“Tatuzão” que escavará novas estações da Linha 2-Verde está perto de ser encomendado

Consórcio Metrô Linha 02 Verde negocia com a fabricante alemã Herrenknecht, a mesma que forneceu as tuneladoras das linhas 4-Amarela e 5-Lilás do Metrô
Maquete do tatuzão: fabricante alemã é sempre a preferida nas escavações no Brasil (Reprodução)

Parte crucial nas escavações de linhas de metrô modernas, o “tatuzão” tem sido usado em todos os projetos do Metrô de São Paulo que envolveram trechos subterrâneos. E não será diferente com a extensão da Linha 2-Verde, que irá de Vila Prudente até Penha num primeiro momento. Ao que tudo indica, o novo “shield” paulistano está perto de virar realidade. O Consórcio Linha 02 Verde – Vila Prudente – Dutra, formado pelas empresas Galvão Engenharia, S.A Paulista de Construções e Comércio e Sacyr Construcción do Brasil,  revelou em suas redes sociais que a aquisição do equipamento está encaminhada com a Herrenknecht.

O diretor do Grupo Galvão, Flávio Henrique Lobato, postou nesta semana uma imagem de uma maquete da tuneladora enviada pela fabricante alemã afirmando que falta “muito pouco para fecharmos a compra da Tuneladora, recebemos hoje uma maquete sensacional da Herrenknecht!”.

A empresa tem sido escolhida para a maior parte das escavações por shield no Brasil. São delas os tatuzões que escavaram os túneis da Linha 4-Amarela, 5-Lilás e Linha 4 do Metrô do Rio. A ‘tradição’ de adquirir os tatuzões alemães, também chamados de EPB (Earth Pressure Balance), é comum quando a empresa contratada embute o preço do equipamento na licitação.

A Move São Paulo, concessionária que deveria ter construído a Linha 6-Laranja, e que teve que encomendar duas tuneladoras pagando do próprio bolso, preferiu fechar negócio com um concorrente francês que fabrica seus equipamentos na China, e portanto são mais baratos. Outro caso em que a Herrenknecht foi deixada de lado ocorreu no Ceará quando o ex-governador do estado Cid Gomes bancou a compra de dois tatuzões chineses.

Perfil da tuneladora da Herrenknecht (Divulgação)

Estação Vila Formosa

O consórcio é responsável por abrir os túneis de vias duplas do projeto de 8 km e que será feito em duas etapas. Na primeira, o tatuzão será montado no estacionamento de trens Rapadura, de onde partirá no sentido da estação Vila Prudente, abrindo túneis num trecho de quatro estações. Depois disso, ele será transportado para um terreno próximo à estação da Penha, onde voltará a ser configurado para escavar mais um trecho de túneis até volta ao poço de Rapadura, no Jardim Têxtil.

O Consórcio Linha 02 Verde também construirá a estação Vila Formosa, primeira parada do shield, e que já está passando por escavações, como mostrou o mesmo executivo dias atrás. A previsão do governo Doria é que a extensão da Linha 2-Verde seja entregue em duas fases, uma em 2025 contemplando as estações Orfanato, Água Rasa, Anália Franco e Vila Formosa e outra em 2026, incluindo as estações Guilherme Giorgi, Nova Manchester, Aricanduva e sobretudo Penha.

Com a ampliação, o ramal passará a receber um fluxo diário de quase 380 mil pessoas graças à conexão com as linhas 3-Vermelha e 11-Coral e passará a contar com 22 novos trens no total.

Futura estação Vila Formosa da Linha 2: início dos trabalhos (Reprodução)

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3 comments
  1. Com relação as duas máquinas tuneladoras “shield”, já adquiridas para a Linha-6, que está especificada em bitola de 1,43 m e em exposição não poderão ser utilizadas na Linha-2, quantos milhões custou cada uma, que eu saiba elas deveriam ser ajustáveis para bitolas 1,6 m uma vez que o diâmetro externo dos túneis é exatamente o mesmo, caso contrário como esta parecendo significa que não serviram para expansão de outras linhas como a Linha-2, e se terá que comprar outras como é o caso anunciado neste post, espero que isto não aconteça, pois assim sendo significara que não existe planejamento nenhum, ao contrário que prega aquele conhecido porta voz.

