 seguirá no sentido da capital paulista. Os projetos mais antigos apontam para um trajeto que possa terminar na Mooca ou até mesmo numa eventual interligação com a Linha 5-Lilás na estação Chácara Klabin. No entanto, é um tanto cedo pra vislumbrar onde de fato haverá demanda e linhas mais indicadas para conectá-la.
