Tour de Tarcísio pela Europa pode ter pequena influência no Trem Intercidades até Campinas

‘Roadshow’ feito pelo governador na Espanha, Itália e França incluiu conversas com potenciais participantes do TIC Eixo Norte, mas é improvável que empresas mudem postura a poucos dias do leilão
Trem regional da Alstom

A estratégia de rodar o mundo em busca de potenciais investidores em projetos de concessão é uma prática comum entre governantes brasileiros.

Muitas vezes fora do eixo dos grandes empreendimentos, nosso país precisa ser lembrado do seu potencial para que grupos importantes olhem com mais atenção às oportunidades existentes.

Nesse aspecto, o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não se diferenciou de seus antecessores. Após seu vice ir até a China, ele próprio embarcou para a Europa em busca de interessados nos vários projetos de concessão atualmente em curso.

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O projeto mais reluzente no momento, como se sabe, é o Trem Intercidades Eixo Norte, cujo leilão está marcado para o próximo dia 29 na Bolsa de Valores B3.

O trajeto do Trem Intercidades Eixo Norte

Tarcísio se reuniu com empresas como a Acciona, que toca a obra da Linha 6-Laranja, o banco Santander e a construtora Sacyr, na Espanha.

Na Itália foram visitados empresários do grupo Gavio/ASTM e da Ghella enquanto na França os encontros incluíram diretores da empresa Keolis, Tec Tunnel, Vinci, Alstom, Stoa, Transdev e do banco BNP Paribas.

Houve tempo ainda para contatar empreenderes alemães em Paris, segundo a agenda divulgada.

Dois participantes garantidos?

Embora as apresentações envolvam também projetos futuros como outros ramais do Trem Intercidades, é pouco provável que a visita do governador vá alterar o planejamento dessas empresas em relação ao TIC Eixo Norte.

Como se sabe, o edital foi lançado originalmente em 31 de março, poucas semanas após a atual gestão assumir. Em setembro, no entanto, o governo postergou a realização do leilão de novembro de 2023 para fevereiro deste ano, após consultas com os potenciais participantes.

Estação Campinas (Jean Carlos)
Estação Campinas (Jean Carlos)

Também alterou as condições do contrato em uma nova publicação do edital, em novembro, trazendo mais garantias do governo ao projeto de R$ 13,5 bilhões.

Portanto, não seria com conversas pontuais três semanas antes do leilão que grupos como esses mudariam sua visão da concorrência. Não seria estranho, no entanto, se ocorresse algum tipo de apelo à participação na concorrência, a fim de garantir presença mínima, mas difícil crer que isso seja suficiente para promover uma disputa.

Segundo a CNN, apenas dois consórcios teriam confirmado presença no dia 29, um liderado pela CCR, junto da Alstom e investidores, e outro pelo Comporte, com parceiros chineses. A Acciona, motivo de uma das visitas de Tarcísio, teria jogado a toalha.

 

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  1. A Comporte não tem capacidade financeira para entrar nessa concorrência, dado que até o momento não conseguiu iniciar nenhum investimento no Metrô de Belo Horizonte (cuja qualidade caiu por falta de investimentos com essa concessão fracassada que o governo Bolsonaro realizou) e desistiu de comprar a Supervia por falta de recursos. Não vejo os chineses com muito apetite em investir em infra no Brasil. Alguém aqui lembra de algum investimento desse porte feito pelos chineses no Brasil?

    Querendo ou não a CCR é o único grupo no momento capaz de se articular para disputar essa concorrência.

    1. No Brasil, em transporte, nao. MAs em energia, sim. E tambem estao no metro de Bogota e Cidade do Mexico com montantes altissimos investidos.

  2. O grupo comporte tem expertisse no ramo de viação e aviação, nao vai sair para comprar qualquer abacaxi , quanto a concessão fracassada acho que o novo povo passou os 30 anos de fracasso do PSDB, e ficou calado .

    1. Os investidores não estão se interessando por ser tratar de uma concessão fracassada, o governo vai acabar entregando para CCR, pois com todas as falhas apresentadas pela má administração nas linhas 8 e 9 ele insiste em manter ela na administração dessas linhas.
      CCR-Via Mobilidade vai sucatear a Linha 7 também.

