Tatuzão da Linha 6-Laranja ‘escava’ até a céu aberto

Tuneladora avançou pela laje de fundo da estação São Joaquim a fim de seguir por baixo da Linha 1-Azul
Tatuzão Sul escavando a céu aberto
Tatuzão Sul escavando a céu aberto (Redes sociais)

O Tatuzão Sul, também conhecido como “Maria Leopoldina”, é um equipamento com muitas histórias em seus cerca de 10 anos no Brasil.

Após ficar armazenado em galpões na Marginal Tietê por vários anos, enquanto o governo do estado buscava uma solução para seguir com a construção da Linha 6-Laranja, a tuneladora foi resgatada pela Linha Uni, concesisonária que assumiu o ramal.

Os trabalhos de escavação começaram em dezembro de 2021, mas cerca de três meses depois, um acidente quase transformou o tatuzão em sucata.

Após chegar ao poço SE Aquinos em fevereiro de 2022, o Tatuzão Sul acabou movimentando um interceptor de esgoto da Sabesp, que rompeu e inundou túneis, poços e galerias já escavadas.

O primeiro tatuzão da Linha 6 na China quando havia sido encomendo pelo Consórcio Expresso Linha 6/Move SP

Felizmente não houve vítimas, mas a máquina precisou de seis meses para ser recuperada, uma tarefa complexa já que sua fabricante havia deixado de produzir tatuzões tempos atrás.

De volta ao trabalho em agosto de 2022, o Maria Leopoldina tem então trabalhado como nunca. No final do ano passado, diante do impasse com a estação 14 Bis-Saracura, a Linha Uni decidiu fazer uma “maratona” de escavações e montagem de túneis, que só terminou na estação Bela Vista.

Nesse período, ela bateu seu recorde de avanço em 24 horas, com 41 metros de túnel construído.

VSE Felício dos Santos é o ponto final do tatuzão…por enquanto

Escavação a céu aberto

No dia 9 deste mês, a tuneladora chegou à estação São Joaquim, última estação a ser visitada (ao menos nesta fase). Mas não houve descanso já que o objetivo é concluir sua escavação no VSE Felício dos Santos no final de março.

E aí surgiu mais um ineditismo para ela, ‘escavar a céu aberto’. As imagens neste artigo mostram a tuneladora avançando e montando anéis em plena área aberta da estação São Joaquim antes de chegar a um bloco de concreto.

É uma tática possivelmente mais rápida do que rebocar o equipamento até um novo ponto de emboque, que também exige a montagem de um anteparo metálico para proporcionar tração. Escorado nos anéis de concreto, o tatuzão pode avançar com mais facilidde.

Até onde se sabe foi uma forma de seguir sem paradas até o objetivo final, que é liberar estações e túneis para serem concluídos. Neste final de semana, ela deveria ter passado 27 metros abaixo da Linha 1-Azul, um momento crucial que exigiu a paralisação de um trecho do ramal.

Máquina terminará seu trabalho no final de março (Redes sociais)

Segundo nota enviada pela concessionária ao site, até o final de março, as esteiras de transporte de terra seguirão operando até o VSE Tietê e o abastecimento de aduelas, sendo feito no VSE Pacaembu.

A Linha Uni disse ainda que “após a conclusão da escavação, as TBMs estarão disponíveis para futuras linhas de São Paulo.”

Possivelmente, a tuneladora será preparada para dar sequência à expansão da Linha 6 em direção à Mooca.

A história da máquina chinesa, como se vê, ainda está sendo contada.

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  1. Fico feliz em finalmente aparecer uma empresa tão comprometida para que termine o mais rápido possível como a Acciona, esse modelo de negócios para a Linha 6 Laranja deu muito certo. Enquanto isso a Linha 17 Ouro se arrastando por causa de infinitas licitações para que no final o CMSP dê de graça para a ViaMobilidade operar.

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