Trem Intercidades espera por convênio com o governo federal, diz Garcia

Governador do estado afirmou que todas as providências para lançar licitação foram tomadas, mas que projeto depende da assinatura de um acordo com gestão Bolsonaro
Trem “double-decker” da Stadler (MTI)

O edital do Trem Intercidades Eixo Norte está apenas aguardando a assinatura de um convênio entre os governos estadual e federal para que seja lançado, afirmou o governador do estado Rodrigo Garcia, nesta quarta-feira (31).

Em entrevista coletiva durante a retomada das escavações do tatuzão da Linha 6-Laranja, o tucano, que é candidato à reeleição em outubro, disse que “nós estamos dependendo da assinatura desse convênio onde os detalhes do uso da linha serão definidos”.

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Embora Garcia não tenha explicado do que se trata o documento, este site apurou envolver um termo de compromisso com o Ministério da Infraestrutura de caráter territorial e que envolve  autorizações emitadas pelo DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).

Em junho, a previsão era que tanto o termo de compromisso quanto o convênio entre a CPTM e a MRS, concessionária de cargas responsável pelo trecho entre Jundiaí e a capital, fossem assinados em breve, restando apenas o trâmite burocrático.

Governador Rodrigo Garcia (Jean Carlos)

“São Paulo tomou todas as providências para a gente tivesse o projeto do trem que liga a capital a cidade de Campinas estivesse pronto. Nós fizemos toda a retificação dos projetos das linhas hoje da CPTM e aguardamos agora o acordo com o governo federal para que a gente possa liberar a licitação’, acrescentou Garcia.

“A partir daí a gente pode licitar o Trem Intercidades, então vamos aguardar esse convênio ser assinado com o governo federal para o que o governo de São Paulo, que vai ser responsável pela obra, possa lançar a licitação, se possível ainda este ano,” concluiu.

Como divulgado pelo site, a intenção da gestão Garcia era de publicar o edital ainda em agosto para que o leilão ocorresse em novembro. O novo impasse, no entanto, sugere que o projeto do Trem Intercidades entre São Paulo e Campinas possa ser publicado apenas em 2023.

Um dos motivos pode ser  eleitoral: o governador concorre com o ex-ministro da Infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas, que tem usado os trens regionais como uma de suas propostas.

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Questionado sobre as críticas do rival, Rodrigo Garcia citou o fato de que as obras do estado são reais enquanto a lista de supostas obras federais inclui projetos que estão no papel. O tucano também culpou a gestão federal pelo fato de a ponte entre Santos e Guarujá não ter sido iniciada ainda.

Segundo ele, desde fevereiro o governo do estado espera pela liberação da União para realizar a ligação – a gestão Bolsonaro, no entanto, defende um túnel como ligação entre as duas cidades do litoral.

 

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  1. Esse projeto sempre foi tocado sob uma premissa frágil. As ferrovias e faixas patrimoniais existentes no estado de São Paulo e de propriedade do governo paulista foram federalizadas em 1998 e concedidas para a iniciativa privada.

    Então qualquer projeto do governo paulista nessas ferrovias e faixas precisa de aprovação formal do governo federal e das concessionárias.

    O governo paulista vendeu como certo algo que não dependia apenas dele. Agora não adianta reclamar.

  2. Sempre a mesma ladainha em ano de eleição… Trem para Campinas, Sorocaba, Santos, SJC… Ouço essa bobagem desde os anos 1990… Esse é o modo de tentar ganhar eleição na base da mentira e da propaganda enganosa.

  3. Se a Fepasa fosse privatizada, porém sem federalizar, talvez o projeto andaria mais rápido, pois a área de domínio seria de propriedade do governo de SP.

    1. A faixa de domínio e as linhas entre Jundiaí e São Paulo são federais e cedidas para o governo de São Paulo (CPTM). Por isso que a CPTM, por exemplo, não pode impedir que os trens da concessionária MRS circulem livremente.

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