Um ano após anúncio, people mover do Aeroporto de Guarulhos segue sem prazo de conclusão

Governo federal afirma que processo segue em tramitação, mas não quis informar uma previsão. Concorrentes do projeto foram consultados em maio sobre manutenção dos valores das propostas
People mover da Doppelmayr

Anunciado há pouco mais de um ano pelo governador João Doria (PSDB), o “people mover” que fará a ligação entre a Linha 13-Jade da CPTM e os três terminais do Aeroporto de Guarulhos segue indefinido. Segundo o Ministério da Infraestrutura, que coordena o projeto, não há previsão de conclusão ainda, embora afirme que “o processo segue em tramitação, com troca de documentos entre o concessionário, agência reguladora e governo do estado”.

Atualmente, a ANAC analisa as propostas recebidas dos fabricantes interessados e que foram entregues à GRU Airport, concessionária do aeroporto, em janeiro. Em maio, o governo federal entrou em contato com essas empresas para atualizar os valores das propostas devido ao impacto da cotação do dólar. Segundo envolvidos com o processo, as concorrentes favoritas são a Doppelmayr, fabicante austríaca especializada em teleféricos de turismo, e o consórcio brasileiro AeroGRU, formado pelas empresas Aeromóvel, HTB, FBS e TSEA, e que fez a proposta mais barata.

Segundo a jornalista Marta Sfredo, do jornal gaúcho Zero Hora, existe a expectativa de que haja uma definição sobre o projeto em até 60 dias. Consultado pela coluna, o CEO da Aeromóvel, Marcus Coester, afirmou que a proposta do consórcio foi mantida por conta dos custos serem quase todos em real. Um dos fornecedores será a Marcopolo, conhecida pela atuação no mercado de ônibus, mas que fornece os vagões do “people mover” da Aeromóvel.

Para sair do papel, o sistema de transporte precisará ser bancado por parte do valor da outorga devida pela GRU Airport ao governo federal. Para isso, o contrato de concessão terá de ser alterado, um dos motivos da demora na definição. Sobre as concorrentes, enquanto a Doppelmayr aposta num sistema por cabos a AeroGRU utiliza uma tecnologia pneumática.

Projeto do Aeromóvel prevê que estação no terminal 2 será ligada diretamente ao aeroporto (AeroGRU)

Com 2,6 km de extensão, o “people mover” de Guarulhos terá capacidade para transportar 2 mil passageiros por hora sentido, com tempo de deslocamento entre o Terminal 3, o mais distante deles, e a estação Aeroporto Guarulhos de 6 minutos. O projeto da AeroGru prevê que a estação do Terminal 2 seja construída sobre parte do mezanino de embarque a fim de facilitar o acesso ao prédio. As estações dos terminais 1 e 3, por sua vez, ficarão do outro lado das vias de acesso enquanto a parada da estação Aeroporto Guarulhos se localizará no final da passarela principal e acima do atual terminal de ônibus gratuito.

A estimativa é que a construção do “people mover” leve cerca de 18 meses a partir da assinatura do contrato.

 

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8 comments
  1. Soluçao nacional funciona bem em Porto Alegre , que eh um aeroporto pequeno, com trem de um vagao. GRU precisa de trem de pelo menos 4 a 6 vagoes para funcionar, desde que o movimento de passageiros eh, no minimo, 5x maior !
    Qq coisa diferente disto vai ser mais um fiasco !

    1. Em Porto Alegre não funciona bem (infelizmente). Segundo o jornalista Jocimar Farina, do jornal Zero Hora de Porto Alegre, um dos veículos está parado por falta de peças do fabricante desde julho de 2017 e não há prazo para ser consertado. Até hoje a Trensurb (gestora do metrô de Porto Alegre) não divulgou a quilometragem média entre falhas (MKBF) em seus relatórios anuais, o que permitiria medir minimamente o desempenho do veículo.

      1. A Trensurb opera os antigos carros de origem da T’Trans, fabricados em 2013. O carro projetado pela Marcopolo, mais novo, é outro, não saberemos que sofrerá o mesmo problema que este ‘segundo’ carro. Se o Aeromovel for escolhido, será o primeiro a utilizar o carro da Marcopolo.

        Como Edmundo bem mencionou, como a demanda do aeroporto Salgado Filho é menor, um carro já dá conta da demanda. Aquele carro menor da T’Trans, o A100, “trem de um vagão”, tem capacidade para 150 passageiros, com um headway de 90 segundos, dá 6 mil passageiros por hora, o que não é ruim.

  2. Esqueçam esse people mover. Ele nunca vai sair. O ônibus gratuito dá muito bem conta da demanda. Não há razão para fazer grandes investimentos.

  3. Começa que o aeroporto não havia necessidade de ser concedido. A concessionária não permite a estação dentro do terminal 2 porque pretende ali construir um shopping. Dai todo essa colcha de retalhos de uma estação que fica do outro lado do aeroporto, de um veículo que vai tentar consertar e ainda descontar isso da outorga. Brasil é um país que não é sério. Taí o corona virus pra nos mostrar isso

    1. O problema é a sanha privatista e entreguista que tem neste país, não sossegaram enquanto não tiraram a operação de Cumbica do governo. Se o governo operasse até hoje os “patriotas” estariam brigando pela sua concessão.

      1. Em vários países de primeiro mundo, é normal empresas privadas operarem aeroportos, e funciona muito bem. Só não funciona em países de aspiração socialista, que só vêem no estado, através de políticos, o único meio com autoridade e capacidade pra operar qualquer coisa.
        O resultado disso é um estado inchado, pesado e burocrático, cheio de funcionários “concursados” com salários muito acima da média de mercado, sendo mantidos pelo pagador de imposto, que passam 25% do ano fazendo greve, 25% de férias e 50% trabalhando de forma “muito eficiente” nessas coorporações.

        1. Só pelo termo ” aspiração socialista ” já não dá pra levar muito a sério o comentário. pelo restante dos comentários, é mais um que não conhece do que fala e repete o que ouve por aí. Deve ser da turma da terra plana e que nao estudou e tem raiva de quem estuda.

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