    2. O grupo Comporte não tem nenhuma experiência em aviação.

      A concorrência do Metrô de Belo Horizonte foi a pior concessão já feita no Brasil. Sem nenhum atrativo, não atraiu interessados além do minúsculo grupo Comporte (que é formado por empresas de ônibus que atuam em Minas Gerais).

      1. Apenas a titulo de informação: O Grupo Comporte tem ampla experiência em aviação, é dono da GOL através de uma holding e possuí diversas empresas de ônibus não só em MG mas também possui diversas em São Paulo, outras no Paraná e em outras localidades além de outros negócios.

        1. O Grupo Comporte não possui relação comercial com a Gol (é só entrar no site do grupo e comprovar). Cuidado para não espalhar fake news por aí.

  3. entendo que tudo isso é cortina de fumaça para entregar mais uma concessão ao grupo CCR. governo Doria fez a mesma coisa

    a própria comporte, se entrar no certame, será para fazer número.

    mais uma concessão, com investimentos volumosos do estado, com garantia de retorno de investimento altíssimas.

    vão pegar uma linha 7 com estrutura muito mais precária e problemática do que as linhas 8/9. vão ter q lidar com construção (se é que realmente vai sair do papel) das obras exclusivas do tic, prédios tombados, pátio Lapa menor e com menos recursos que o pátio presidente Altino, região com muito mais vandalismo, comunidades pobres, usuários de drogas e zona rural que as q atuam hoje. ou seja, se apanham para operar as linhas 8/9, o fracasso será certo na linha 7. óbvio que vão culpar a herança da CPTM. só que o povo da linha 7 não é tão pacífico quanto das linhas 8/9 não. governador e concessionária vamos ver como vai se sair se tiver quebradeira. pressão popular é a única coisa que pelo visto Tarcísio aparentemente parece se preocupar.

  4. Tanto oba oba e no final, quem ganha a concorrência é a CCR. Cartas Marcadas. eu já sabia!

  5. Privado só os lucros, e com grandes chances dessas concessões serem ainda mais onerosas para os cofres públicos. A verdade é que as concessões, apesar de todas as justificativas dadas pelos governantes, só servem pra garantir seu domínio sobre elas, já que elas sendo estatais ficam sob domínio de quem for eleito, sejam eles quem forem. Já privatizadas, não há necessidade de dividí-las com outros muito menos perder a influência caso não sejam mais eleitos.

  6. Para o atual gestor, as concessões são mais importantes que a mobilidade, e querem impor um TIC utilizando as mesmas linhas saturadas em relação aos Trens Metropolitanos que ainda possuem cargueiros, para isto se utilizam de uma falácia que a demanda da Linha-10 é muito menor que a Linha-7, quando na realidade é próxima e ultrapassara após a chegada da Linha 2-Verde na Penha, ao invés de se expandir novas linhas utilizando neste caso o canteiro central da rodovia dos Bandeirantes sem consultar os usuários em detrimento do “Linha Integradora-710” que beneficia TODAS as linhas inclusive da Viamobilidade e conta com total aprovação, lembrando que as demandas para o TIC até Campinas superestimadas foram para somente após 2040 e não após sua implantação em 2024, com 49 mil /dia /ano/12 milhões de passageiros ou ainda mais longe 2050 com 59 mil /dia /ano ou 13 milhões de passageiros, desta forma tem-se a justificativa perfeita por conta de uma manipulação farsante por parte dos governantes de previsão comprovadamente superavaliada das demandas, ou seja; muito menor que ela realmente terá lembrando para efeito comparativo que a Linha Metropolitana 13-Jade possui demanda de ~15 mil/dia.
    É nesta formula a exemplo que no entendimento de alguns “experts” com comprovada manipulação por parte do EIA, todas as linhas entregues para concessão por terem sido “incompletas” como as 4, 5, 8 e 9 devem permanentemente receber aportes financeiros robustos permanentes do Estado com risco ZERO neste cambalacho perfeito que seguindo as estimativas de demanda que comprovadamente foram superestimadas.

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