Metroviários de SP entram em estado de greve e podem parar na próxima terça

Nova assembleia na segunda (5) vai confirmar ou não a paralisação das Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata
Trem da Linha 3-Vermelha (Jean Carlos)

O Sindicato dos Metroviários e Metroviárias de São Paulo decretou estado de greve e uma possível paralisação das linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata na próxima terça-feira (6).

A decisão foi tomada em assembleia online realizada nos dias 30 e 31 de agosto. Uma nova assembleia será feita na próxima segunda-feira (5) para confirmar ou não a paralisação no dia seguinte.

Os metroviários alegam que o Metrô de São Paulo não pagou os “steps” a todos os funcionários que têm direito. Os “steps” são adicionais que ajudam a reduzir injustiças salariais entre funcionários em início de carreira e os que já atingiram o teto da função.

O pagamento dos “steps” faz parte de um acordo feito entre o sindicato e o Metrô em maio deste ano, quando os metroviários também ameaçaram paralisar as atividades.

Contra automatização

Além disso, o sindicato quer a permanência de operadores de trens no monotrilho. A Linha 15-Prata já opera com o sistema CBTC (sigla em inglês para Controle de trens baseado em comunicação), que dispensa operador no trem, mas o Metrô mantém um funcionário por precaução.

De acordo com o sindicato, na manhã da quarta-feira (31), um trem que testava o CBTC na Linha-3 Vermelha bateu em um cavalete de limite de trilhos no pátio Belém (EPB). O trem ficou danificado, mas não houve feridos.

O trem K07 que bateu contra a barreira no pátio Bélem (Sindicato dos Metroviários)

“Se houvesse um OT (Operador de Trem), a colisão poderia ser evitada com o freio de emergência, já que o trem partiu de condição estática”, afirmou o sindicato.

Implementado pela empresa Alstom, o CBTC já entrou em operação comercial aos finais de semana na Linha 1-Azul e está sendo testado para implantação na Linha 3-Vermelha.

Em simulação de horário de pico durante um domingo, os intervalos entre trens com CBTC chegaram a 105 segundos, contra média de 119 segundos em dias úteis de abril e maio, usando o sistema ATC, mais antigo.

De acordo com o sindicato, o sistema ainda não é confiável. O Metrô já anunciou que vai comprar 44 novos trens sem cabine de operador para serem usados na Linha 2-Verde e reforçar o serviço nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha.

Questionado sobre o incidente com o trem da Linha 3-Vermelha, o Metrô enviou a seguinte informação:

“O CBTC é um sistema absolutamente confiável e operado em diversos lugares do mundo. O incidente que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 31, foi com um trem que não prestava serviço e sem nenhum passageiro. Ele estava manobrando em velocidade reduzida no Pátio Belém e colidiu em um equipamento de sinalização. Dois técnicos estavam na cabine. O trem sofreu danos leves que serão reparados pela equipe de manutenção. Não há redução na oferta de trens em decorrência da colisão.”

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5 comments
  1. Chegando a eleição sempre tem uma ameaça de greve
    Lembram de 2014 ?
    Perto da Copa este sindicato aprontou bastante
    Ainda mais este ano que o seu presidente é candidato a governador

  2. Afirmar que o sistema CBTC não é confiável é ser muito ignorante ou muito mentiroso picareta!
    Fico com a segunda opção.

  3. Vcs perceberam que as greves são sempre dos funcionários do Governo?????

    Professores, Policia, Metroviários, Correios!!!!

    Se privatizasse tudo iriam ter que mostrar resultado!!!

    Se o governo paga mal porque nao saem e vão pra empresa privada? Saí ninguém sai.

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