    As atitudes do gestores de não padronizar as linhas do Metrô em diversificar modulações como tipo de alimentações elétricas, bitola, promovendo bloqueios de composições e garagens, oficinas, acontece exatamente o oposto que a CPTM, no qual as composições tem livre penetração e que poderão trafegar não só em São Paulo como todas principais capitais do Brasil, tem levado a mais este prejuízo, por conta de uma economia não comprovada.

    O não aproveitamento das ferramentas já adquiridas cuja serventia é somente para uso específico, demonstra o descaso que a administração tem com o dinheiro público.

    “Quando não se aprende com os erros do passado, corre-se o risco de repeti-los no presente”

    1. Olá Sr. Leoni
      Me permita dar um pitaco no seu comentário, não aprendemos antes, não vamos aprender hoje e só Deus sabe do futuro. Aqui o que sempre prevalece é o interesse de grupos políticos e econômicos envolvidos. O desrespeito a um padrão fixo é antigo e são incontáveis as trapalhadas praticadas, só para citar algumas Sorocabana bitola 1 metro, Companhia Paulista bitola 1.60 metro, em SP voltagem padrão antiga 110 V, em Santos, Jundiaí e outras 220 V e nas medidas uma verdadeira panaceia :- 1/4, 3/4, 3/8, polegadas, galões, litros, milhas, quilômetro. Eu vi de tudo, de compras de trens errados, sistemas de câmeras de monitoramentos, leite Chernobil, carne da Europa que estavam passeando pelos oceanos há anos e vieram para aqui e agora me aparece um que vai e compra um monte de cloroquina antes mesmo da eficiência técnica do produto ser comprovada ou não. Oxalá um dia o senso de decência, dever cívico, compromisso moral com a ética, com as normas e regulamentos pré estabelecidos sejam não um favor mas sim um dever moral de todos principalmente de políticos e empresários. Abraços
      Gilberto

      1. Gilberto; Talvez minha visão e entendimento da importância da padronização em um ambiente industrial se deva ao fato de convívio diário em uma instituição pública na qual a diversidade de componentes e equipamentos técnicos é dezenas de vezes superior a linhas metrô ferroviárias.

        Com relação aos níveis de tensões elétricas, elas tem sua finalidade, pois são variáveis de acordo se são para transmissão ou distribuição, porém esta questão já foi resolvida ainda no regime militar, que era o fato do Brasil ser um dos únicos países que possuíam duas ciclagens de corrente alternada, (O outro é o Japão) ou seja 50 e 60Hz, o que impedia de se interligar nacionalmente.

        Voltando as ferrovias, atualmente no Brasil no mínimo oito bitolas ferroviárias, que são:
        I – 1,60m Na região sudeste SP, MG, RJ e em grande expansão por todo território nacional Norte Sul, Transnordestina…
        II – 1,43m Ferrovia desativada Amapá-AP, linhas 4 e 5 metro de SP e metro de Salvador-BA .
        III- 1,35m Bonde de Santos-SP turístico (Única no mundo).
        IV- 1,10m Bonde Santa Teresa-RJ turístico/passageiros.
        V – 1,00m Em praticamente todo território + bonde E.F.Corcovado-RJ, E.F. Campos do Jordão-SP turísticos e E.F. Madeira Mamoré-AC (em restauração).
        VI – 0,80m Locomotivas Krauss da antiga Cia Docas de Santos-SP.
        VII- 0,76m Ligação São João Del Rey-Tiradentes-MG turístico.
        VIII- 0,60m Trecho Pirapóra-Perus-SP turístico (em restauração).
        Destas, apenas a de 1,0 m com 23.678 km (73%) e a de 1,6 m com 6.385 km (27%) já inclusos os 510 km de mistas (1,0m + 1,6m) são relevantes, e com a desativação da única ferrovia de carga em bitola de 1,43 m, não existe mais ferrovias nesta bitola no Brasil, conforme dados da ANTT de setembro de 2011.

        Devemos sempre justificar com argumentos convincentes e comprobatórios, nossas convicções, desta forma facilita o entendimento entre as partes.

        Como já diria o saudoso Nelson Rodrigues creio que alguns ainda padeçam do chamado “Complexo de vira latas”, que é o de achar que tudo que tem origem ou vem do exterior é melhor.

        “Reconhecer um erro é um avanço, persistir nele uma tolice”

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