Universidade Federal do Rio dá início a estudo da Linha 3 do Metrô
Projeto Prisma-RJ, da Coppe/UFRJ, terá 30 meses de duração e oferecerá base técnica para o futuro traçado entre Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e o Rio de Janeiro

A Linha 3 do Metrô do Rio de Janeiro, projeto discutido há décadas e que promete conectar municípios densamente povoados da Região Metropolitana, deu um passo importante nos últimos dias.
Na terça-feira (3), o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da UFRJ, lançou oficialmente o Projeto Prisma-RJ, um estudo técnico que dará suporte à definição do traçado, viabilidade econômica e impactos sociais e ambientais do novo ramal, que pretende unir Itaboraí, São Gonçalo, Niterói e o Centro do Rio.
A iniciativa é coordenada pelo professor Rômulo Orrico, do Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe, e desenvolvida por meio dos laboratórios RESET e OPTGIS, com recursos federais da ordem de R$ 26 milhões, repassados via emendas parlamentares. O prazo de conclusão é de 30 meses.
“O objetivo do projeto é promover o enriquecimento da cidade e a inclusão social. Não é simplesmente fazer o metrô”, afirmou Orrico durante o lançamento. Ele deixou claro que o estudo ainda está em fase inicial e não há traçado definido. “A decisão do traçado depende de variáveis como custo e responsabilidade de quem irá tomar a decisão”, disse.

Público de 2 milhões de pessoas
O Prisma-RJ se diferencia de estudos anteriores ao propor uma abordagem integrada, que envolverá benchmarking com projetos nacionais e internacionais, estruturação de grandes bases de dados, realização de audiências públicas e a elaboração da minuta do edital da futura obra. Também está previsto o acompanhamento do processo licitatório e a simulação de impactos em diversos cenários.
A equipe envolvida é multidisciplinar, reunindo especialistas da engenharia, matemática, computação e ciências sociais. Segundo Orrico, a participação social será central no desenvolvimento do projeto: “A população é fornecedora de dados. Queremos entender como o projeto pode impulsionar o desenvolvimento das cidades envolvidas.”
Mais do que uma nova linha metroviária, a proposta da Linha 3 visa articular diferentes modais de transporte, reduzir a dependência do automóvel e estimular o desenvolvimento urbano sustentável, explicam os envolvidos no projeto.
A expectativa é que o projeto contribua para a geração de empregos, a redução de emissões de poluentes e a melhoria da qualidade de vida de cerca de 2 milhões de pessoas que vivem e trabalham na região.

Túnel sob a Baía de Guanabara
A diretora da Coppe, Suzana Kahn, reforçou o caráter estratégico da pesquisa: “A Coppe desempenha um papel fundamental na construção de soluções tecnológicas para o desenvolvimento do Brasil. São inúmeras as políticas públicas que conseguimos estruturar a partir de estudos como este, abrangendo áreas como infraestrutura, meio ambiente e mobilidade urbana.”
Discussões sobre a Linha 3 do metrô existem desde a década de 1960, incluindo estudos de viabilidade técnica e propostas de monotrilho, com orçamentos já estimados em bilhões de dólares. O projeto atual, porém, parte de uma base técnica e institucional mais robusta, com foco na sustentabilidade e no protagonismo social.
Se concretizada, a Linha 3 poderá marcar uma virada histórica na integração urbana da Região Metropolitana do Rio, com a possibilidade de um túnel sob a Baía de Guanabara conectando o Centro do Rio à estação Arariboia, em Niterói, e seguindo até São Gonçalo e Itaboraí. O Prisma-RJ é o ponto de partida para tornar esse antigo projeto uma realidade viável, planejada e transformadora.
Podem fazer os estudos que quiserem, o estado do RJ está quebrado, não tem dinheiro nem pra fazer uma ligação simples de 1 km entre a estação Gávea e o Leblon. Imagina uma linha nova.
Jogar toda a demanda de Niterói e São Gonçalo na estação Carioca vai ser caos na certa: 10x pior do que é visto na Sé… O ideal seria fazer o prolongamento da linha 4 da Gávea até a Carioca e oferecer um serviço de compartilhamento de linha pra redistribuir melhor essas baldeações
O governo federal está investindo no Metrô de Salvador , o Rio deveria cobrar também recursos federais. Não é justo que um ministro como Rui Costa favoreça tanto o seu estado natal e deixe migalhas para o resto da federação.